Um prólogo de 6,8 quilómetros nas ruas de Fafe inaugura esta quarta-feira os 11 dias de competição da Volta a Portugal em bicicleta e vai definir quem será o primeiro camisola amarela da 76ª edição.
O exercício individual contra o cronómetro dos 138 ciclistas inscritos começará às 15h03, com a saída do japonês Kota Sumiyoshi (Team Ukyo) e terminará cerca de duas horas depois, quando o dorsal número um, o espanhol Gustavo Veloso (OFM-Quinta da Lixa) se fizer à estrada.
Apesar da presença da equipa de Sobrado ainda não estar confirmada, o vice-campeão de 2013 aparece na ordem da partida provisória do prólogo como último ciclista a partir do Parque da Cidade de Fafe, às 17h20 horas, arrancando logo depois do terceiro classificado do ano passado, o português Rui Sousa (Rádio Popular-Onda).
A equipa OFM-Quinta da Lixa poderá não ser autorizada a iniciar a Volta, por não ter um diretor desportivo licenciado pela União Ciclista Internacional, depois da saída de José Barros na terça-feira.
Os ciclistas partem com um minuto de diferença entre si e terão de cumprir os 6,8 quilómetros entre o Parque da Cidade e a Avenida 25 de Abril em Fafe.
Ainda sem Sul
A 76ª Volta a Portugal disputa-se entre esta quarta-feira, 30 de julho, e 10 de agosto, num total de 1613,4 quilómetros, de Fafe a Lisboa. Apesar da intenção do Joaquim Gomes, ainda não será este ano que o pelotão rumará ao Sul, ficando o percurso restringido à parte superior do mapa.
Em ano de renovação de contratos trianuais com as câmaras, o diretor da maior prova velocipédica nacional propôs-se a recuperar o Alentejo e o Algarve, ausentes desde 2008, como rota de passagem da prova, uma intenção que não passou disso mesmo, depois das negas de cidades-chave, como Tavira ou Loulé.
No entanto, Joaquim Gomes trouxe uma fatia de Trás-os-Montes de novo para a Volta a Portugal e conseguiu cidades inéditas, sempre acima do Tejo, para substituir as suspeitas do costume, num traçado de 1.613,4 quilómetros entre Fafe e Lisboa, que terão nas invariáveis Senhora da Graça (Mondim de Basto) e Torre (Seia) e na estreante Serra do Larouco os seus momentos mais decisivos.
Os 11 dias mais importantes do ciclismo nacional têm início no sítio onde a maior prova velocipédica nacional tem sido repetidamente feliz, ou seja, em Fafe, que, tal como em 2011, acolhe o prólogo inicial, que vai definir o primeiro camisola amarela, coroado depois de 6,8 quilómetros nas curvas e contracurvas no empedrado da cidade minhota.
Depois da definição de valores na “Grande Partida”, a caravana iniciará a primeira etapa em linha em Lousada de onde seguirá, em direção à Maia, que regressa à competição como cidade-meta dos 183,5 quilómetros da jornada.
Na segunda etapa, o pelotão sairá de Gondomar rumo a Braga numa tirada de 171,8 quilómetros, que inclui a passagem pelo Sameiro e pelo Bom Jesus, num percurso tão bonito quanto duro para os ciclistas.
Ao quarto dia, o pelotão parte da habitué Viana do Castelo em direção à estreante Montalegre, onde os candidatos à geral terão o seu primeiro grande teste: os 180 quilómetros da terceira etapa contemplam cinco contagens para o prémio de montanha, a última das quais, de primeira categoria, na Serra do Larouco, coincidindo com a meta a 1.525 metros de altitude, o segundo ponto mais alto de Portugal continental.
O primeiro domingo da 76ª edição está reservado para a sempre espetacular subida à mítica Senhora da Graça, em Mondim de Basto, depois de longos e duros 192,5 quilómetros com início na estreante Boticas, vila rural envolvida pelo xisto e granito da agreste Serra do Barroso.
A próxima semana
No dia seguinte, Alvarenga, ponto de partida da quinta etapa, faz a sua estreia na Volta a Portugal, numa jornada que se prevê agitada, uma vez que o pelotão terá de cumprir 161,3 quilómetros até ao Monte Córdoba, em Santo Tirso, onde está instalado o Santuário de Nossa Senhora da Assunção.
Depois de quatro dias consecutivos a subir, a etapa que antecede a jornada de descanso é considerada de transição e será uma oportunidade para os sprinters terminarem na frente: entre Oliveira do Bairro e Viseu existe uma única montanha, de segunda categoria, no Caramulo, durante os 155 quilómetros que fazem a etapa em linha mais curta deste ano.
Cumprida a jornada de repouso, a 6 de agosto, em Viseu, o pelotão com energias redobradas ataca, desde logo, a etapa rainha, com a imponente Serra da Estrela, colocada este ano um dia antes do habitual.
A sétima etapa partirá de Belmonte, que, com a Serra à vista, servirá de rampa para os 172,5 quilómetros que a caravana terá pela frente.
As dificuldades surgem logo após a passagem pela Covilhã com a subida às Penhas da Saúde e a posterior descida até Manteigas, onde o pelotão começará a trepar serra acima até às Penhas Douradas, a última grande dificuldade antes da emblemática chegada à Torre.
Se o vencedor não ficar decidido no ponto mais alto do continente português, os candidatos à geral terão mais uma oportunidade, um dia depois de percorrerem a jornada mais longa da 76ª edição, os 194 quilómetros entre o Sabugal e Castelo Branco.
Na penúltima etapa, os corredores terão de fazer novamente o exercício do contrarrelógio, nos 28,9 quilómetros que ligam a estreante vila de Oleiros ao centro da Sertã.
A 10 de agosto, já com as contas (quase) todas feitas, o camisola amarela passeará a sua vitória nos 167,1 quilómetros entre a novata aldeia de Burinhosa, concelho de Alcobaça, e a Avenida da Liberdade, em Lisboa.
O pelotão vai rolar em direção ao centro da capital portuguesa, passando por Torres Vedras junto à estátua de Joaquim Agostinho num gesto de homenagem ao grande campeão falecido há 30 anos, antes de poder finalmente respirar de alívio e festejar.
ZAP / Futebol365 / Lusa
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