Presidentes de Boca Juniors e River Plate esqueceram a rivalidade e almoçaram juntos. O assunto principal foi o formato do campeonato argentino: “Daqui a pouco temos 70 equipas…”.
Rodolfo D’Onofrio e Jorge Amor Ameal são os líderes dos dois “gigantes” do futebol argentino: D’Onofrio é o presidente do River Plate e Ameal é o presidente do Boca Juniors. Nesta quinta-feira, tal como aconteceu no início do ano passado, os dois dirigentes esqueceram a rivalidade e estiveram juntos.
Um almoço juntou os presidentes dos dois clubes, que têm tido uma boa relação desde que Jorge Amor Ameal assumiu a liderança do Boca Juniors. Na direção anterior do Boca, as trocas de acusações foram uma constante e a distância aumentou.
O coronavírus chegou e os dois grandes rivais quase sentiram necessidade de se juntarem e tomarem decisões importantes relativas ao futebol argentino – já conseguiram inverter uma decisão da federação de futebol local, em relação à rescisão de contrato com um canal de televisão.
Precisamente em relação aos direitos televisivos, embora não o digam oficialmente, os presidentes de Boca e River defendem que os seus clubes deveriam receber uma percentagem maior do lucro proveniente das transmissões televisivas, escreve o jornal Olé. Os líderes consideram que o impacto dos dois clubes no panorama do futebol argentino é maior do que aquilo que recebem.
Oficialmente, o assunto principal deste almoço foi o formato atual do campeonato argentino. Em 2021 a primeira divisão nacional vai começar com a segunda edição da Copa Diego Maradona (Boca Juniors foi campeão, há poucos dias): duas zonas com 13 equipas cada. Mais tarde haverá outro torneio, com 25 jornadas. Nenhuma equipa vai descer de divisão neste ano.
“Temos uma ideia permanente de campeonatos longos, com descidas. Temos que ter projeto superior. Queremos um futebol sério, com ordem. O mais importante não é discutir se há clássicos ou se não há clássicos”, afirmou Ameal.
“River e Boca são as duas locomotivas do nosso futebol. Seria absurdo não admitirmos isso. São os dois clubes que geram maior expetativa. Tanto River como Boca podem ajudar a criar um caminho diferente”, começou por dizer D’Onofrio, antes de concretizar.
“Não concordamos com a ausência de descidas de divisão. Um campeonato com 28 equipas é complexo, complicado. Há uma maioria que acha que esse formato é conveniente. Queremos que o futebol cresça mais. Devemos ter torneios atrativos e queremos que descer de divisão não signifique morrer. Se desces, depois sobes. Se não, daqui a pouco criamos um campeonato de 70 equipas ficamos todos felizes”, ironizou o presidente do River Plate.
Este encontro aconteceu dois dias depois da primeira final do campeonato argentino feminino profissional: o Boca Juniors goleou o River Plate por 7-0 e tornou-se no primeiro campeão da história da liga profissional de futebol feminino na Argentina.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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