O Sporting cumpriu a sua “obrigação” e foi vencer por 2-0 a casa do Boavista, numa 15ª jornada fundamental, uma vez que na próxima segunda-feira a formação de Alvalade recebe o Benfica, no grande dérbi do futebol português – e com seis pontos de vantagem.
A equipa de Rúben Amorim foi sempre superior, nunca deixou os “axadrezados” criarem muito perigo e marcou um tento em cada parte, sendo apenas sua a responsabilidade de não deixar o Porto com um resultado mais volumoso. Nuno Santos e Pedro Porro fizeram os golos, João Palhinha viu amarelo e falha o embate com as “águias”.
O jogo explicado em números
- Neto, Matheus Nunes, Nuno Santos e Sporar foram novidades na equipa do Sporting para este jogo. Quatro mexidas em relação ao “onze” da final da Taça da Liga, para os lugares de Gonçalo Inácio, João Palhinha (no banco), Pedro Gonçalves (castigado) e Tiago Tomás. Nos homens da casa, Adil Rami e Porozo fizeram dupla de centrais, uma vez que Devenish e Chidozie foram expulsos em Tondela, e com Alejandro Gómez a entrar para a lateral-esquerda, saído Nuno Santos (o do Boavista), e Ricardo Mangas a jogar a meio-campo.
- Arranque de jogo algo confuso, com muita luta, contacto físico e pouco futebol, e com muito mais Sporting, a registar 78% de posse de bola e o único remate do encontro, embora desenquadrado. No passe, os “leões” mostravam-se sólidos, com 87% de eficácia, contra 78% das “panteras”, e nas faltas o Boavista “ganhava”, com quatro cometidas contra uma.
- Mas no primeiro disparo na direcção da baliza do Boavista, surgiu o primeiro golo. Nuno Mendes recolheu um mau alívio da defesa boavisteira, cruzou da esquerda e Nuno Santos, mais rápido que todos, fugiu ao fora-de-jogo (teve de haver análise do VAR) para desviar para o fundo da baliza. Estava feito o primeiro no Bessa.
- Tímida foi a reacção do Boavista, que por volta da meia-hora não tinha mais do que 23% de posse e um remate, para defesa fácil de Adán. O Sporting jogava como queria, tapava os caminhos para a sua baliza e explorava facilmente as costas da defesa boavisteira e os espaços nas alas. Nuno Mendes, com 6.8, ia liderando os ratings, graças à assistência, mas também a duas ocasiões flagrantes criadas, dois cruzamentos eficazes em cinco e três dribles completos (100%).
- O Sporting chegava muito facilmente à área boavisteira e, aos 43 minutos, mais uma grande oportunidade, com Sporar a amortecer para João Mário e este, quase à entrada da pequena área, a permitir a defesa de Léo Jardim, numa espécie de “penálti em movimento”.
- Vantagem mais do que merecida do Sporting ao descanso, que aliás só pecava por escassa.
- Os “leões” mandaram por completo no jogo, na posse de bola, nos remates e na facilidade com que criavam lances de perigo, inclusive na grande área, onde registaram 12 acções com bola, uma delas para uma perdida incrível de João Mário. Valeu, contudo, Nuno Santos, autor do único golo nesta fase.
- Mas era Nuno Mendes, o “assistente” a liderar os GoalPoint Ratings, com 6.9. Além do passe para o golo, criou duas ocasiões flagrantes e completou as três tentativas de drible.
- Aos 53 minutos, mais uma grande perdida do Sporting. Nuno Santos fez tudo bem na esquerda e cruzou rasteiro para Sporar, que falhou quase em cima da linha de golo. Em defesa do atacante o facto de Léo Jardim ter tocado ao de leve na bola, o suficiente para lhe alterar a trajectória e atrapalhar a acção do esloveno.
- Mas na etapa complementar, o Boavista conseguiu equilibrar as operações, ao ponto de, à passagem da hora de jogo, registar 52% de posse de bola desde o descanso. Contudo, continuava com problemas para criar perigo e não somava qualquer remate nesta fase, contra três dos visitantes, um à baliza.
- À passagem do minuto 70 já o Sporting havia recuperado o domínio, com 57% de posse no segundo tempo, sendo que o Boavista continuava com um só remate em todo o jogo, realizado ainda na etapa inicial. Ao futebol rápido e objectivo do Sporting, os “axadrezados” respondiam com o recurso a cruzamentos e ao futebol pelo ar, chegando a esta fase com 23 duelos aéreos ofensivos contra dez dos visitantes.
- Assim, o Sporting aproveitou para ampliar a vantagem, aos 77 minutos. Pedro Porro arrancou um remate fantástico do fora da área, colocado e sem defesa para Léo Jardim. Um golo ao 11º remate leonino, quinto com boa direcção. Após decidir a final da Taça da Liga, o espanhol voltava a marcar. E aos 79 minutos, o recém-entrado Palhinha viu amarelo, pelo que falha o dérbi com o Benfica.
- Até final poucos lances de bom, futebol se viram. O Boavista continuou a tentar, mas sempre sem arte nem engenho para desbravar caminho entre a defesa leonina. Assim, o “leão” venceu e garantiu que na próxima jornada recebe o Benfica com seis pontos de vantagem sobre os “encarnados”.
O melhor em campo GoalPoint
Um caso sério esta época na Liga NOS. O lateral espanhol emprestado pelo Manchester City ao Sporting está a mostrar ser um dos grandes reforços da temporada, e poucos dias após decidir a final da Taça da Liga, ao marcar o único golo, Pedro Porro voltou a brilhar.
Com um GoalPoint Rating de 7.2, o “leão” foi o melhor em campo, tendo enquadrado os dois remates. Jogador mais interventivo, com 92 acções com bola, somou nove recuperações de posse e apostou bastante no passe longo (13, mas apenas cinco certos).
Jogadores em foco
- Nuno Santos 7.1 – Mais um jogo decisivo do extremo. É certo que fez apenas um remate, mas foi com ele que inaugurou o marcador. E no drible fez pouco, mas bem, com duas tentativas, ambas com sucesso e as duas no último terço.
- Nuno Mendes 6.6 – O lateral-esquerdo voltou a estar nos melhores momentos do Sporting. Na primeira parte arrancou o cruzamento que deu 1-0, e ao longo da partida fez três passes para finalização, todos eles criando ocasiões flagrantes de golo. No drible teve eficácia de 100% nas três tentativas.
- Jovane Cabral 6.3 – O jovem entrou a todo o gás, estando nos principais lances de desequilíbrio. Aos dois passes ofensivos valiosos juntou três acções com bola na área contrária e dois dribles eficazes.
- Jackson Porozo 6.2 – O jovem equatoriano de 20 anos não acusou o facto de estar a fazer apenas o segundo jogo na Liga NOS (primeiro completo) e logo frente a um “grande”, e foi mesmo o melhor da equipa da casa. O central falhou apenas um de 17 passes, ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou, somou três intercepções e cinco alívios, e ainda fez um corte decisivo.
- Feddal 6.1 – Imperial pelo ar, o marroquino ganhou os cinco duelos aéreos defensivos em que participou (e os dois ofensivos), não dando hipóteses a um Boavista que participou em 29 duelos aéreos atacantes. Na retaguarda registou três bloqueios de passe/cruzamento.
- Javi García 6.1 – Habituado a jogos de grande cartaz, o espanhol foi dos melhores dos homens da casa, tendo enquadrados os seus dois remates e ganho os três duelos aéreos ofensivos em que interveio.
Resumo
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