O Sporting arrancou um importante triunfo por 1-0 no grande dérbi lisboeta da 16ª jornada da Liga NOS.
Num jogo nem sempre bem jogado, mas muito disputado e tacticamente rico, a formação de Alvalade fez o golo da vitória já em período de descontos, numa fase em que o empate parecia ser o resultado mais que certo.
Matheus Nunes facturou de cabeça e deu ao “leão” o primeiro triunfo sobre o rival lisboeta em Alvalade, para o campeonato, desde Abril de 2012. O Sporting continua invicto na Liga, enquanto o Benfica soma a terceira derrota e o terceiro jogo consecutivo sem vencer na prova.
O jogo explicado em números
- As duas equipas apresentaram-se para este dérbi com sistemas tácticos em tudo semelhantes, 3-4-3 para cada lado. O “leão” avançou com um “onze” semelhante a tantos outros, apenas com a novidade de Matheus Nunes no lugar de João Palhinha (no banco). Já as “águias” mostraram-se com Otamendi, Jardel e Vertonghen no trio de centrais, Grimaldo e Gilberto nos corredores, Rafa Silva e Franco Cervi na frente com Darwin Núñez. Destaque também para o regresso de Odysseas Vlachodimos, recuperado de Covid-19.
- Arranque de jogo bem animado em Alvalade, com as duas equipas a tentarem soltar-se, mas o Sporting a ter um ligeiro ascendente, com 52% de posse. Todavia, não houve remates nos primeiros 15 minutos, com as duas formações a conseguirem anular-se. Os três centrais do Benfica, porém, sofreram rapidamente uma mexida, uma vez que Jardel, aos 11 minutos, contraiu uma lesão muscular e teve de sair, entrando Gabriel e recuando Weigl para central.
- O primeiro disparo aconteceu aos 19 minutos, por Pizzi, que trabalhou bem na área e rematou rasteiro de pé esquerdo, ligeiramente ao lado da baliza de Adán, e quando bateu a primeira meia-hora, o equilíbrio era quase total: ambas as formações registavam um remate, o Benfica tinha apenas um ligeiro ascendente (54% de posse), nas acções com bola na grande área ambas apresentavam apenas duas, os expected goals (xG) eram idênticos (0,1) e no passe eram 81% de eficácia para os dois emblemas.
- Nuno Mendes, com 5,9, apresentava o melhor rating nesta fase, em especial devido aos dribles (dois eficazes em três tentativas) e às seis recuperações de posse. O melhor da equipa “encarnada” era Julian Weigl, com 5.7, com apenas um passe falhado em 14 e já três desarmes.
- A cinco minutos do descanso a primeira grande oportunidade do desafio. Nuno Mendes bateu canto da direita, Tiago Tomás desviou ao primeiro poste e Neto, ao segundo, cabeceou ao lado, quando tinha tudo para abrir o activo. Foi o ponto alto de uma fase de jogo que começava a mostrar mais “leão”, perante um Benfica que, a meio-campo, começava a perder a luta.
- Dérbi com uma primeira parte muito táctica, por vezes confusa, pouco inspirada e com ocasiões de golo raras. No total foram duas para cada lado, a mais perigosa para o Sporting, perto do intervalo.
- O “leão” foi para os balneários com um pouco menos de bola, mas mais remates (4-1), embora nenhuma equipa tenha enquadrado qualquer tentativa. O principal dado que aponta para a ligeira superioridade leonina vai para o número de acções com bola na área adversária: sete para os da casa, duas para os visitantes.
- O melhor em campo nesta altura era Julian Weigl, o homem mais defensivo do meio-campo benfiquista, que teve de recuar com a lesão de Jardel. O alemão teve muito trabalho e registava um GoalPoint Rating de 6.0, com destaque para quatro recuperações de posse, três desarmes e quatro alívios.
- Boa reentrada do Benfica em campo, com Darwin Núñez a obrigar Adán a defesa apertada, no primeiro lance de ataque. Respondeu o Sporting num rápido contragolpe, com Tiago Tomás a deixar para Pedro Gonçalves, valendo aos forasteiros…. Weigl, que bloqueou o disparo.
- Equilíbrio era a nota dominante chegada a hora de jogo, com as equipas a dividirem a posse de bola, embora o Sporting conseguisse chegar com mais frequência ao último terço, com algum perigo. Ainda assim eram os “encarnados” a registarem mais um remate (3-2) na segunda parte, e o único enquadrado do desafio, o tal de Darwin.
- Muito bem Nuno Mendes, um dos melhores em campo, em especial nos momentos defensivos. Por volta dos 70 minutos registava 12 recuperações de posse, quatro acções defensivas no meio-campo contrário e outras tantas intercepções. Aos poucos os “encarnados” começavam a desenvolver transições rápidas e a colocar em sentido o sector mais recuado dos “leões”, incluindo a atenção do esquerdino.
- Aos 80 minutos, João Palhinha rematou forte de fora da área e a bola saiu rente ao poste direito da baliza benfiquista, numa altura em que dava mais Benfica. Contudo, o golo acabaria por surgir, mas só nos descontos.
- Aos 92 minutos, cruzamento de Pedro Porro da direita, Odysseas Vlachodimos não conseguiu afastar com qualidade e a bola sobrou para Matheus Nunes na grande área que fez a emenda de cabeça. Golo sportinguista ao décimo remate no jogo, segundo enquadrado. Triunfo sportinguista, que aumentou assim para nove os pontos sobre o rival lisboeta.
O melhor em campo GoalPoint
Aposta ganha de Rúben Amorim. João Palhinha foi despenalizado à última hora, mas o treinador leonino deixou o “trinco” no banco e apostou em Matheus Nunes de início. E essa opção acabou por dar frutos.
Não só o médio realizou uma excelente prestação em termos globais, como marcou o golo da vitória leonina, já em período de descontos – o que lhe acabou por valer o destaque de MVP da partida, com um GoalPoint Rating de 7.8.
Aos 83% de passes certos, juntou seis longos certos em sete, dois dribles completos em quatro tentativas, e registou sete recuperações de posse e três desarmes.
Jogadores em foco
- Luís Neto 6.9 – Que grande jogo do central português. neto esteve intransponível, tendo ganho dois de três duelos aéreos defensivos e registado 14 acções defensivas – cinco desarmes, quatro intercepções e cinco alívios. Esteve também muito bem no passe, concluindo 90% dos 39 que fez, e não fosse a ocasião flagrante desperdiçada e poderíamos estar a falar do MVP.
- Sebastián Coates 6.6 – O seu colega da defesa não lhe ficou muito atrás. O uruguaio ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos e realizou quatro desarmes, anulando Darwin sempre que este lhe aparecia pela frente.
- Nuno Mendes 6.5 – O lateral leonino foi sempre um dos melhores em campo, desde o arranque de jogo e, olhando para os seus números finais,, não espanta: máximo de recuperações de posse (14), máximo (partilhado) de intercepções, máximo (também partilhado) de acções defensivas no meio-campo contrário e três dribles eficazes em seis tentativas.
- Gabriel 6.4 – O brasileiro entrou ainda na primeira parte, devido à lesão de Jardel, e acabou por ser o melhor em campo, sobressaindo na luta do meio-campo. Ao todo foram 12 recuperações de posse, quatro acções defensivas no meio-campo contrário, quatro desarmes e três intercepções.
- Jan Vertonghen 6.2 – O belga esteve muito “certinho”, conseguindo disfarçar com um excelente posicionamento e antecipação das jogadas o facto de não ter velocidade para travar jogadores como Tiago Tomás. O central acertou 92% dos passes que fez, somou oito recuperações de posse e três desarmes.
- Julian Weigl 6.1 – O melhor elemento da primeira parte. O alemão do Benfica foi uma espécie de “bombeiro” a apagar os “fogos” na zona central do terreno. Terminou com cinco recuperações de posse, três desarmes, cinco alívios e um bloqueio de remate.
Resumo
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