O vice-presidente do Benfica deu uma entrevista exclusiva à BTV, esta terça-feira, na qual abordou os maus resultados do plantel e a distância de nove pontos para o líder do campeonato.
Na entrevista ao canal de televisão do Benfica, Rui Costa frisou que “ninguém sai ilibado” da situação que a equipa atravessa no campeonato, mas quis deixar claro a toda a estrutura que “é proibido atirar a toalha ao chão”.
O vice-presidente das águias quis, portanto, deixar “duas mensagens claras”: “Quem não estiver disposto a este sacrifício, a este empenho e a representar um clube desta dimensão, não vai estar lá dentro. E temos todas as condições para ainda chegar ao título e é isso que vamos tentar fazer”, advertiu.
O dirigente, no entanto, escusou-se a dar justificações para a atual situação no campeonato, sublinhando que “não é isso que os adeptos querem ouvir”. “O nosso adepto, hoje, faz a conta a estes nove pontos, a que perdemos uma Supertaça, uma Taça da Liga e que saímos da Liga dos Campeões”, declarou.
“Não se chega a este ponto, com este atraso, sendo responsabilidade de uma pessoa só. E este é um aviso para todos nós, onde me incluo. Até ao fim da época vamos ver quem são os homens que temos dentro de casa para assumir esta responsabilidade e dar a volta a esta situação”, apontou.
O antigo jogador referiu várias vezes que apesar de a diferença de nove pontos para o líder Sporting, ainda “faltam 18 jogos de campeonato”, sem esquecer “uma Liga Europa” e também “uma meia-final da Taça de Portugal”.
São três competições onde o Benfica está inserido e fará “tudo para as conquistar”, pelo que “quem não estiver em condições de assumir essa responsabilidade, não irá fazer parte do grupo”.
“Isto é um ponto assente, e não vale só para o grupo de trabalho, vale para todas as vertentes, onde me incluo. É um momento para homens de grande coragem, atletas, treinadores. Sabemos todos a responsabilidade que é representar esta camisola e quem não conseguir sentir isso ou temer essa responsabilidade, então não pode encarar este desafio como queremos”, justificou.
Sobre a ausência de Jorge Jesus, que está infetado com covid-19, o administrador da SAD encarnada considerou que “foi outra perda importante”, mas reforçou que o importante é que “o mister está melhor e a recuperar bem”, embora não seja ainda possível dizer quando é que pode voltar a treinar.
Para o jogo com o Vitória de Guimarães, marcado para esta sexta-feira, Rui Costa afirmou que esta partida “não é só para vencer, é para dar uma resposta ao que tem sido feito”, lembrando que já têm “a equipa toda à disposição”.
Caso Palhinha abriu “precedente muito perigoso”
O vice-presidente do Benfica considerou ainda que a despenalização do médio do Sporting, João Palhinha, para o dérbi da última segunda-feira, que os leões venceram por 1-0 já no tempo de compensação, abriu “um precedente muito perigoso” no futebol português.
O dirigente dos encarnados frisou que “não foi por o João Palhinha jogar ou não que o resultado do Benfica se alterou”, mas lembrou que o clube da Luz teve “uma resposta diferente” em relação a um pedido semelhante feito para Nicolás Otamendi, quando o argentino completou uma série de cinco cartões amarelos à nona jornada.
“E se todos os clubes se manifestarem hoje da mesma forma, quantos cartões amarelos é que vão ser retirados a todos os jogadores? Quantos amarelos foram mal dados em jogos que até não têm a mesma importância que os do Benfica, do FC Porto e do Sporting? Abriu-se aqui um precedente muito perigoso e é a isso que temos de estar atentos.”
Questionado sobre a alegada falta de voz do clube em questões onde terá sido alegadamente prejudicado nesta época, Rui Costa garantiu que o facto de o Benfica não estar “em gritaria”, não significa que “não esteja atento ao que se passa”.
“Temos tentado respeitar todas essas entidades, dar o exemplo, mas, se calhar, estamos enganados. Olhando para o panorama, se calhar temos de fazer como os outros“, ironizou.
Entre os exemplos de situações às quais o clube está atento, o administrador da SAD lembrou o facto de o Benfica não ter “nenhum penálti [a favor na I Liga] até ao dia de hoje”, e voltou a referir que isso “não é uma coisa que passe ao lado” da estrutura.
“Repito: temos tentado respeitar todas as entidades envolventes ao futebol. Mas, se isso não basta, se calhar temos de atuar como os outros e mudar o nosso rumo também”, concluiu.
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