Braga 1-1 FC Porto | Duelo aceso deixa tudo em aberto

A primeira mão da meia-final da Taça de Portugal entre Braga e Porto foi quente. O empate 1-1 acaba por ser ofuscado por diversos incidentes, todos lamentáveis. O primeiro a lesão grave de David Carmo, após lance com Luis Díaz – que acabou expulso.

Depois, já bem dentro dos longos minutos de descontos, a agressão de Matheus Uribe a Ricardo Esgaio, que deixou os “dragões” com nove elementos. Os minhotos aproveitaram para empatar num dos últimos lances do jogo. Mehdi Taremi e Fransérgio fizeram o melhor do encontro, os golos.

O jogo explicado em números

  • Carlos Carvalhal aprendeu com o “erro” do jogo da Liga NOS, há poucos dias, e apresentou-se de início com o esquema que conseguiu dar a volta ao “dragão” na segunda parte, um 4-4-2 com Wenderson Galeno na esquerda, Lucas Piazón na direita e Andraz Sporar na frente. O Porto apresentou apenas duas alterações em relação a essa partida, com Diogo Costa na baliza no lugar de Marchesín e Fábio Vieira a render Jesús Corona.
  • Logo aos nove minutos o 1-0. E que golo. Matheus saiu-se sem nexo da área para afastar de cabeça, mas colocou a bola nos pés de Mehdi Taremi que, de primeira, fez um chapéu monumental ao guarda-redes brasileiro. Dois remates para os “dragões”, ambos enquadrados, e estava inaugurado o marcador.
  • No primeiro quarto-de-hora o domínio era dos portistas, que registavam 62% de posse e os tais dois disparos, contra nenhum dos homens da casa, mas ambas as formações apresentavam eficácias de passe um pouco baixas: os “arsenalistas” 72% e os portistas 73%. O futebol dos dois lados ainda era algo confuso.
  • Em desvantagem, os minhotos começaram a pegar no jogo aos poucos e à meia-hora já registavam 51% de posse, mas só um disparo, desenquadrado, permitindo cinco aos “azuis-e-brancos”, dois com boa direcção.
  • Contudo, os forasteiros estavam a sentir dificuldade em rematar na área bracarense, somando quatro de fora. No número de faltas, os da casa lideravam, com sete, contra três, e em cantos tudo empatado (dois para cada).
  • Intervalo Vantagem lógica do FC Porto ao descanso, por tudo o que aconteceu na primeira parte. A posse de bola não é o melhor indicador de análise, pois o Braga equilibrou nesse capítulo, mas nunca soube decidir bem o último passe, pelo que o seu poder ofensivo foi limitado. Ao invés, os “dragões” aproveitaram para rematar sempre que conseguiam chegar ao último terço, terminando esta etapa com oito disparos contra dois, três enquadrados contra nenhum e um grande golo apontado por Taremi, após erro de Matheus. O melhor em campo ao intervalo era mesmo o iraniano, com um GoialPoint Rating de 6.8, graças a três remates, dois enquadrados, cinco acções com bola na área contrária e sucesso nas três tentativas de drible.
  • Arranque de segundo tempo com uma grande perdida para o Braga. Aos 49 minutos, Sporar fugiu a todos, mas tentou colocar em demasia a bola à saída de Diogo Costa e esta acabou por sair rente ao poste direito. Um sinal das intenções bracarenses, com os minhotos a reentrarem na partida empenhados em chegar ao empate.
  • A hora de jogo chegou com os “arsenalistas a registarem 64% de posse no segundo tempo e os dois únicos remates desta fase, mas sem a melhor direcção, e as três únicas acções com bola na área contrária desde o descanso. Neste período o “dragão” pouco conseguia passar do seu meio-campo, mas quando conseguiu, aos 65 minutos, Luis Díaz fugiu pela esquerda e obrigou Matheus a grande defesa.
  • Esse lance, contudo, foi de infelicidade para David Carmo, pois o colombiano acabou por atingir o central bracarense quando este tinha o pé no chão. Lesão grave e arrepiante que marcou o jogo e que o juiz considerou passível de vermelho directo para o extremo.
  • Se o Braga já estava a pressionar, com mais um o domínio acentuou-se bastante, mas teve pela frente um Porto que, neste contexto, não teve qualquer problema em recuar para a sua grande área e defender com unhas e dentes a vantagem. Assim, a tarefa minhota acabou por se tornar mais complicada, mas esteve quase a empatar aos 94 minutos (foram 12 de descontos), numa jogada confusa em que Pepe evitou o golo quase em cima da linha.
  • Mas o jogo ainda teria muitos incidentes. A começar com novo vermelho para um jogador do Porto, Matheus Uribe, por agressão a Ricardo Esgaio. Cenas feias que estragaram o que restava da partida. Mas nos poucos minutos que restavam, o Braga aproveitou a vantagem numérica de dois jogadores para empatar. Sprorar cabeceou ao poste, a bola sobrou para Fransérgio e este “fuzilou”, empatando a partida.

O melhor em campo GoalPoint

Num jogo de luta, o MVP da partida foi um dos jogadores que melhor encararam esse espírito, mas de forma positiva (fez só duas faltas). Al Musrati terminou o jogo com um GoalPoint Rating de 7.9, tendo enchido o campo e participado com qualidade nos vários momentos de jogo. Ofensivamente criou uma ocasião flagrante, fez cinco passes ofensivos valiosos e completou 90% dos 58 passes que realizou. Dos 12 passes longos teve êxito em 11 e somou 14 passes progressivos eficazes. Defensivamente apresentou 11 recuperações de posse, seis acções defensivas no meio-campo contrário e assinou o máximo de desarmes na partida (5).

Jogadores em foco

  • Fransérgio 7.6 – Terceiro jogo consecutivo de Fransérgio a marcar. O médio brasileiro é um perigo quando se integra na área e fez um golo desta forma. Além disso, realizou quatro remates, oito passes progressivos valiosos, completou as suas tentativas de drible e participou em oito duelos aéreos ofensivos (ganhou só dois).
  • Sérgio Oliveira 6.6 – O melhor elemento do FC Porto. O médio completou as três tentativas de drible e esteve muito atento no seu posicionamento, terminando a partida com quatro bloqueios de passe.
  • Mehdi Taremi 6.5 – O iraniano não pára de marcar. Desta feita mais um golo, a aproveitar um erro tremendo de Matheus, com um belo chapéu. Excelente a forma como se posiciona sempre nos espaços vazios, dando linhas de passe e ganhando muitas segundas bolas. Com dois remates enquadrados em três, somou cinco acções com bola na área contrária, todas na primeira parte, completou três de quatro tentativas de drible e ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou.
  • Chancel Mbemba 6.3 – Solidez é o nome do meio de Mbemba. O congolês voltou a estar muito consistente, ganhando cinco de seis duelos aéreos defensivos e somando quatro intercepções e incríveis 14 alívios.
  • Nico Gaitán 6.2 – Mais uma vez o argentino entrou e mexeu no jogo, nos cerca de 31 minutos em que esteve em campo. O extremo fez o centro que Sporar cabeceou ao poste, antes da recarga de Fransérgio. Fez dois passes para finalização, cinco passes ofensivos valiosos e completou três de seis cruzamentos.
  • David Carmo 5.5 – Uma palavra para o azarado na noite. O central bracarense estava a fazer uma partida discreta, muito por culpa do pouco trabalho na segunda parte. Mas estava bem no passe, com nove longos completos em 16 e 11 passes progressivos eficazes. Que volte rápido aos relvados.

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