O Porto conseguiu manter a diferença de dez pontos em relação ao líder Sporting na tabela, em vésperas de as duas equipas se defrontarem no “clássico” do Dragão, no próximo sábado, em jogo potencialmente decisivo para o campeonato.
Porém, a tarefa não foi fácil e a vitória por 2-1 na visita ao Marítimo aconteceu apenas nos descontos, e de grande penalidade.
Antes disso, os “azuis-e brancos” atacaram muito, marcaram por Matheus Uribe no primeiro tempo, permitiram o empate de Léo Andrade e muitas ocasiões flagrantes aos maritimistas. Marchesín foi herói na baliza e, depois, Otávio converteu o penálti decisivo.
O jogo explicado em números
- Os “dragões” regressaram ao seu esquema-tipo, um 4-4-2 em que apenas a ausência de Otávio – jogou Luis Díaz – foi a nota dominante. O médio tem estado com alguns problemas físicos e começou o encontro no banco. Isto em relação ao encontro com o Boavista na jornada passada, na qual os portistas apresentaram-se com três centrais. Já relativamente à vitória sobre a Juventus, a diferença foi mesmo apenas a saída de “Otavinho”. Os insulares, por seu turno, fizeram uma “revolução, com sete mudanças relativamente ao desaire em Tondela.
- Cedo se percebeu que a vida do Marítimo não ia ser fácil. Aos 14 minutos, quando o Porto inaugurou o marcador, os “dragões” registavam 71% de posse de bola e o golo surgiu ao segundo remate visitante, primeiro enquadrado. O lance foi confuso, com ressaltos, a defesa maritimista incapaz de afastar a bola e Matheus Uribe a rematar para o fundo da baliza.
- Neste primeiro quarto-de-hora, os “azuis-e-brancos” acumularam sete acções com bola na área contrária e limitavam os anfitriões a um remate (enquadrado) e somente 67% de eficácia de passe. Contudo, aos 18 minutos, surgiu o empate. Canto da direita, remate de Joel Tagueu e Léo Andrade surgiu na pequena área a finalizar. Um lance que precisou de análise do VAR para confirmar a posição regular do brasileiro. Dois disparos para cada lado, dois golos.
- À meia-hora o jogo estava algo confuso, com muita luta, pouco futebol de qualidade, o “dragão” ainda a dominar a posse de bola (68%), mas a permitir inúmeros lances de perigo por parte do Marítimo, que registava quatro disparos, três deles enquadrados, enquanto os portistas não rematavam desde o golo de Uribe.
- Aos 34 minutos, “gigante” Amir a evitar por duas vezes o golo do Porto, primeiro ao esticar-se para parar um cabeceamento “venenoso” de Zaidu, e na sequência a dar “o corpo às balas” para bloquear a recarga pronta de Mehdi Taremi. Num só lance os expected goals (xG) do Porto subiram de 0,4 para 1,1.
- O jogo começou com grande superioridade do Porto, mas aos poucos o Marítimo começou a crescer, conseguiu empatar e, apesar de ter tido pouca bola, chegou ao descanso com mais um remate que os portistas e os mesmos enquadrados. Assim, o resultado ajustava-se ao que se passara em campo, com o autor do golo do Porto, Uribe, a ser o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.4, ele que completou 84% dos passes que realizou, recuperou quatro vezes a posse de bola e ganhou dois de três duelos aéreos.
- Grande pressão dos “dragões” no segundo tempo. No primeiro quarto-de-hora, os portistas remataram mais (5) do que em toda a primeira metade (4), e continuaram a dominar, com um registo de 67% de posse de bola. Mesmo assim deixavam espaço na defesa para os madeirenses atacarem, pelo que os da casa somaram três remates, dois enquadrados, neste período.
- Muito bem os dois guarda-redes à passagem dos 70 minutos. Marchesín, com 6.5, e Amir, com 6.2, registavam ambos quatro defesas, no caso do iraniano todas a remates na sua grande área, o argentino com três destas, e no passe os dois registavam uma distância média dessas entregas de 28 metros. Colectivamente, o Porto já estava de novo com mais de 70% de posse e acumulava 24 acções com bola na área maritimista.
- Num dos vários lances de contra-ataque, aos 83 minutos, Alipour fugiu em velocidade, isolou-se, mas adiantou demasiado a bola e, quando conseguiu o remate, já tinha Marchesín “em cima” a fazer a mancha. E na sequência do canto, duas defesas “impossíveis” do guardião portista, a cabeceamento de Zainadine e depois na recarga de Léo Andrade. As melhores ocasiões do jogo, tirando os golos, naturalmente.
- Adivinhava-se o empate… mas aos 90 minutos, o árbitro assinalou falta de Rúben Macedo sobre Francisco Conceição na grande área. Penálti que Otávio não desperdiçou, batendo Amir num momento decisivo da partida, aos 93 minutos, no 14º remate portista no jogo, sexto com boa direcção. Um duro golpe para uma equipa do Marítimo que criou ocasiões suficientes para conseguir outro resultado.
O melhor em campo GoalPoint
Exibição de encher o campo de Matheus Uribe. O colombiano foi o melhor elemento no embate no Funchal, com um GoalPoint Rating de 7.4, pelo golo que marcou, mas não só. Além de nove passes ofensivos valiosos (máximo do jogo), o médio completou 91% dos 82 passes que realizou, somou oito entregas progressivas certas, 94 acções com bola (máximo) e 11 recuperações de posse, número apenas ultrapassado pelas 12 de Hermes. Uribe garantiu não só solidez defensiva, como também qualidade na construção e no ataque.
Jogadores em foco
- Marchesín 7.1 – Que grande exibição do argentino. Marchesín foi um autêntico “salvador da pátria”, ao realizar algumas defesas verdadeiramente decisivas, em especial no segundo tempo. Ao todo foram seis, máximo da jornada, cinco a remates na grande área, dois a menos de oito metros de distância.
- Francisco Conceição 6.3 – O jovem entrou e abanou com o jogo do Porto. Em apenas 27 minutos fez quatro passes ofensivos valiosos, completou duas de quatro tentativas de drible, somou duas acções defensivas no meio-campo contrário, bem como dois bloqueios de passe, e sofreu três faltas, uma delas que originou a grande penalidade decisiva.
- Mehdi Taremi 6.1 – Desta feita o iraniano não marcou, mas mexeu muito com o futebol ofensivo do Porto. Foi um dos três jogadores com quatro remates, fez uma assistência, cinco passes ofensivos valiosos e registou seis acções com bola na área contrária. Foi o jogador mais carregado em falta, quatro vezes, três em zona de perigo. Nota negativa para uma ocasião flagrante desperdiçada.
- Léo Andrade 6.0 – Um central que é um perigo no ataque, o brasileiro marcou o golo do Marítimo e poderia ter bisado, não fosse Marchesín realizar uma defesa estupenda a negar-lhe a conversão de uma ocasião flagrante. Léo foi o melhor dos insulares, com dois remates, ambos enquadrados – registou expected goals de 1,3 -, e na retaguarda ganhou dois duelos aéreos defensivos de três e somou cinco alívios.
- Amir 5.9 – O guardião iraniano não teve culpa nos golos do Porto e foi mesmo o segundo melhor da sua equipa, com quatro defesas, todas a remates na sua grande área.
- Sérgio Oliveira 5.8 – Desta feita, o médio portista esteve menos assertivo, em especial no passe. Aos todo falhou 14, o máximo do jogo, tendo registado 20 perdas de posse. Do lado positivo os sete passes ofensivos valiosos e os dois passes para finalização.
Resumo
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