O Benfica está fora da Liga Europa depois de ter perdido, na Grécia, frente ao Arsenal, por 3-2. É o segundo ano consecutivo que as águias caem nos 16 avos de final da Liga Europa.
O Benfica caiu muito perto do fim. Numa eliminatória dos 16 avos-de-final frente ao Arsenal, que começou em desvantagem para os portugueses devido ao empate 1-1, os “gunners” marcaram primeiro, mas os “encarnados” empataram ainda na primeira parte, por Diogo Gonçalves, e colocaram-se inclusive na frente do jogo, por Rafa Silva.
Contudo, os homens “da casa” pressionaram muito à procura da reviravolta, que foi consumada aos 87 minutos, por Pierre-Emerick Aubameyang.
O jogo explicado em números
- Jorge Jesus voltou a apostar num esquema de três centrais, tal como o fizera na primeira mão, mas procedeu a algumas alterações na frente de ataque. Luca Waldschmidt e Darwin Núñez saíram do “onze” e entraram Haris Seferovic e Rafa Silva, este nas costas do suíço, mais solto, para aplicar a sua velocidade nas transições. Do lado inglês a única novidade foi a saída de Cédric Soares para a entrada de Kieran Tierney, no lado esquerdo da defesa.
- Tal como no jogo da primeira mão, o Arsenal pegou no jogo e o Benfica colocou-se na expectativa e a tentar as transições rápidas. Nos primeiros 15 minutos os “gunners” registavam 53% de posse de bola, ambas as formações tinham um remate, os ingleses o único enquadrado. Os “encarnados” tinham mais uma acção com bola na área contrária (3-2), e situações de perigo nem vê-las.
- Mas à primeira, o Arsenal marcou mesmo. Aos 21 minutos, Aubameyang recebeu um passe de Bukayo Saka, fugiu ao fora-de-jogo e, ao contrário da primeira mão em que foi muito perdulário, desta feita o atacante não perdoou. Ao terceiro remate, segundo com boa direcção, os ingleses colocavam-se na frente do marcador.
- O Benfica sentiu o toque e demorou a reagir, mas aos poucos começou a ter mais bola, ao ponto de, à passagem da meia-hora, já ter recuperado para 48% a posse, mas sem espaços ou ideias para furar a defesa inglesa. Álex Grimaldo, com um rating de 5.5, era o melhor das “águias”, graças a quatro recuperações de posse e um passe para finalização. Até que aos 34 minutos, Jan Vertonghen cabeceou com muito perigo, mas por cima.
- Mas o Benfica acabaria mesmo por marcar. Julian Weigl integrou-se no ataque, sofreu falta à entrada da área e, na superior conversão do livre directo, Diogo Gonçalves marcou um grande golo, que empatou a eliminatória e anulou a vantagem inglesa do golo fora de casa. Um tento ao terceiro remate “encarnado”, primeiro enquadrado. E até ao intervalo a turma lusa empurrou o Arsenal para a sua defesa.
- Tudo empatado ao descanso, no jogo e na eliminatória. O Arsenal começou melhor, dominou, marcou um golo, mas o Benfica reagiu e foi superior o derradeiro quarto-de-hora, com mais bola, lances de ataque e um empate conseguido por Diogo Gonçalves num espectacular golo de livre directo. A formação benfiquista chegou ao intervalo com menos remates, mas mais acções com bola na área contrária (8-5). Diogo Gonçalves era o melhor em campo nesta fase, com um GoalPoint Rating de 7.0, pelo golo, mas também pelos três passes ofensivos valiosos, os 95% de eficácia de passe, quatro recuperações de posse e duas faltas sofridas.
- Ainda antes da hora de jogo, Jorge Jesus realizou várias alterações, lançando Darwin, Everton “Cebolinha” e Gabriel, para as vagas de Seferovic, Pizzi e Adel Taarabt. O Arsenal estava por cima neste arranque de segunda parte e o técnico benfiquista sentiu necessidade de fazer mudanças. E com felicidade chegou ao 2-1, aos 61 minutos.
- Helton Leite, muito bem, ganhou nas alturas e colocou rapidamente a bola em Rafa Silva. Dani Ceballos – que já havia feito a falta sobre Weigl que deu o 1-1 -, tentou atrasar para Bernd Leno, mas ficou curto, Rafa foi veloz, interceptou a bola, passou o guardião alemão e fez o 2-1 para as “águias” – ao primeiro remate benfiquista no segundo tempo, dois tentos nos únicos “tiros” enquadrados.
- Aos 65 minutos o Benfica sabia que só com dois golos dos ingleses seria eliminado. Os londrinos, por seu turno, tinham agora de atacar e registavam 63% de posse de bola no segundo tempo. E rapidamente empataram o jogo. Aos 67 minutos, Tierney trabalhou bem na esquerda da grande área e rematou cruzado, muito colocado, para o 2-2.
- Como se previa, a partir daqui o Arsenal pegou em definitivo no jogo e aos 75 minutos registava 68% de posse de bola no segundo tempo, cinco remates, ambos enquadrados, contra dois do Benfica (um com boa direcção). Asa duas equipas mostravam competência no passe, os londrinos com 90% de eficácia, os lisboetas com 85%.
- A pressão “gunner” era grande e o golo acabou por surgir. Novamente Saka no passe, do lado direito, e ao segundo poste, Aubameyang cabeceou para o 3-2, aos 87 minutos. Reviravolta na eliminatória e o Benfica precisava agora de marcar, mas já não foi a tempo.
O melhor em campo GoalPoint
O jovem Diogo Gonçalves aproveitou da melhor forma a titularidade – que já tinha tido na primeira mão – para cimentar a sua posição como opção. Dono de todo o corredor direito, o antigo extremo, agora adaptado a lateral, esteve muito atento defensivamente, conseguindo cinco recuperações de posse, dois desarmes e três intercepções, fez quatro cruzamentos e foi dele o golo do empate, na superior conversão de um livre directo. Por tudo isto foi o melhor em campo em Atenas, com um GoalPoint Rating de 7.2.
Jogadores em foco
- Lucas Veríssimo 6.4 – É certo que foi o homem batido pela rapidez de Aubameyang no ataque ao segundo poste e que acabou no golo que eliminou o Benfica, mas o brasileiro esteve sempre muito seguro. Além da qualidade no passe (90% de eficácia em 73 entregas), somou nove passes progressivos eficazes, registou dez recuperações de posse e um bloqueio de remate.
- Rafa Silva 5.9 – Foi o único jogador capaz de esticar o jogo do Benfica, com velocidade e intensidade. Com quatro acções com bola na área contrária, sete tentativas de drible (três completas) e dois desarmes, foi dele o segundo tento benfiquista, num lance de grande oportunismo.
- Aubameyang 7.0 – O “carrasco” do Benfica nesta partida. Se na primeira mão falhou golos incríveis, desta feita redimiu-se, com dois tentos, um deles decisivo. Fez três remates, enquadrou dois, somou oito acções com bola na área benfiquista e ganhou os três duelos aéreos ofensivos em que participou.
- Pizzi 5.7 – O médio, dono de muitos passes que desequilibram defesas, esteve algo apagado. Na conta pessoal ficam um passe para finalização, três passes ofensivos valiosos e conseguiu quatro intercepções (máximo do jogo), mas também o máximo de passes (11) e passes de risco (5) falhados.
- Saka 6.9 – Um desequilibrador por excelência. O inglês não parou um segundo, somou cinco acções com bola na área benfiquista, tentou cinco vezes o drible (dois completos), e dos seus pés saíram as assistências para os golos de Aubameyang, nos dois únicos passes para finalização.
- Grimaldo 5.6 – Saiu exausto, após fazer todo o corredor esquerdo, mas sempre com competência. Somou cinco passes ofensivos valiosos, seis recuperações de posse e quatro bloqueios de passe/cruzamento.
Resumo
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