Suado, mas justo. O FC Porto recebeu a equipa-sensação da Liga NOS, o Paços de Ferreira, sentiu dificuldades para criar perigo, mas acabou por marcar por duas vezes no espaço de um minuto, arrumando com a questão do vencedor num abrir e fechar de olhos.
Até então o Paços tinha conseguido manter os “dragões” relativamente controlados, embora abdicando em grande medida dos momentos ofensivos, pelo que estatisticamente, os campeões nacionais justificam em pleno o resultado. Pepe e Sérgio Oliveira – com a colaboração de Jordi – fizeram os golos.
O jogo explicado em números
- Quem pensava que Sérgio Conceição ia poupar jogadores após o exigente encontro em Turim com a Juventus, enganou-se por completo. O treinador apostou exactamente no mesmo “onze” para defrontar os “castores”. Os pacenses imitaram os portistas e também não fizeram mudanças relativamente à formação inicial que bateu o Nacional da Madeira na ronda 22.
- Início de jogo com muito Porto, a pressionar em zonas altas, para quebrar cedo a construção baixa dos pacenses. Ao primeiro quarto-de-hora, os homens da casa tinham 63% de posse de bola, superioridade no passes (80%-74% de eficácia) e mais acções com bola na área contrária (5-1), mas as duas formações estavam empatadas em remates (1-1) e os forasteiros ganhavam em enquadrados (0-1).
- À meia-hora os “dragões” eram a equipa mais perigosa, mas ainda sem uma ocasião flagrante, apesar dos seus quatro remates. Mas continuavam sem acertar com a baliza contrária. O Paços ia, aos poucos, libertando-se das amarras portistas e nesta fase já somava três acções defensivas no meio-campo contrário, sinal de que começava a subir no terreno.
- Aos 42 minutos finalmente uma boa ocasião. Sérgio Oliveira bateu um livre da esquerda, a bola passou por todos e Pepe, ao segundo poste, desviou, mas a bola acabou na malha lateral da baliza de Jordi. Estava difícil haver golos e o nulo manteve-se até ao descanso.
- Ao intervalo, tarefa complicada para o Porto perante um Paços com a lição muito bem estudada.
- Os “dragões” dominaram em termos de posse de bola, atacaram e remataram mais, e até criaram os lances de maior perigo, mas nada que fizesse tremer a defesa dos “castores” que, por seu turno, foram pouco mais do que inofensivos.
- O melhor nesta fase era Zaidu. O lateral-esquerdo do Porto registava um GoalPoint Rating de 6.2, com dois passes para finalização, dois duelos aéreos defensivos ganhos (100%) e três desarmes.
- Aos 54 minutos, Mbemba tentou o cruzamento da esquerda, mas a bola embateu na barra da baliza de Jordi, numa fase inicial do segundo tempo com os “dragões” em cima do Paços. E Aos 58 minutos, Jordi, com a ponta dos dedos, evitou o golo após remate cruzado de Marega.
- Mas a oportunidade mais clara do jogo até então aconteceu aos 62 minutos, e para o Paços. Livre da esquerda e, ao segundo poste (um pouco como o lance de Pepe na primeira parte), Marcelo apareceu a cabecear praticamente em cima, de Marchesín, mas o argentino, em grande forma, realizou uma defesa de grandes reflexos, evitando um golo certo.
- O Porto chegava aos 65 minutos com impressionantes 81% de posse de bola no segundo tempo, bem como cinco remates, um só enquadrado, contra um disparo do Paços, o tal de Marcelo. Os visitantes sentiam dificuldade para ligar o seu jogo, não passando dos 61% de eficácia de passe.
- Faltava fantasia e desequilíbrio no futebol do Porto – e alguma frescura física -, pelo que Sérgio lançou Francisco (Conceição) e Luis Díaz, para os lugares de Manafá e Marega, jogadores com passagens discretas pelo jogo. Coincidência ou não, o Porto chegou aos golos logo a seguir, e de rajada.
- Sérgio Oliveira bateu um canto da esquerda e Pepe, ao primeiro poste, desviou subtilmente, com a bola a entrar junto ao poste mais distante. E aos 78, o próprio Sérgio Conceição rematou forte, Jordi tentou interceptar, mas não afastou nem agarrou a bola e esta acabou por entrar. Um “frango” daqueles…
- Dois tentos que “arrumaram” com a resistência do Paços, que não só não conseguiu manter a sua baliza inviolada, como continuou pouco acutilante em termos ofensivos, pelo que o jogo encaminhou-se para o fim completamente controlado para os homens da casa.
O melhor em campo GoalPoint
Alta rotação. É como Sérgio Oliveira tem estado esta temporada. A época tem sido longa e intensa, em Turim o médio marcou dois golos, jogo muito e terminou exausto, mas este domingo, em mais um teste complicado, o “patrão” do meio-campo portista voltou a ser o melhor em campo.
O GoalPoint Rating de 8.8 é um dos mais altos da época e reflecte um golo, uma assistência, quatro passes para finalização, nove passes ofensivos valiosos (máximo do jogo), 89 acções com bola (segundo registo), quatro acções com bola na área contrária, três dribles eficazes (100%) e três duelos aéreos ofensivos ganhos (também 100%).
Parece que esteve a descansar durante a semana.
Jogadores em foco
- Matheus Uribe 7.8 – Já não é a primeira vez que os dois médios do Porto são os melhores em campo. Logo a seguir a Sérgio nos ratings surge o seu parceiro de sector, Uribe, que esteve imparável nos momentos defensivos. Foram dez recuperações de posse, cinco acções defensivas no meio-campo adversário e impressionantes oito desarmes.
- Zaidu 7.3 – O melhor do primeiro tempo, manteve a bitola no segundo e terminou com excelente rating. O nigeriano fez dois passes para finalização, completou 88% dos passes que realizou, teve sucesso em todos os dribles que tentou (5) e ganhou os quatro duelos aéreos defensivos em que participou.
- Pepe 7.1 – Mais um jogo tremendo do veterano jogador. Pepe voltou a ser um líder nos momentos defensivos, mas também ofensivos. Foi ele o autor do primeiro golo, num belo desvio de cabeça, recuperou oito vezes a posse de bola e esteve irrepreensível no passe, com o máximo de entregas certas (78), nove passes longos completos em 18 e oito passes progressivos eficazes. Foi o jogador mais interventivo, com 100 acções com bola.
- Otávio 6.5 – Mais um jogo fundamental do brasileiro. Otávio fez sete passes ofensivos valiosos e voltou a ser um foco de equilíbrio, registando três desarmes e quatro acções defensivas no meio-campo contrário.
- Marchesín 6.3 – O guarda-redes do Porto não teve muito trabalho. Aliás, fez apenas duas defesas, ambas a remates na sua grande área. Mas aquela parada aos 62 minutos, a cabeceamento de Marcelo, valeu quase tanto como um golo.
- Jordi 5.8 – O guardião do Paços, por seu turno, acabou a noite com uma sensação agridoce, embora tenha conseguido o melhor rating da sua equipa. Até aos 78 minutos esteve impecável, seguro, mentalmente forte. Depois borrou a pintura no 2-0, com uma intervenção atabalhoada que acabou com a bola na sua baliza. Terminou com três defesas, todas a remates na sua área.
Resumo
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