Portugal empatou 2-2 na visita à Sérvia, num jogo em que esteve a ganhar por 2-0, deixou-se empatar, e chegou mesmo a fazer um terceiro tento, que a equipa de arbitragem não viu.
A turma das “quinas” realizou uma primeira metade de grande qualidade, fez dois golos, ambos por Diogo Jota, mas as mexidas da equipa dos Balcãs ao intervalo viraram “a mesa” e os da casa chegaram ao empate.
No último lance do jogo, Cristiano Ronaldo fez mesmo o 3-2, mas, apesar de a bola ter ultrapassado a linha de golo, este não contou.
O jogo explicado em número
- Muitas mudanças na equipa lusa em relação ao triunfo ante o Azerbaijão. Cédric Soares entrou para a lateral-direita, passando João Cancelo para a esquerda, e José Fonte a substituir Domingos Duarte. O meio-campo mudou por completo, com Danilo Pereira, Sérgio Oliveira e Bruno Fernandes a completar um tridente. Na frente, Diogo Jota, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo.
- Desde o início Portugal mostrou que estava na Sérvia para vencer. Aos oito minutos, Bernardo Silva trabalhou bem na direita e serviu Cristiano Ronaldo, que rematou com muito perigo, mas por cima da barra. mas aos 11 houve mesmo golo. Também na direita, Ronaldo deixou em Bernardo, este cruzou e, ao segundo poste, Diogo Jota surgiu a cabecear para o 1-0. Ao segundo disparo da turma das “quinas”, primeiro enquadrado, e o marcador funcionava.
- Boa entrada da equipa lusa em campo, que no primeiro quarto-de-hora controlou por completo as operações. Aos dois disparos, contra um dos homens da casa, os campeões europeus juntavam 53% de posse e superioridade no passe, em especial no vertical (64%-48%), o que lhes garantia uma melhor e mais efectiva progressão em campo.
- Com imperiosa necessidade de marcar, a Sérvia apertou um pouco mais no ataque e, à meia-hora, o equilíbrio já era a nota dominante, com a formação dos Balcãs a chegar aos quatro disparos mas nenhum com boa direcção. As 14 acções com bola na área portuguesa, contra cinco do outro lado, mostrava bem a maior pressão anfitriã no ataque… mas Diogo Jota estava implacável.
- Aos 36 minutos, desta feita foi Cédric Soares a cruzar, novamente da direita, com o atacante do Liverpool a surgir novamente nas alturas, na área contrária, a desviar para o 2-0. Três remates de Portugal, dois golos, uma eficácia tremenda e um aproveitamento perfeito do corredor direito.
- Antes do intervalo, Portugal controlou perfeitamente as operações em Belgrado e fez uma excelente primeira parte. Mais bola, definição dos ritmos do jogo e óptimo aproveitamento do flanco direito, de onde saíram os dois cruzamentos para os tentos de Diogo Jota.
- O avançado do Liverpool foi o melhor em campo nesta primeira metade, com um GoalPoint Rating de 6.9, graças aos dois golos, ambos de cabeça, nos dois únicos remates que realizou, tendo ainda somado quatro acções com bola na área contrária.
- Mau reinício para Portugal, que sofreu golo logo aos 46 minutos. Nemanja Radonjić cruzou da direita e Aleksandar Mitrović surgiu a cabecear para o fundo das redes – tento ao nono remate dos homens da casa. A sérvia estava mais perigosa e, ainda antes dos 60 minutos, Dušan Tadić obrigou Anthony Lopes a grande defesa. Logo a seguir, na sequência do canto, Sergej Milinković-Savić quase marcou de cabeça.
- Adivinhava-se o empate, que surgiu em cima da hora de jogo. Portugal atacava, desposicionou-se, e num rápido contra-ataque, Filip Kostić isolou-se e atirou a contar. A formação lusa até tinha mais bola no segundo tempo (59% nesta fase), mas os sérvios somavam quatro remate contra dois, três enquadrados.
- Portugal perdera o meio-campo, bem como a capacidade de penetrar na defesa contrária, e não arranjava forma de contrariar esta realidade. Aos 70 minutos, a Sérvia totalizava 28 acções com bola na área portuguesa, contra apenas dez, e mostrava uma grande facilidade para furar a defesa dos comandados de Fernando Santos em drible ou em rápidas trocas de bola.
- Nos últimos 15 minutos, já com Renato Sanches em campo, a turma das “quinas” voltou a ser dona do meio-campo e partiu em busca do golo da vitória. Nesta fase já os anfitriões estavam posicionados de forma a tapar os caminhos para a sua baliza, pelo que Portugal foi obrigado a recorrer a passes longos, sem grande efeito prático.
- Perto do fim, vermelho directo para Milinković-Savić, por entrada dura sobre Danilo Pereira, e no último lance do jogo, grande polémica. Cruzamento longo da esquerda de Nuno Mendes, Cristiano Ronaldo, ao segundo poste, chegou primeiro à bola que toda a gente e esta encaminhou-se para a baliza… e entrou. O ex-benfiquista Stefan Mitrović tirou a bola da baliza, mas a equipa de arbitragem não considerou que a bola tivesse passado a linha na sua totalidade…
O melhor em campo GoalPoint
Tremenda exibição do capitão da Sérvia. Dušan Tadić, estrela do Ajax, até esteve mais ou menos discreto na primeira parte, mas na segunda, com o domínio e pressão dos da casa, acabou por surgir ao seu melhor nível, sendo o principal desequilibrador da partida. O seu GoalPoint Rating de 7.3 premeia três passes para finalização, seis passes ofensivos valiosos, seis acções com bola na área contrária e ainda três intercepções.
Jogadores em foco
- Diogo Jota 7.0 – O melhor entre os portugueses, em especial pelo que fez na primeira parte. O extremo do Liverpool esteve imparável nas alturas, embora nem seja um jogador alto, tendo bisado com dois belos golos de cabeça. Enquadrou, assim, os dois únicos remates que fez, somou quatro acções com bola na área contrária e sofreu três faltas, duas em zona de perigo.
- Bernardo Silva 6.3 – Tal como Jota, a sua nota vale pela grande primeira parte, na qual fez o que quis do lado direito. Na sua conta pessoal figuram uma assistência, uma ocasião flagrante criada, três passes para finalização e completou 89% dos passes que realizou.
- João Cancelo 5.8 – Jogo interessante do lateral-esquerdo, a atacar e a defender. Em processo ofensivo completou as duas tentativas de drible, todas no último terço. Na retaguarda alcançou quatro intercepções.
- Cristiano Ronaldo 4.5 – A nota de Ronaldo acaba afectada pelo golo invalidado mas ilustra um jogo pouco conseguido até então. O português terminou o jogo como o mais rematador, com seis disparos, um só enquadrado, quatro de fora da área, e uma ocasião flagrante falhada.
- Filip Kostić 6.8 – O craque do Eintracht de Frankfurt viveu um pesadelo na primeira parte, pois foi pelo seu corredor que Portugal construiu os dois golos. Mas no segundo tempo esteve em grande nível, marcando um golo e somando dois passes para finalização e cinco cruzamentos de bola corrida eficazes em sete tentativas.
- Aleksandar Mitrović 6.2 – Dois jogos, três golos nesta qualificação. O ponta-de-lança fez o primeiro tento sérvio, num oportuno golpe de cabeça, terminando com três remates, dois enquadrados, sete acções com bola na área lusa (máximo do jogo) e seis duelos aéreos ofensivos ganhos em nove.
Resumo
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