Nota artística: Portugal ao ritmo de Crist(ian)o Superstar

https://soundcloud.com/nuno-teixeira-264830877/luxemburgo-1-3-portugal-o-musical

O foco de hoje é o Luxemburgo-Portugal.

Mas vou começar pelo segundo acto deste drama da seleção nacional, dividido em três actos.

Na Sérvia: muitos comentários já se fizeram sobre o momento em que o número 7 atirou a braçadeira de capitão para o chão.

Mas eu centro-me no que ele fez segundos antes: caminhou na direção do balneário quando o jogo ainda estava a decorrer. Sim, em princípio o árbitro iria encerrar o duelo logo a seguir, quando o guarda-redes atirasse a bola para a frente… Mas e se não o fizesse? A partida a decorrer e Portugal com menos um jogador porque esse jogador saiu mais cedo, irritado; porque esse jogador pode fazer o que quiser sem ser castigado; porque esse jogador chama-se Cristiano e Cristiano vem de Cristo.

Crist(ian)o é a “superestrela”.

Ainda na Sérvia, a UEFA indica que Portugal só rematou duas vezes na direcção da baliza, em Belgrado. Ou seja, nos dois golos de Diogo Jota. Ou seja, aquele último remate da superestrela nunca poderia ter entrado. Porque nem sequer foi um remate à baliza! O que se passa, UEFA?

Deve ter ficado na lista dos remates interceptados, está bem.

Luxemburgo é a próxima paragem. A quinta melhor seleção nacional do mundo, de acordo com a tabela FIFA, defronta a 98.ª classificada nessa lista. Isto vai ser fácil.

Aí está: quase meia hora e golo de um português. Gerson Rodrigues inaugurou o marcador a favor do… Luxemburgo? Um homem que nasceu em Portugal está ali todo contente a celebrar um golo que marcou contra Portugal. Bem, o homem que sofreu esse golo é um guarda-redes que nasceu em França e que ficou todo contente por ser campeão europeu contra a França.

Traidores, dirão alguns.

1-0. Resultado de uma entrada desleixada da seleção portuguesa. E Gerson quase bisou, pouco depois.

Quem vai despertar isto? Jota, pois claro. Golo de cabeça, tal como os dois em Belgrado.
Restam poucas dúvidas (ou nenhuma) à volta da qualidade do nosso ataque pós-Cristiano. Apareceu Bernardo Silva: ei, este é mesmo bom jogador! Apareceu Bruno Fernandes: este é o maior! Apareceu João Félix: não, este é que é! E agora, Diogo Jota. Todos bons e todos juntos; estão todos lá no ataque da seleção, a jogar ao mesmo tempo. E ainda virão mais, dos sub-21.

A superestrela pode dedicar-se ao golfe, quando quiser. Na seleção, está tudo bem.

Por falar em superestrela, foi ele que completou a reviravolta logo no início da segunda parte. Tinha estado sem marcar nos quatro jogos anteriores, teve a tal reação na Sérvia e, depois deste golo, falhou novo golo quando só tinha o guarda-redes pela frente.
Mas já marcou 103 vezes. Não o crucifiquemos.

O Luxemburgo ainda ameaçou novo empate, Gerson voltou a estar perto de trair o país onde nasceu, mas quem marcou foi Palhinha, estreante na lista de marcadores pela seleção.

Contas fechadas no 1-3 e simultaneamente drama de três actos fechado. Três jogos sofríveis e três vitórias. Ai não, aquilo nem foi remate à baliza.

Agora relaxem, pensem em nada. Limpem as mentes.

Já sabemos onde estaremos, em breve: no Europeu, a defender o título.

Silêncio.

É semana maior, ou Santa.

[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]


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