Os futebolistas do Valência abandonaram o terreno de jogo, este domingo, no embate com o Cádiz, em protesto por alegados insultos racistas dirigidos por Juan Cala a Mouctar Diakhaby, interrompendo o encontro durante quase meia-hora.
Decorria o minuto 29 do encontro no Estádio Ramón de Carranza, em Cádis, quando, na sequência de um livre a favor da equipa da casa, Juan Cala e Mouctar Diakhaby trocaram argumentos dentro da área valenciana, levando, posteriormente, o central francês a percorrer meio campo para interpelar o adversário.
Depois de os jogadores das duas equipas os terem separado, o francês foi admoestado com um cartão amarelo e esteve alguns segundos a explicar ao árbitro o que tinha acontecido, antes de se retirar de campo, acompanhado por todos os jogadores che, entre os quais os portugueses Thierry Correia e Gonçalo Guedes.
A equipa do Cádiz também seguiu o caminho dos balneários e o encontro esteve interrompido cerca de 20 minutos. Embora o Valência tenha regressado ao relvado para retomar o jogo, fê-lo já sem Diakhaby, que foi substituído por Hugo Guillamon.
“A equipa reuniu-se e decidiu voltar ao campo, para lutar por este emblema, embora se mantenha firme na condenação de qualquer ato de racismo, em todas as suas formas”, publicou o clube valenciano no Twitter.
“Damos o nosso total apoio a Diakhaby. O jogador, que foi alvo de um insulto racista, pediu aos seus companheiros que voltassem ao campo para lutar. Estamos todos contigo, Mouctar”, escreveu ainda o emblema espanhol.
https://twitter.com/valenciacf/status/1378759983467233281?s=20
Por altura da interrupção, a partida da 29.ª jornada da Liga espanhola estava empatada 1-1, com Juan Cala, precisamente, a inaugurar o marcador para o Cádiz, aos 14 minutos, e Kevin Gameiro a repor a igualdade, aos 19, após assistência de Gonçalo Guedes. No final da partida, o Cádiz acabou por levar a melhor (2-1), com um golo aos 88 minutos do argentino Marcos Mauro.
De acordo com o site Sapo Desporto, Medie Jiménez, árbitro da partida, revelou no seu relatório que Cala terá chamado “preto de m****” a Diakhaby, com o juiz a explicar que a equipa de arbitragem não se apercebeu das palavras do jogador do Cádiz.
Segundo o jornal espanhol Marca, o jogador do Cádiz anunciou que vai falar, esta terça-feira, sobre o que se passou em campo. “Estou muito tranquilo e não vou esconder-me. Parece que neste país não há presunção de inocência”, disse o futebolista.
Vários jogadores e clubes já reagiram a este episódio nas redes sociais, entre os quais o FC Porto, que também já passou por um caso de racismo com o jogador Moussa Marega no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
“Todos pertencem aqui. Estamos juntos, Diakhaby”, escreveu o clube azul e branco no Twitter.
https://twitter.com/FCPorto/status/1378784282488016906?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1378784282488016906%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.ojogo.pt%2Ffutebol%2F1a-liga%2Fporto%2Fnoticias%2Ffc-porto-reage-ao-alegado-caso-de-racismo-no-cadiz-valencia-13532772.html
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