Moreirense 1-1 Sporting | Leão tropeça ao cair do pano

O Sporting não foi além de um empate a um golo na visita ao Moreirense. O líder do campeonato controlou o jogo durante a maior parte do tempo, marcou por Paulinho – o primeiro golo do ex-Braga com a nova camisola -, mas na segunda parte deixou que os cónegos se aproximassem da sua baliza.

A vitória parecia já não escapar aos “leões”, mas em cima do minuto 90, Walterson marcou um grande golo, que roubou dois pontos aos visitantes.

Rúben Amorim disse, na antevisão deste jogo, que uma das forças do Sporting era a capacidade de gerir vantagens, mas nesta partida a sua equipa não o conseguiu. Com este resultado passam a ser oito os pontos que separam o Sporting do segundo classificado, o FC Porto, enquanto o Benfica, terceiro, está a 11.

 

O jogo explicado em números

  • Rúben Amorim surpreendeu, ao mudar um pouco a estrutura habitual da sua equipa. Em vez do 3-4-3 pronunciado, o técnico leonino reforçou o meio-campo, com a entrada de Daniel Bragança, dando assim a Pedro Gonçalves mais liberdade para se aproximar do único avançado puro, Paulinho. Do lado cónego, Abdoulaye, Felipe Pires e Filipe Soares foram aposta de início, nos lugares de Ferraresi, Alex Soares e Yan Matheus.
  • O primeiro grande lance de perigo surgiu aos nove minutos. Rafael Martins fugiu pela direita e, em boa posição para rematar, fê-lo em força, mas ao lado da baliza de Adán. Uma excelente ocasião para o Moreirense entrar praticamente a ganhar na partida. Mas foi o “leão” que mandou no jogo no primeiro quarto-de-hora, com 63% de posse de bola. Contudo, nesta fase só uma equipa tinha rematado, a da casa, o tal disparo de Rafael Martins.
  • Aos 21 minutos surgiu o 1-0. Daniel Bragança, na direita, arrancou um cruzamento de categoria, Paulinho cabeceou para defesa apertada de Mateus Pasinato, mas na recarga, o ex-Braga não desperdiçou e empurrou para o fundo da baliza, marcando assim o seu primeiro golo com a camisola do Sporting. Em três remates, dois enquadrados, o “leão” chegava à vantagem.
  • À meia-hora era já claro que o Sporting mantinha o Moreirense manietado e sem conseguir sair do seu meio-campo. As linhas muito juntas impediam os homens da casa de pensar o seu jogo, pelo que, à meia-hora, não passavam de 35% de posse de bola, o tal remate cedo e 68% de eficácia de passe, sendo 44% no passe vertical. O “leão” não rematava desde o golo, mas somava já dez acções com bola na área contrária, contra uma.
  • Rúben Amorim foi obrigado a tirar Nuno Mendes, lesionado, aos 39 minutos, entrando Matheus Reis para o seu lugar. Nada mudou, o Sporting continuava a controlar as operações e, em cima dos 45 minutos, surgiu novo golo, por Paulinho, lance anulado por fora-de-jogo.
  • Primeira parte completamente controlada pelo Sporting, que apenas permitiu um lance de perigo, e depois fechou o Moreirense numa “jaula” de onde este nunca mais conseguiu sair.
  • Mais bola, mais remates, embora poucos, e um golo, o primeiro de Paulinho com a camisola leonina, foram o suficiente para os lisboetas chegarem em vantagem ao intervalo.
  • Nesta fase, Daniel Bragança era o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.4. O jovem médio aproveitou bem a titularidade e registou uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização, 91% de eficácia de passe e dois duelos aéreos ofensivos ganhos (100%).
  • Início de segunda parte com mais um lance de grande perigo do Sporting, no qual Pedro Gonçalves e João Palhinha estiveram muito perto de marcar. E aos 58 minutos mais um golo anulado ao Sporting por fora-de-jogo, desta feita de “Pote”, por… dois centímetros. O Sporting estava com dificuldades para “matar” o jogo e, em cima dos 60 minutos, Amorim tirou Daniel Bragança e lançou Tiago Tomás, regressando ao figurino habitual do “leão”.
  • Nesta fase, os cónegos já conseguiam aproximar-se um pouco mais da área leonina, registavam uma posse global de 40%, mas não passavam de três remates, nenhum à baliza, continuando a revelar debilidades ao nível do passe – 70% de eficácia – e nos duelos aéreos ofensivos – 63%.
  • O jogo não evoluiu nos minutos seguintes e entrou nos últimos dez com o Moreirense a tentar chegar com perigo ao ataque, mas a esbarrar sempre contra a impecável organização defensiva do “leão”, que atacava com rápidas trocas de bola, ao primeiro toque muitas vezes, mas definia mal os lances.
  • Por isso, o Moreirense acabou por aproveitar a ineficácia do Sporting para empatar. Em cima dos 90 minutos, a bola chegou a Walterson no lado direito e este, com um espectacular remate colocado, de pé esquerdo, alcançou o 1-1. Os cónegos chegaram ao seu golo no único remate enquadrado que conseguira, em cinco tentativas.

 

O melhor em campo GoalPoint

A grande contratação do Sporting no mercado de Inverno, Paulinho, marcou finalmente com a camisola do “leão”.  E não satisfeito, marcou outro, invalidado por fora-de-jogo de Pedro Gonçalves, e acabou o jogo com o melhor GoalPoint Rating.

O seu 6.9 reflecte o tento apontado, mas também qualidade no remate, pois enquadrou os dois disparos que realizou. No passe o destaque vai para os sete ofensivos valiosos que somou, o máximo do jogo, tal como o foi o número de acções com bola na área contrária (6). Colectivamente entregou-se ao trabalho sem problemas, registando sete acções defensivas.

 

  • Daniel Bragança 6.5 – A grande surpresa no “onze” inicial de Rúben Amorim. E apesar de não ter completado os 90 minutos, o jovem médio realizou uma excelente partida, com uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização, 89% de eficácia de passe e dois duelos aéreos ofensivos ganhos.
  • João Palhinha 6.3 – O poço de energia de sempre. João Palhinha esteve em todo o lado: a atacar, com dois remates, um enquadrado, cinco duelos aéreos ofensivos, três ganhos; e a defender, com dois duelos aéreos ganhos em três e impressionantes sete desarmes. Foi o jogador mais carregado em falta (6) e o segundo mais faltoso (4).
  • Walterson 6.2 – O melhor elemento dos cónegos. O brasileiro foi sempre um dos mais energéticos e foi ele o autor do excelente golo que deu o empate aos homens da casa. Das seis tentativas de drible completou duas, somando seis recuperações de posse, três acções defensivas no meio-campo contrário e o máximo de faltas cometidas (5).
  • João Mário 6.2 – Cerebral, como sempre, tentou a espaços dar algum ritmo extra às transições leoninas, no passe rápido ou mesmo no transporte do esférico. Terminou o jogo com o máximo de passes para finalização (4), de tentativas de drible (11) e de dribles completos (6), bem como de recuperações de posse (11) e bloqueios de passe (3).
  • Fábio Pacheco 6.1 – Nas últimas épocas um dos jogadores consistentemente mais fiáveis da formação de Moreira de Cónegos, o “trinco” voltou a fazer uma bela partida. Ao todo registou 12 acções defensivas, com destaque para os seis desarmes e as quatro intercepções e ainda assinou quatro acções defensivas no meio-campo contrário.
  • Lazar Rosić 6.0 – O central sérvio foi um dos responsáveis pela menor qualidade do Sporting nos momentos de finalização. Sem problemas para afastar o perigo de qualquer maneira, somou oito alívios, máximo do jogo, ganhou dois de três duelos aéreos defensivos e realizou seis recuperações de posse.

 

Resumo

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