Nacional 0-1 FC Porto | Dragão cansado não facilita

O FC Porto foi à Madeira vencer o Nacional por 1-0. Quem pensou que seria jogo de goleada para os “azuis-e-brancos” enganou-se por completo.

Os insulares deram luta, só permitiram um golo, por parte de Mehdi Taremi – após um erro do guardião António Filipe –, e ainda desperdiçaram uma grande penalidade, terminando o jogo com menos bola, mas com registo de remates em linha com o alcançado pelos campeões nacionais, que geriram bem as consequências da fadiga evidente.

Com este resultado, o Porto mantém-se a seis pontos do líder Sporting e aumentou para seis a vantagem sobre o Benfica, que perdeu este sábado em casa com o Gil Vicente.

O jogo explicado em números

  • Sérgio Conceição apresentou um 4-3-3 na Choupana, com o regresso de Chancel Mbemba ao “onze” na Liga, tal como Sérgio Oliveira, Luis Díaz e Mehdi Taremi. Marko Grujic continuou a merecer a confiança e Moussa Marega ficou no banco. Já Manuel Machado trocou quase toda a equipa do meio-campo para a frente, tendo em conta a goleada por 5-1 sofrida nos Açores.
  • Excelente começo de jogo para o Nacional, que aos cinco minutos beneficiou de uma grande penalidade. João Camacho fugiu pela direita, entrou na grande área, e foi travado por Zaidu. Mas Marchesín travou a conversão de Éber Bessa no castigo máximo.
  • Um lance que poderia ter tido o condão de animar os acontecimentos, mas o jogo manteve-se numa toada morna, aos repelões, com o Porto a dominar no primeiro quarto-de-hora (63% de posse), a mostrar melhor qualidade no passe (84% de eficácia contra 66%), mas a não passar de dois remates, um enquadrado (1-1 do lado nacionalista).
  • Mas em cima do minuto 20, o marcador funcionou mesmo, e para o “dragão”. Erro do guarda-redes António Filipe, a Jesús Corona recolheu e entregou a Taremi, que não teve dificuldade para inaugurar o marcador. As fragilidades defensivas do Nacional começavam a vir ao de cima.
  • O jogo não melhorou de qualidade até à meia-hora, com o Porto ainda a dominar, mas o Nacional a tentar o empate e a somar três disparos, dois enquadrados, bem como seis acções com bola na área portista, apenas menos três do que os “azuis-e-brancos” do outro lado. Marchesín, já com duas defesas, uma delas a uma grande penalidade, comandava os ratings nesta fase, com 6.8. E foi apenas com os olhos que “desviou” um remate cruzado de João Camacho aos 36 minutos.
  • Jogo pobre na Madeira, mas controlado pelo FC Porto, que teve mais bola, fê-la circular melhor e teve as melhores ocasiões, se excluirmos a grande penalidade que o Nacional dispôs – e desperdiçou. As duas equipas chegaram ao intervalo com o mesmo registo de remates e de enquadrados, pelo que o melhor em campo nesta altura era o guardião portista Marchesín, fundamentalmente devido ao penálti que travou a remate de Éber Bessa. O argentino registava um GoalPoint Rating de 6.9, com dois disparos travados.
  • Os minutos iniciais da etapa complementar trouxeram uma reacção tímida do Nacional, que chegada a hora de jogo tinha 42% de posse e o único remate enquadrado, ao mesmo tempo que conseguia algumas investidas pelos flancos. E pelo ar, os homens da casa tinham poucas hipóteses, pois o Porto registava 63% de duelos aéreos ofensivos ganhos.
  • O jogo foi perdendo cada vez mais clarividência, chegando aos 70 minutos com apenas quatro disparos no segundo tempo, dois para cada lado, um enquadrado (para os da casa). E todo o jogo era muito dividido, com o Porto a ganhar 20 de 38 duelos. E na posse de bola quase se registava um equilíbrio (54% para os “dragões, 46% para os insulares).
  • Até final, destaque apenas para um golo marcado por Toni Martínez, mas anulado por fora-de-jogo do avançado espanhol. Um resultado que permeia o aproveitamento e pune o desperdício.

O melhor em campo GoalPoint

O Nacional da Madeira enquadrou tantos remates (3) quanto o Porto, um deles uma grande penalidade. E Agustín Marchesín defendeu-os todos. O guarda-redes argentino esteve sempre muito atento e travou dois disparos na sua grande área, registando ainda uma saída pelo solo eficaz. Um dos jogadores do Porto mais consistentes esta temporada, terminou com um GoalPoint Rating de 7.5 e foi o MVP na Choupana.

Jogadores em Foco

  • Marko Grujic 7.0 – O sérvio chegou a esta fase da época em excelente forma e totalmente integrado nas ideias de jogo da equipa portista, pelo que tem merecido a confiança de Sérgio Conceição. E tem correspondido. Com capacidade para preencher amplas zonas do terreno, criou uma ocasião flagrante de golo, fez quatro desarmes, sofreu três faltas e ganhou nove de dez duelos aéreos, cinco deles defensivos (100%).
  • Chancel Mbemba 6.5 – Regressado à titularidade nos “dragões” na Liga, o congolês fez três desarmes e demonstrou um posicionamento irrepreensível, tendo, por isso, registado o máximo de recuperações de posse (10), a par de Rui Correia.
  • Mehdi Taremi 6.1 – Após o golaço que marcou em Londres, o iraniano voltou a merecer a titularidade e aproveitou-a para marcar o único golo do desafio. Registou três remates, seis acções com bola na área contrária (máximo da partida), ganhou três de quatro duelos aéreos ofensivos e só não tem melhor nota porque desperdiçou uma ocasião flagrante.
  • Jesús Corona 6.1 – O mexicano não brilhou tanto quanto noutras ocasiões, mas foi decisivo, ao recolher a bola no erro de António Filipe, antes de assistir Taremi para o golo da vitória portista. Tirando isso, o destaque vai para seis recuperações de posse.
  • Pepe 6.0 – O internacional português assinou dois desarmes, três alívios e ganhou dois de três duelos aéreos defensivos, e no passe esteve competente, com o máximo de passes certos da partida (55), entre eles cinco longos eficazes em dez.
  • Pedrão 6.0 – O melhor elemento dos nacionalistas. O central acabou por ter muito trabalho, primeiro com Taremi, depois com Toni Martínez, mas foi resolvendo os problemas. Aos três desarmes e cinco alívios juntou oito recuperações de posse e ganhou cinco de seis duelos aéreos defensivos.

Resumo

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