O Sporting de Braga entregou à Câmara Municipal da cidade um projecto para a construção de um novo estádio no local do velhinho Primeiro de Maio, com o intuito de regressar ao recinto que abandonou há 17 anos para rumar à Pedreira, um dos mais caros palcos do Euro 2004.
O próprio presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, confirmou ao jornal O Minho que o clube arsenalista apresentou o projecto “há uns meses” como “uma proposta para a construção de um novo estádio” no local do Primeiro de Maio, onde os minhotos jogaram até 2004.
O Correio da Manhã (CM) revela que o projecto foi apresentado em Dezembro de 2020 e que prevê uma requalificação orçada em 60 milhões de euros.
O Sp. Braga compromete-se a pagar o montante, na íntegra, em troca da concessão do Estádio por cerca de 80 anos, ainda segundo o jornal.
O Estádio Primeiro de Maio é propriedade da Câmara de Braga e foi a casa do clube até à construção do Estádio Municipal, também conhecido por “Pedreira”.
Projectado pelo arquitecto Souto de Moura, o Estádio novo teve um custo da ordem dos 200 milhões de euros, tendo sido um dos mais caros entre os que foram construídos para o Euro 2004.
Salvador diz que a Pedreira “não serve” os adeptos
O Presidente do Sporting de Braga, António Salvador, confirma, aquando do anúncio da sua recandidatura à liderança do clube, a intenção do clube de voltar ao Primeiro de Maio.
“Na auscultação que fizemos aos associados e aos adeptos, todos realçaram que este estádio [a Pedreira] não serve“, aponta o dirigente, sublinhando que o novo Estádio foi “construído para ganhar prémios de arquitectura” e “para ser diferente, mas não a pensar no público do futebol”.
“A questão está agora do lado da Câmara Municipal de Braga”, sustenta Salvador que é presidente do Sp. Braga desde 2003.
Em 2017, Salvador foi reeleito para mais um mandato com 66% dos votos. Nas eleições de 21 de Maio próximo tem, novamente, a reeleição quase garantida, pois, até agora, não há outros candidatos ao cargo.
“Novo Estádio foi desbaratar de recursos públicos”
A maioria dos adeptos arsenalistas apoia a “ideia de regressar ao antigo estádio”, como nota o CM com base numa sondagem efectuada pelo próprio Sp. Braga.
Além disso, o jornal destaca que o projeto apresentado em finais de Dezembro “mereceu boa aceitação por parte dos vereadores da maioria autárquica”.
Contudo, Ricardo Rio descarta a hipótese de construir um Estádio novo no local do Primeiro de Maio, salientando que a Câmara só admite reabilitar o local e que, por isso, “não houve adesão à proposta” do clube.
O autarca do PSD foi muito crítico da construção da “Pedreira” quando estava na oposição. Agora, salienta que este projecto do clube é a prova de que “o novo Estádio Municipal foi um desbaratar de recursos públicos, que nem sequer serve ao Sp. Braga”.
O Primeiro de Maio foi inaugurado em 1950 e está classificado como Monumento de Interesse Público desde 2012.
A autarquia e a Universidade do Minho estão a fazer, nesta altura, “um estudo” para aferir as “patologias existentes e as necessidades de reforço infraestrutural” no recinto, como refere Ricardo Rio.
Revolução no interior, um hotel e parque de lazer
O projecto do Sp. Braga para o novo Primeiro de Maio prevê “bancadas anfiteatro, integralmente cobertas e com vários tipos de tipologias: famílias, empresas e adeptos de equipas visitantes, além de camarote presidencial e lounge VIP com 100 lugares e áreas de apoio”, como destaca o Tribuna Expresso.
Além disso, a requalificação visa ainda fazer obras no pavilhão do ABC, a equipa de andebol, e a recuperação da pista de atletismo.
Também se prevê que o actual campo de treinos seja transformado num “edifício multiusos que albergará estacionamento público, piscina, ‘food court‘, escritórios e um hotel“, avança a mesma publicação.
No projeto está também a criação de “um espaço exterior destinado a lazer e actividades de ar livre no Parque da Ponte“.
Entretanto, o clube assegura que a fachada e a Porta da Maratona, datadas do Estado Novo, permanecerão intactas.
[sc name=”assina” by=”Susana Valente, ZAP”]
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