O primeiro-ministro japonês declarou, esta sexta-feira, o terceiro estado de emergência para Tóquio e três outras prefeituras ocidentais para conter a propagação da covid-19.
“Hoje, decidimos declarar o estado de emergência nos departamentos de Tóquio, Kyoto, Osaka e Hyogo”, anunciou Yoshihide Suga, justificando a medida com um aumento do número das diferentes variantes do SARS-CoV-2 nos novos casos de infeção.
O primeiro-ministro anunciou que esta medida estará em vigor entre 25 de abril e 11 de maio, permitindo que as autoridades ordenem o encerramento temporário de centros comerciais e estabelecimentos que vendam bebidas alcoólicas.
O estado de emergência poderá ser estendido se a situação não melhorar o suficiente, alertou Shigeru Omi, um dos principais assessores do Executivo sobre a pandemia.
Este é o terceiro estado de emergência no Japão desde o início da pandemia e surge apenas um mês após o fim do último (e quando faltam três meses para o início dos Jogos Olímpicos no país). No entanto, desta vez as autoridades têm também mais poderes, após a legislação ter sido reforçada em fevereiro.
O fim do estado de emergência agora anunciado, a 11 de maio, ocorre nas vésperas de uma visita do presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Back, o que fez aumentar a especulação de que o Governo estaria a priorizar o calendário olímpico sobre a saúde da população.
Perante o aumento de casos, têm vindo a aumentar as dúvidas sobre a possibilidade da realização das Olimpíadas de Tóquio, que têm início marcado para 23 de julho. Na semana passada, o “número dois” do Partido Liberal Democrático do Japão (no poder), Toshihiro Nikai, admitiu o seu cancelamento, hipótese que foi depois negada pela presidente do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos, Seiko Hashimoto.
A campanha de vacinação está atrasada relativamente a muitos países. A inoculação começou em meados de fevereiro, mas os progressos têm sido lentos devido à falta de vacinas e de profissionais de saúde.
Já este mês, numa sondagem da Kyodo News, apenas 24,5% dos inquiridos se mostraram favoráveis ao evento já neste verão, com 39,2% a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e 32,8% a julgarem melhor um novo adiamento.
Uma auscultação recente do setor empresarial, de fevereiro, mostrava que apenas 35% das firmas inquiridas queria o evento.
Para garantir a segurança do evento, as autoridades japonesas decidiram que as Olimpíadas vão ser disputadas sem espetadores provenientes do estrangeiro.
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