O Sporting voltou aos triunfos em casa, após empates com Famalicão e Belenenses SAD.
A recepção ao Nacional complicou-se sobremaneira, ao ponto de o jogo chegar aos últimos dez minutos empatado sem golos e com os insulares com menos um jogador, mas a pressão ofensiva intensa acabou por dar os seus frutos, com um golo do central Feddal.
Já nos descontos, Jovane Cabral, de penálti, fez o 2-0 final. O “leão” mantém os seis pontos de vantagem em relação ao FC Porto.
O jogo explicado em números
- Rúben Amorim fez três mudanças em relação ao triunfo por 1-0 em Braga, com a entrada de Luís Maximiano para a baliza, no lugar do castigado Antonio Adán, Luís Neto na vez do também castigado Gonçalo Inácio e Daniel Bragança na vaga de João Mário. Manuel Machado fez uma mudança relativamente ao triunfo ante o Vitória de Guimarães, com Bryan Riascos a substituir Pedro Mendes, jogador emprestado pelos “leões”.
- Primeiro lance de perigo aos cinco minutos e para o Nacional, com João Camacho, da esquerda, a rematar forte e a bola a sair muito perto da baliza leonina. Aos 11 foi a vez de o Sporting estar perto do golo, com Pedro Porro a cruzar e Paulinho a cabecear para enorme defesa de António Filipe.
- O jogo esteve mexido no primeiro quarto-de-hora, com ataques das duas equipas, o Sporting com muito mais bola (73%) e mais remates, quatro contra dois, mas as duas formações com o mesmo número de disparos enquadrados, o “leão” com mais acções com bola na área contrária (4-2), mas os insulares a ganharem em cantos (3-0).
- Aos 21 minutos, mais uma vez António Filipe a brilhar, desta vez a remate de Pedro Gonçalves que lhe surgiu praticamente sozinho à sua frente. Por isso não espanta que o guardião do Nacional registasse o rating mais elevado do jogo à meia-hora, um 6.5 fruto de quatro defesas, duas a remates na sua grande área, uma disparo a menos de oito metros.
- Nesta fase o Sporting continuava mais incisivo, com 69% de posse, seis remates, quatro enquadrados, ainda nenhum canto, mas 82% de eficácia de passe, contra 60% dos visitantes. Os comandados de Manuel Machado chegaram aos 30 minutos com 16 faltas cometidas, mais do que uma a cada dois minutos.
- Aos 35 minutos, o Sporting marcou. Mais uma vez Pedro Gonçalves a fugir nas costas de uma defesa nacionalista muito subida e apenas com dois elementos, este serviu Paulinho, que atirou perante um desamparado António Filipe. Contudo o lance foi anulado por fora-de-jogo de “Pote” no início da jogada.
- Mas os sinais estavam todos lá e quase foi golo no último lance da primeira parte, numa grande confusão, mas com muita atrapalhação por parte dos “leões”.
- Ficámos todos doridos só de ver a primeira parte.
- O Nacional da Madeira registou nada menos que 19 faltas nos primeiros 45 minutos (o Sporting apenas quatro) e conseguiu, assim, travar o futebol leonino, pelo que o nulo imperava ao intervalo, apesar do domínio claro do “leão”, que foi mais acutilante no ataque e obrigou o guarda-redes António Filipe a trabalho extra.
- Por esse motivo, o homem das luvas dos visitantes era o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.2, graças a cinco defesas, algumas de grande nível, três a disparos na sua grande área.
- Tal como na primeira parte, o Nacional começou melhor, a criar o primeiro lance de perigo, com o recém-entrado Éber Bessa a isolar-se, mas a permitir a intervenção de Luís Maximiano aos seus pés. Mas foi sol de pouca dura, pois o Sporting pegou rapidamente no jogo e atirou-se para cima dos insulares.
- À hora de jogo os “leões” registavam 60% de posse e cinco remates desde o intervalo, mas nenhum com boa direcção, pecando na pontaria, algo que não tinha acontecido no primeiro tempo. O Nacional, ofensivamente, era pouco mais do que inofensivo, e viu-se em problemas aos 67 minutos, quando Ibrahim Alhassan viu o segundo amarelo e foi mais cedo para os balneários.
- A pressão intensificava-se e, aos 71 minutos, Pedro Gonçalves serviu Paulinho, que rematou forte, mas António Filipe fez mais uma grande defesa. Para os últimos dez minutos o Nacional assumiu que o objectivo era apenas e só evitar sofrer golos, abdicando por completo do ataque, pelo que o Sporting já tinha mais do que 70% de posse no segundo tempo. Mas chocava contra uma autêntica “muralha”.
- A pressão estava a ser sufocante, adivinhava-se o golo, que surgiria aos 83 minutos. Jovane Cabral recolheu a bola do lado esquerdo da grande área, cruzou e Feddal, que havia subido para um pontapé de canto e havia ficado por ali, apareceu de rompante a cabecear para o fundo da baliza. Ao 18º remate, sétimo enquadrado, finalmente a formação de Alvalade chegou ao golo.
- Já nos descontos, Sebastián Coates isolou Jovane Cabral, Rui Correia travou o extremo na área e foi grande penalidade, que o próprio cobrou para o 2-0 final. Um resultado mais do que justo pelo que aconteceu na partida.
O melhor em campo GoalPoint
Brilhante exibição de Jovane Cabral. O jogo estava complicado para o Sporting, incapaz de meter a “quinta velocidade” e desbaratar as fortes marcações dos insulares, e a entrada do extremo, para a última meia-hora, acabou por ser decisiva.
Veloz, desconcertante, foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 8.3. Além do golo que fez, de penálti, foi sobre ele a falta que originou a grande penalidade, e antes fez a assistência para o golo de Feddal.
Ao todo somou quatro passes para finalização, criou uma ocasião flagrante, fez cinco passes ofensivos valiosos e acumulou seis acções com bola na área contrária.
Jogadores em foco
- António Filipe 7.8 – Até Jovane começar a brilhar era o guarda-redes do Nacional o melhor em campo. E terminou com um rating altíssimo. Ao todo somou seis defesas, cinco delas a remates na sua grande área. Algumas delas foram de grande nível de dificuldade.
- Pedro Porro 7.3 – O Sporting carrilou muito jogo pelas alas e o espanhol esteve muito activo. No ataque somou o máximo de passes para finalização, nada menos que seis, um deles para ocasião flagrante, registou também o máximo de passes ofensivos valiosos (6), averbou cinco acções com bola na área contrária e na retaguarda assinou três desarmes.
- Feddal 7.0 – Decisivo. O central marroquino nem precisou de grande trabalho defensivo, ainda assim somou duas intercepções e ganhou os três duelos aéreos em que participou. Na frente foi desequilibrador, ao subir para fazer, de cabeça, o 1-0, e ainda registou o número máximo de passes certos (60).
- Sebastián Coates 6.5 – Mais uma vez, perante as dificuldades, o uruguaio subiu e assumiu-se como uma espécie de ponta-de-lança, terminando como o mais rematador da partida, com quatro disparos, e como o segundo jogador com mais acções com bola na área contrária, nada menos que oito. Defensivamente, destaque para três desarmes e seis duelos aéreos defensivos ganhos em sete.
- Pedro Gonçalves 6.3 – Muito activo e móvel na frente de ataque, a “Pote” só faltou o golo… ou a assistência. Ao todo somou três remates, uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, cinco passes ofensivos valiosos, completou três de quatro dribles e assinou 11 acções com bola na área contrária.
- Paulinho 6.2 – É verdade que desperdiçou duas ocasiões flagrantes, equivalentes a 0,7 expected goals (xG), mas muito por culpa de intervenções de grande nível de António Filipe. Ao todo fez três remates, todos enquadrados, somou sete acções com bola na área contrária e foi o mais castigado em falta, sete.
Resumo
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