Dois treinadores de equipas femininas de andebol analisaram a sucessão de jornadas duplas em fins-de-semana consecutivos. Diogo Guerra avisa: “Este calendário é uma irresponsabilidade enorme. Só espero que ninguém se aleije”.
A primeira divisão nacional feminina de andebol, depois de duas paragens prolongadas, retomou no final de fevereiro e, para finalizar o campeonato (total de 26 jonadas), o calendário ficou mais condensado.
Desde o início de abril há jornadas duplas ao fim-de-semana. Ou seja, quase todas as equipas jogam duas vezes em 24 horas, ao sábado e ao domingo. Este esquema vai prolongar-se até ao final de maio e, a meio de junho, haverá nova jornada dupla ao fim-de-semana para fechar a prova.
No sábado passado, em Alpendorada, a equipa local, a ARCA, levou a melhor sobre a Juve Lis por 23-20. Curiosamente, seis dias antes, estas duas equipas defrontaram-se no mesmo local, para os oitavos-de-final da Taça de Portugal, com a turma marcoense também a ganhar, por 25-20.
O jogo de sábado terminou perto das 19h30. A comitiva da Juve Lis iria deixar o pavilhão em Alpendorada perto das 20h, ainda iria jantar e regressar para Leiria. No dia seguinte, às 17h, iria jogar em casa com o CA Leça.
O treinador da Juve Lis não concorda com este número elevado de jogos, em pouco tempo: “Penso que é uma irresponsabilidade enorme por parte da federação. Estas jornadas duplas seguidas, mais uma jornada dupla no final do campeonato… É muito, muito difícil para as jogadoras. Só espero que ninguém se aleije, sinceramente. Sobrecarregar estas atletas com tantos jogos pode ser muito perigoso, pode ser muito mais perigoso do que finalizar o campeonato”
“Tivemos tempo para arranjar alternativas. Penso que se deveria ter utilizado um formato diferente para acabar o campeonato. Ainda por cima temos muitos jogos de seleções pelo meio, muito tempo sem atletas. Nas vésperas destes últimos jogos, estivemos 10 dias sem duas atletas muito, muito importantes. É muito difícil conciliar”, disse Diogo Guerra à Rádio Antena Web.
“Para amanhã, em relação ao jogo com o CA Leça, é gerir. Gerir. Temos um jogo para ganhar e vamos fazer de tudo para ganhar e estamos preparados”, finalizou o técnico, que conseguiria realmente um triunfo no dia seguinte (23-17) diante da equipa de Leça.
O treinador da ARCA, Alexandre Monteiro, que também jogou no dia seguinte (frente à Santa Joana), comentou que “não dá para trabalhar nada” de um dia para o outro: “Dá para tentar recuperá-las o melhor possível agora, no final do jogo, com os alongamentos, com alguns exercícios que estamos a fazer. Falar um pouco sobre o jogo de amanhã, mas isso vai ser mesmo amanhã. Hoje, não. Hoje, acabou. Fazem agora um relaxamento, uns alongamentos, para tentar minimizar o esforço que tiveram hoje, para amanhã estarmos na melhor forma possível”.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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