A Polícia Judiciária (PJ) está, esta quinta-feira, a fazer buscas no FC Porto e no Portimonense por suspeitas de corrupção desportiva, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Segundo a TVI e a revista Sábado, que estão a avançar a notícia, as buscas da PJ, em articulação com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), decorrem nas instalações das SAD do Futebol Clube do Porto e do Portimonense.
Dois dos principais alvos individuais serão o presidente, Pinto da Costa, e o empresário que controla a maioria do capital da SAD do clube algarvio, Theodoro Fonseca. Outros serão Rodiney Sampaio da Silva e Edgar Vilaça, presidente e diretor financeiro da SAD do Portimonense, respetivamente, mas também outros administradores da SAD portista.
Em causa estão suspeitas relacionadas com vários negócios entre os dois emblemas, como as transferências de Danilo Pereira, Paulinho, Galeno, Fede Varela, Rafa Soares ou Everton.
Mas também se suspeita da verdade desportiva nos encontros entre ambos, com suspeitas de que os algarvios possam ter perdido propositadamente para facilitarem a luta do FC Porto pelo título.
Segundo o canal televisivo, o processo nasceu de uma denúncia em 2018 e o magistrado que está a acompanhar as buscas é o juiz Carlos Alexandre. A revista acrescenta que a diligência está a ser dirigida pelo procurador Hugo Neto e que é mais um processo que teve origem nos documentos que foram tornados públicos no caso Football Leaks.
Buscas por suspeitas de falsificação de testes à covid-19
Além destas buscas, a Polícia Judiciária realizou uma dezena de buscas domiciliárias e a laboratórios de análises clínicas no Algarve e no Porto, numa investigação que começou com uma viagem para o estrangeiro de um futebolista profissional, alegadamente infetado com covid-19.
Segundo o Jornal de Notícias, em causa está o jogador japonês Shoya Nakajima, emprestado, no início do ano, ao Al-Ain, dos Emirados Árabes Unidos.
Em comunicado, a PJ e o Ministério Público adiantam que a Operação “Covid Free” contou com a colaboração de um elemento do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) “para pesquisa, análise e eventual apreensão de documentação e outra matéria probatória” que será depois analisada.
Na origem da investigação, refere a nota, está uma viagem de avião para o estrangeiro de um jogador de futebol profissional, alegadamente infetado com covid-19, e que é suscetível de configurar o crime de propagação de doença, alteração de análise ou de receituário, punido com pena de prisão de um a oito anos.
O inquérito é dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Entretanto, o FC Porto divulgou um comunicado, no qual confirma que “decorreram buscas nas suas instalações e no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no âmbito de uma investigação que tem por objeto o resultado do teste à covid-19 necessário para a viagem realizada, em janeiro de 2021, por um jogador do seu plantel principal”.
“A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, como sempre, colaborou com a Justiça na recolha de todos os elementos solicitados para a investigação em curso”, acrescenta-se.
Mas, segundo o jornal online Observador, há suspeitas que abrangem outros jogadores do FC Porto, o que indica que terá ocorrido uma prática mais generalizada, assim como diversos jogadores do Portimonense.
O jornal digital avança que, além de FC Porto e Portimonense, podem estar mais clubes envolvidos nestas suspeitas, mas não conseguiu ainda identificá-los.
[sc name=”assina” by=”ZAP” source=”Lusa” ]
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