Os testes de covid-19 do futebol português estão sob suspeita de falsificação. FC Porto, Sporting e Portimonense, assim como os laboratórios Unilabs e Germano de Sousa, são as entidades envolvidas na operação “Covid Free”, sob investigação da Polícia Judiciária e do DCIAP.
No caso do Futebol Clube do Porto, foram realizadas buscas tanto ao Estádio do Dragão como ao Olival, por alegada falsificação de um teste de Shoya Nakajima.
Num comunicado emitido ontem, os dragões confirmaram a existências das buscas nas suas “instalações e no Centro de Treinos do Olival”.
Parte do mandado que manteve os inspetores da PJ nas instalações portistas foi revelado pelo Correio da Manhã.
“Tal laboratório agiu ou terá agido a mando do Futebol Clube do Porto, com o expresso intento de ocultação desse ou de outros eventuais casos de covid-19, no respetivo plantel, urgindo assim apurar o mais urgente possível se essa atuação criminosa é mais alargada ou se se limitou a um caso pontual, sob pena de tal suspeita não ficar cabalmente esclarecida”, pode ler-se no despacho entregue esta quinta-feira aos alvos da investigação.
À SIC, Luís Menezes, diretor da Unilabs, o laboratório que está a ser acusado de colaborar com o FC Porto na falsificação dos testes, rejeitou qualquer ilícito: “Trabalhamos com mais de 30 clubes e nunca algum nos pediu para alterar um resultado de um teste. Não vejo nenhum laboratório a fazer uma coisa destas, não estou só a defender a Unilabs”.
Luís Menezes garantiu ainda que o laboratório vai agora aguardar pelo decorrer do processo judicial.
Pinto da Costa e Sérgio Conceição na mira da PJ
Pinto da Costa e Sérgio Conceição foram os alvos da Polícia Judiciária, na investigação desencadeada esta quinta-feira, avança o Correio da Manhã.
Os emails e os conteúdos dos telemóveis do presidente portista e do treinador azul e branco foram apreendidos por ordem do juiz Carlos Alexandre, que diz ainda que também estão sob suspeita Luís Gonçalves, administrador do FC Porto, António Gonçalves, da Unilabs, e Teodoro Fonseca, dono do Portimonense.
Os mandados dão conta de que a investigação começa com a denúncia de que o jogador japonês Nakajima viajou para o Dubai enquanto estava positivo para a covid-19 e que os exames médicos, para permitir o empréstimo e a respetiva viagem, terão sido falsificados na Unilabs.
Carlos Alexandre, o juiz responsável por este processo, exigiu que as comunicações de todos os suspeitos fossem apreendidas, mas que não sejam abertas essas mesmas conversações.
Caberá agora ao juiz de instrução verificar o que está relacionado diretamente com o processo e que pode ser transcrito para esta investigação.
Segundo o Ministério Público, a confirmarem-se as acusações, trata-se de um crime grave de propagação de doença, punido até oito anos de cadeia.
Na operação estiveram ainda elementos do Instituto Ricardo Jorge que agora irão analisar a documentação apreendida quer na Unilabs, quer na Germano de Sousa, outro laboratório que embora não esteja na mira da investigação também fez exames a vários atletas do Futebol Clube do Porto.
Sporting sem buscas
Sobre as suspeitas em relação ao Sporting, o presidente da Unilabs avança que os únicos casos que levantaram problemas estão relacionados com os jogadores Nuno Mendes e Sporar, em janeiro.
Contudo, fonte oficial do Sporting, contactada pelo Record, garantiu que não existiram quaisquer buscas em Alvalade ou outro tipo de diligências a envolver instalações do clube.
Os leões não receberam, diretamente, pedidos de documentação, tanto que ontem nem havia sequer conhecimento oficial da investigação.
No caso do Portimonense, também não terão sido realizadas buscas às suas instalações, mas sim recolhidos testes dos seus jogadores nas buscas aos laboratórios.
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