Nakajima pode não ter sido caso único. Há suspeitas de conluio entre a Unilabs e o FC Porto em testes de covid-19 realizados a jogadores do clube.
O Futebol Clube do Porto foi alvo de buscas tanto ao Estádio do Dragão como ao Olival, por alegada falsificação de um teste de covid-19 de Shoya Nakajima por parte da Unilabs.
“Tal laboratório agiu ou terá agido a mando do Futebol Clube do Porto, com o expresso intento de ocultação desse ou de outros eventuais casos de covid-19, no respetivo plantel, urgindo assim apurar o mais urgente possível se essa atuação criminosa é mais alargada ou se se limitou a um caso pontual, sob pena de tal suspeita não ficar cabalmente esclarecida”, pode ler-se no despacho entregue esta quinta-feira aos alvos da investigação.
Os mandados dão conta de que a investigação começa com a denúncia de que o jogador japonês Nakajima viajou para o Dubai enquanto estava positivo para a covid-19 e que os exames médicos, para permitir o empréstimo e a respetiva viagem, terão sido falsificados na Unilabs.
Agora, a Tribuna Expresso escreve que há fortes suspeitas de conluio entre o laboratório e o FC do Porto em testes de covid-19 realizados a jogadores do clube. Isto significa que Nakajima não terá sido um caso isolado e que poderá haver outros dentro do plantel.
O jornal sabe que esta é a principal linha de investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que tem o caso juntamente com a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ.
O juiz de instrução que autorizou a investigação e as buscas considera que é preciso apurar “o mais urgente possível se essa indiciada atuação criminosa é mais alargada ou se se limitou a um caso pontual sob pena de tal suspeita que o signatário já reputa grave não ficar cabalmente esclarecida”.
A Polícia Judiciária apreendeu os telemóveis, pelo menos, do diretor do departamento médico do FC Porto, Nélson Puga, e do treinador da equipa principal, Sérgio Conceição.
O Jornal de Notícias adianta que os inspetores também estavam interessados no telemóvel do presidente portista, Pinto da Costa. Porém, não foi possível apurar se foi lhe apreendido o telemóvel ou apenas o respetivo conteúdo.
Segundo o Correio da Manhã, o juiz Carlos Alexandre pediu que as conversações, entre 1 de janeiro e 7 de maio, do presidente portista, do administrador Luís Gonçalves e de Sérgio Conceição fossem apreendidas.
O objetivo é perceber se alguém deu a ordem para a falsificação dos testes ou se tinham conhecimento de tal. Procura-se também perceber se a alegada falsificação dos testes tinha como objetivo não desfalcar o plantel portista para o jogo frente ao Benfica, em 6 de maio.
A partida era decisiva na luta pelo acesso direto à Liga dos Campeões, estando em jogo algo como 40 milhões de euros. O encontro acabou com um empate a uma bola.
[sc name=”assina” by=”Daniel Costa, ZAP” ]
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