Na semana passada, o Governo anunciou que os apoiantes do Chelsea e do Manchester City iriam viajar em charters, mas a UEFA explica que isso não é obrigatório, o que faz com que os ingleses cheguem à cidade sem nenhuma bolha de segurança.
O Governo prometeu uma “bolha de segurança” para receber os 12 mil adeptos ingleses no Porto, mas, a quatro dias da final da Liga dos Campeões, essa bolha já começa a ser quebrada.
Em declarações ao Público, a UEFA disse que é apenas “altamente recomendável”, e não obrigatório, que os adeptos viajem no próprio dia do jogo, como tinha sido anunciado pelo Governo.
Por sua vez, os clubes ingleses também não impuseram restrições de viagens aos apoiantes na compra dos bilhetes.
Por último, foi colocada à venda uma tranche de 1.700 bilhetes para o público geral, algo que irá dificultar o controlo dos adeptos, uma vez que até a população local se pode juntar à multidão que se espera que invada a cidade invicta no próximo sábado.
De recordar que após ter sido conhecida a decisão da UEFA de trazer a final da Liga dos Campeões para o Estádio do Dragão, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, explicou a operação de segurança que estava a ser montada.
Segundo a governante, o principal objetivo seria impedir contactos entre os adeptos e a população geral, com zonas próprias para acolher os simpatizantes de Chelsea e Manchester City.
“As pessoas que vierem à final da Liga dos Campeões virão e regressarão no mesmo dia, com teste feito e em situação de bolha. Ou seja, em voo charter, deslocação para duas zonas de espera de adeptos, daí para o estádio e depois do jogo de volta para o aeroporto, estando em território nacional menos de 24 horas com esta permanência em bolha e testes obrigatórios”, esclareceu a ministra, no dia 13 de maio, sobre o plano para a final.
No entanto, este plano parece não corresponder 100% ao que que poderá acontecer no Porto.
A juntar-se à confirmação da UEFA, o Público apurou que os adeptos dos dois clubes não tinham qualquer obrigatoriedade de viajar nos charters com os restantes simpatizantes para assistir ao jogo.
Já a Polícia de Segurança Pública (PSP) do Porto não quis prestar esclarecimentos, não tendo sido possível obter até agora as respostas do Ministério da Administração Interna, da Educação e do secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo. Também Manchester City e Chelsea não responderam ao pedido de esclarecimento feito pelo Público.
Em declarações ao mesmo jornal, David Sigsworth, responsável pelo núcleo de adeptos do Manchester City em Castleton, disse que os adeptos deverão chegar ao Porto já na manhã de sexta-feira.
Tal como este adepto, mais duas dezenas de membros do núcleo viajam para Portugal antes do jogo, permanecendo depois no país para visitarem Lisboa.
“Foi a ministra que disse isso da bolha de segurança, não foi? Pois, eu vi isso. (…) Sinceramente, acho que Portugal cometeu um erro e as autoridades vão ter mais [trabalho] do que pretendiam”, referiu.
Inicialmente limitado a 12 mil espetadores, o jogo receberá até 16.500, depois da nova venda de bilhetes para o público em geral, anunciada na terça-feira.
O Porto vai acolher pela primeira vez uma final de uma competição europeia de clubes, com o encontro inglês entre Manchester City e Chelsea.
A final da Liga dos Campeões está marcada para sábado às 20h.
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