A seleção portuguesa de futebol, campeã em título, caiu hoje para o terceiro lugar do Grupo F do Euro2020, ao perder por 4-2 com a Alemanha, em encontro da segunda jornada, disputado no Allianz Arena, em Munique.
Cristiano Ronaldo, aos 15 minutos, e Diogo Jota, aos 67, marcaram os tentos lusos, mas, pelo meio, Rúben Dias, aos 35, e Raphaël Guerreiro, aos 39, ambos na própria baliza, Kai Havertz, aos 51, e Robin Gosens, aos 60, faturaram para os alemães.
A seleção portuguesa de futebol falhou assim o 13.º jogo consecutivo sem perder em fases finais do Europeu, ao perder por 4-2 com a Alemanha, precisamente a última equipa que tinha batido o conjunto das ‘quinas’, em 2012, no jogo de abertura do Europeu de 2012, disputado na Polónia e na Ucrânia.
Depois de ser ‘massacrada’ nos primeiros 10 minutos, a formação lusa ainda abriu o marcador, por Cristiano Ronaldo, aos 15 minutos, mas dois autogolos, de Rúben Dias e Raphaël Guerreiro, e tentos de Kai Havertz e Robin Gosens, deram a volta ao jogo, já de nada valendo o tento final de Diogo Jota, aos 67.
Na classificação, Portugal, que na quarta-feira defronta a França, em Bucareste, é terceiro, com três pontos, os mesmos da Alemanha, segunda, e menos um do que a líder França, enquanto a Hungria é quarta, com um, depois do 1-1 com os gauleses.
Gosens explorou auto-estrada portuguesa…
Como se escreve pesadelo em alemão? Ainda não foi desta que Portugal voltou a vencer a Alemanha, desde 20 de Junho de 2000.
Na tarde deste sábado, os germânicos derrotaram os campeões europeus por 4-2, num duelo relativo à segunda jornada do Grupo F deste Euro 2020, resultado que, face ao empate da França ante a Hungria, deixou tudo em aberto para a ronda final.
Cristiano e Diogo Jota fizeram os tentos lusos, Rúben Dias e Raphaël Guerreiro, autogolo de cada um dos dois, Havertz e Gosens carimbaram o 11.º triunfo alemão em 19 encontros diante do combinado nacional, que tacticamente nunca soube responder, no banco, aos problemas do jogo.
Os primeiros 48 minutos tiveram quase sempre um sentido, a baliza defendida por Rui Patrício. Os germânicos “carregaram” e desde os instantes iniciais que assumiram as rédeas do encontro – aos 10 minutos tinham 79% da posse e um golo anulado a Gosens.
Numa fase em que só dava Alemanha, um contragolpe bem executado deu vantagem aos campeões europeus, porém a resposta surgiu nos últimos dez minutos, com dois autogolos – nunca a turma das “quinas” tinha sofrido dois tentos na própria baliza na mesma partida – que deixaram os alemães em vantagem.
Os comandados de Joachim Löw fizeram mais remates (nove versus três), tiveram 62% da posse, uma ocasião flagrante desperdiçada e obrigaram o guarda-redes nacional a fazer cinco intervenções.
Na etapa final repetiu-se o filme da primeira parte, a Alemanha na mó de cima a explorar a verdadeira auto-estrada que encontrou no seu flanco esquerdo e Portugal a correr atrás do prejuízo, cometendo uma catadupa de erros, individuais e tácticos.
A formação germânica foi replicando quase sempre a mesma jogada – pela direita e rápida variação para o flanco oposto, explorando a verticalidade de Gosens – e houve mais dois golos alemães. Havertz (51’) e Gosens (61’) dilataram a vantagem para 4-1.
Restou uma ténue reacção lusa: Jota marcou (67’) e Renato atirou ao poste (79’), mas insuficiente para anular a enorme superioridade contrária.
Melhor em Campo
O ala esquerdo da Atalanta tem pilhas? Gosens foi o jogador que desbaratou a defensiva lusa e o elemento mais determinante no triunfo alemão.
Rápido, inteligente e decisivo, esteve sempre ligado à corrente, logo ao minuto cinco marcou, mas o golo foi anulado. Depois voltou a aparecer para marcar a diferença fazendo o cruzamento/remate que esteve na origem do empate, iniciou o lance que resultou no 1-2, depois ofereceu o 1-3 a Havertz e cabeceou com acerto para o 1-4.
Gosens foi autor de uma assistência, dois passes para finalização, quatro passes valiosos, um golo, três remates, todos eles enquadrados, uma assistência, seis acções na área de Portugal, 46 acções com o esférico e um GoalPoint Rating de 7.6, tudo isto em apenas 61 minutos.
Destaques de Portugal
Cristiano Ronaldo 6.7 – O capitão foi a melhor unidade portuguesa em campo. Dos dois remates que fez, marcou um golo, fez a assistência para o “tento” de Diogo Jota, construiu dois passes para finalização, três passes valiosos, sofreu quatro faltas, foi eficaz nos três dribles tentados e responsável por quatro acções com a bola na área alemã. Ao quinto jogo, finalmente marcou ante a selecção germânica.
Renato Sanches 5.6 – É certo que ficou “a dormir” no lance do 1-3, mas voltou a dar um novo ímpeto à equipa, ficando na retina a bomba que lançou aos 79 minutos. Falhou quatro passes em 34 tentados (88% de eficácia) e recuperou a posse três vezes.
Rui Patrício 5.6 – Sofreu quatro golos, mas evitou que o “score” fosse ainda mais desnivelado com cinco intervenções, três das quais em remates dentro da área.
Diogo Jota 5.5 – Ofereceu o 1-0 a CR7 e reduziu as distâncias. Realce ainda para as cinco acções com o “esférico” na área contrária e para os quatro maus controlos registados.
Pepe 5.4 – Foi uma espécie de bombeiro, bem tentou evitar o naufrágio nacional com quatro recuperações, três alívios e outras tantas faltas sofridas.
João Moutinho 5.4 – Em apenas 28 minutos deu outro critério à primeira fase de construção nacional e demonstrou que ainda é uma peça-chave nesta selecção. Gizou dois passes para finalização e acertou 11 dos 13 passes realizados.
André Silva 5.3 – Nos 11 minutos em cena rematou numa ocasião, contabilizou quatro acções com a bola, uma das quais na área germânica.
Rafa 5.2 – Ficou a ver Gosens cabecear para o 1-4, tentou imprimir velocidade e imprevisibilidade, mas desta feita não foi decisivo. Destaque para as duas acções defensivas no meio-campo adversário.
Danilo 5.0 – Muitas dificuldades em conter os constantes ataques germânicos, terminou a partida sem ter feito nenhuma falta.
Nélson Semedo 5.0 – Sofreu com as constantes incursões de Gosens. Tinha de fechar por “dentro” para travar Gnabry e companhia e impedir, ao mesmo tempo, as progressões do ala-esquerdo. Quase nunca teve ajuda.
Rúben Dias 4.9 – Fez o 1-1 na própria baliza e teve problemas em travar as aproximações de Gnabry, Havertz e companhia, todos em diagonais. Registou seis alívios e ainda bloqueou dois remates.
Bernardo Silva 4.7 – A forma como lançou Diogo Jota na jogada que terminou com o golo luso foi o melhor que fez. O criativo teve pouca bola (apenas 27 acções com o esférico) e pouco ajudou Nélson Semedo na missão de travar Gosens.
William Carvalho 4.5 – Portugal foi pouco agressivo na recuperação pós-perda (apenas cinco faltas contra as 15 da Alemanha) e o médio foi um pouco o espelho da desinspiração colectiva. Saiu sem surpresas aos 57 minutos.
Bruno Fernandes 4.2 – Sem bola, andou a correr atrás da mesma e teve pouca influência no desenrolar do encontro. Ainda assim, fez dois passes valiosos, cinco aproximativos e registou oito perdas da posse.
Raphaël Guerreiro 3.5 – Teve o pior rating do dia. Azarado, marcou na própria baliza o 1-2 e teve dificuldades no processo defensivo, com dez perdas de posse e dois maus controlos de bola.
Destaques da Alemanha
Müller 7.0 – Uma espécie de formiguinha, não se dá por ele, mas o certo é que é quase sempre decisivo – duas acções defensivas no meio-campo adversário, dois alívios e dois remates bloqueados. Foi crucial na pressão exercida sobre a primeira linha portuguesa, sendo que ainda teve força para rematar numa ocasião, orquestrar dois passes para finalização, nove passes valiosos (máximo no jogo) e sete acções com o esférico na área adversária.
Kimmich 6.4 – Ofereceu o 1-4 a Gosens, tendo ainda feito seis passes valiosos, esteve quase perfeito no capítulo do passe (três falhados em 49 – eficácia de 94%), arrancou sete passes aproximativos e três conduções aproximativas. Sendo na ala direita ou no centro do terreno, faz sempre a diferença.
Resumo
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