Se o Europeu 2020 tivesse sido realizado em 2020, a Áustria teria outro dono da baliza. Mas teríamos menos um artigo para escrever.
O Europeu 2020 teve a sua primeira pausa mas regressará neste sábado. Após os dois primeiros dias de folga (esta quinta e sexta-feira), o País de Gales-Dinamarca e o Itália-Áustria abrem o programa dos oitavos-de-final. A Itália está confiante mas terá pela frente um guarda-redes ainda mais confiante, lembra o jornal El País.
“Se formos ao desempate por grandes penalidades, passaremos“. A frase é de Daniel Bachmann, titular na baliza austríaca e que se gaba por ter impedido o golo adversário em quatro das últimas sete grandes penalidades.
Bachmann nunca tinha jogado pela seleção principal da Áustria até…este mês. Estreou-se no dia 2 de junho, num jogo de preparação frente à Inglaterra. Voltou a ser titular no jogo seguinte, com a Eslováquia, e ficou como dono da baliza do seu país.
Daniel Bachmann tem 26 anos mas já deixou a Áustria há uma década. Era ainda júnior quando abandonou o Áustria Viena para jogar pelo Stoke City. Foram seis anos ligados ao Stoke mas nunca jogou pela equipa principal inglesa.
Após alguns empréstimos, em 2017 assinou pelo Watford. Só à quarta temporada conseguiu ser a primeira escolha para a baliza. Há um ano, por exemplo, quase nunca jogava no seu clube. “Foram a pandemia e o adiamento do torneio que me permitiram estar aqui. Mas estou cá e quero jogar”, avisou.
E é titular. A sua titularidade na seleção foi questionada na Áustria mas Bachmann respondeu: “Não me lembro de ter cometido qualquer erro nesta temporada. Além disso, não preciso de fazer publicidade a mim mesmo”.
Na estreia na fase final do Euro2020, na vitória por 3-1 contra a Macedónia do Norte, largou uma bola e a Macedónia aproveitou para marcar. A jogada ficou marcada pelo empurrão de um adversário a um austríaco, que por sua vez estorvou a atuação do guarda-redes compatriota.
“Sou o primeiro a levantar a mão quando falho. Mas chamar falha a isso é um pouco estranho. Se eu ficasse no chão a queixar-me, com as mãos na cara, o arbitro teria assinalado falta. Mas eu não sou assim“, analisou.
O guarda-redes que faz um corte nas luvas, na ponta de cada dedo, também tem a particularidade de preferir chuteiras apertadas, com um número inferior ao que calça normalmente. “Se estiverem apertadas, tenho mais sensibilidade”, justificou.
Daniel Bachmann tem a noção de que a Itália é “provavelmente” a melhor equipa mas a Áustria não é uma “tropa qualquer”.
Este confiante guarda-redes veio travar um período de indecisões em relação à baliza austríaca: foram 10 guarda-redes observados de perto ao longo da última época, depois da retirada de Robert Almer, há dois anos.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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