Acidente, que aconteceu na primeira etapa do Tour de France, no último sábado, provocou a queda de dezenas de ciclistas e esteve na origem da desistência de três. Equipas participantes na prova e organização pretendem processar espectadora.
A polícia francesa anunciou este domingo a abertura de uma investigação para encontrar a mulher que causou uma enorme queda coletiva na primeira etapa da Volta a França, no passado Sábado, que ligou Brest a Landerneau.
De acordo com informações oficiais, a culpada pode ser acusada de provocar “lesões não intencionais causadas por uma manifesta violação de obrigações de segurança ou prudência”. A polícia de Finistère deixou um apelo no Facebook para que possíveis testemunhas ajudem na investigação.
Entretanto, a própria organização do Tour de France e algumas das equipas afetadas já fizeram saber que pretendem agir judicialmente contra a espectadora, a qual pretendem processar pelos prejuízos causados.
“Vamos processar esta mulher, que se portou muito mal”, disse Pierre-Yves Thouault, vice-diretor da organização, à agência AFP e citado pela CNN. “Nós vamos fazer isto para que a pequena minoria que tem estes comportamentos não estraguem o espetáculo para toda a gente.”
O acidente aconteceu quando a espectadora entrou na rota dos ciclistas para ostentar o grande cartaz que carregava consigo — com a mensagem “Alelez opi-omi”, uma mistura de francês e alemão que se pode traduzir como “Vamos avô e avó” —, de forma a que este fosse filmado pela transmissão televisiva.
O gesto atingiu o ciclista alemão Tony Martin, que pedalava perto da frente do pelotão, causando a sua queda e, consequentemente, a de todos os que o perseguiam. Como é possível constatar pela transmissão televisiva, o incidente resultou em dezenas de corpos e bicicletas tombados no chão — havendo, inclusive, espectadores que também ficaram feridos.
O primeiro ciclista a ser atingido, Tony Martin, revelou ao The Guardian ter visto a mulher e o cartaz, mas não ter sido capaz de reagir. “Ainda não consigo perceber como é que as pessoas conseguem fazer coisas como aquelas. Estamos aqui para competir nas nossas bicicletas, isto não é um circo”, contou o também capitão da equipa Jumbo-Visma.
Um dos ciclistas desistiu imediatamente da prova devido às lesões sofridas, e oito tiveram, que receber assistência médica no local. Faltavam então 45 quilómetros para o final da etapa inaugural, tendo a corrida sido interrompida, e o pelotão demorado 25 quilómetros até se reagrupar.
Jasha Sutterlin, o ciclista envolvido na queda que decidiu abandonar a prova, foi levado para o hospital, onde realizou exames médicos que afastaram qualquer possibilidade de ossos partidos, mas a existência de contusões que irão requerer novos exames.
Segundo o diário francês L’Equipe, caso a queixa por “lesões involuntárias provocadas por comportamento inseguro ou imprudente” se comprove e os ferimentos possam levar a incapacidade por mais de três meses, a espectadora poderá ter que pagar uma multa de 1500€ — que poderá ser ainda mais elevada na eventualidade de Jasha Sutterlin também apresentar queixa.
Nesta situação e de acordo com o Código Penal francês, a espectadora poderá arriscar a condenação de um ano de prisão e uma multa de 15 mil euros.
[sc name=”assina” by=”ARM, ZAP” ]
Deixe um comentário