Emma Raducanu abandonou um jogo em Wimbledon devido a problemas respiratórios mas o antigo tenista disse que aquele jogo já era “demasiado” para a jovem de 18 anos.
Chegou a Wimbledon como número 338 na tabela WTA. Só entrou porque recebeu um convite da organização do torneio. Venceu Vitalia Diatchenko na primeira ronda, e depois as favoritas Markéta Vondroušová e Sorana Cîrstea, chegando surpreendentemente aos oitavos-de-final. Perdeu nesta segunda-feira, por motivos de saúde.
Emma Raducanu, de apenas 18 anos, passou a ser a favorita do público local. A jovem inglesa, que nasceu no Canadá e que tem mãe chinesa e pai romeno, demonstrou muita qualidade na sua estreia em torneios do Grand Slam e demonstrou também sinais de humildade quando, por exemplo, limpou o lixo depois do jogo da segunda ronda, frente a Markéta Vondroušová.
Chegou aos oitavos-de-final sem ter perdido qualquer set nos três duelos anteriores. No entanto, perdeu o primeiro parcial frente a Ajla Tomljanović por 6-4 e, quando perdia no segundo por 3-0, desistiu. Já tinha dado sinais de hiperventilação, depois chamou o seu treinador e, mais tarde, foi dada a indicação que Emma tinha desistido por causa de “dificuldades respiratórias“.
Foi uma desilusão para o público inglês, que celebrava a maioria dos pontos como se fosse o último ponto do encontro, e uma desilusão para a própria adversária, Ajla Tomljanović (tenista australiana que já teve a nacionalidade croata, que nasceu nos Estados Unidos da América e que tem mãe bósnia e pai croata).
“Estou mesmo em choque. É uma sensação agridoce. A Emma deve ter sentido muitas dores para ter decidido abandonar o jogo. Uma britânica a jogar em casa é inacreditável, lamento muito por ela. Preferia ter levado o jogo até ao fim. É assim o desporto, acontece. Desejo o melhor para ela”, declarou Tomljanović.
As declarações de John McEnroe foram diferentes. Ainda antes de ser divulgada a informação oficial, sobre as dificuldades respiratórias, o antigo tenista disse na BBC: “Tenho pena da Emma. Parece que este jogo já era demasiado para ela, o que é compreensível, sobretudo depois do que temos vindo a falar sobre a Naomi Osaka nas últimas seis semanas”.
McEnroe falava da ansiedade e da depressão que a própria Osaka admitiu atravessar, quando se recusou a falar com os jornalistas nas conferências de imprensa em Roland Garros.
“Quantos jogadores conseguem aguentar esta pressão?”, questionou John McEnroe: “Devemos admirar os jogadores que conseguem aguentar tão bem, e espero que ela aprenda algo com esta experiência“.
A reação geral a estas palavras foi de desagrado e, quando Ajla Tomljanović soube destas palavras, reagiu com críticas: “Ele dizer isso… É desagradável. Eu passei por algo semelhante, mas não com esta extensão. Eu sei que é algo real. Falei com atletas que passaram por isso. Não é fácil”.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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