Euro 2016: Portugal perde em casa com a Albânia

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Portugal entrou com pé esquerdo na qualificação para o Euro2016 de futebol, com uma surpreendente derrota por 1-0, frente a Albânia, numa partida em que acabou por merecer o ruidoso coro de assobios e lenços brancos com que terminou o jogo.

Um golo de Balaj, no início da segunda parte, castigou os lusos por um jogo de parca inspiração e inexistente capacidade de finalização, que tornou ainda mais relevante a ausência do lesionado Cristiano Ronaldo.

Depois da pobre exibição, que valeu a Paulo Bento muitos lenços brancos agitados nas bancadas, Portugal vê a sua margem de erro para esta fase de qualificação diminuir substancialmente, tendo a seguir um teste de fogo, na visita à Dinamarca.

Da tão propalada renovação que muitos clamavam a Paulo Bento para a equipa nacional, no primeiro jogo após a desilusão do Mundial do Brasil, o selecionador introduziu algumas alterações no seu habitual “onze”, deixando Miguel Veloso e Raul Meireles no banco e apostando em William Carvalho e André Gomes para as manobras da intermediária.

A mexida deu um pouco mais de solidez ao meio campo nacional, mas retirou-lhe alguma criatividade que se repercutiu na produtividade da frente de ataque, na qual a ausência de Cristiano Ronaldo foi bem evidente.

Desinspiração

As crónicas dificuldades na finalização da “equipa das quinas” vieram ao de cima desde os instantes iniciais. Os lusos não sentiram dificuldades em assumir a iniciativa de jogo, mas nos momentos cruciais, em frente à baliza albanesa, nunca tiveram a inspiração necessária.

Ainda antes do quarto de hora, Nani, que surgiu como capitão na ausência de CR7, espelhou isso mesmo, não conseguindo ser eficaz no desvio após passe de João Moutinho.

O número de 17 de Portugal foi, ao longo do jogo, um dos mais inconformados, mas faltou-lhe companhia à altura na frente de ataque.

Éder foi quase sempre anulado pelos albaneses e Vieirinha, além de um remate de cabeça, perdeu-se em deambulações inconsequentes.

Além da desinspiração de Portugal, a Albânia justificava o arrastar nulo com uma postura defensiva irrepreensível e uma atitude aguerrida, que, mesmo sendo inconsequente no ataque, conseguiu manter o empate até ao intervalo.

Paulo Bento tentou imprimir maior dinâmica na equipa no regresso do descanso, apostando em Ivan Cavaleiro para o lugar de Vieirinha.

No entanto, acabou por ser Albânia, número 67 do “ranking” da FIFA, a entrar melhor na etapa complementar.

Depois uma primeira ameaça, com um cruzamento venenoso, Balaj, na jogada seguinte, “gelou” o municipal de Aveiro com um remate pleno de oportunidade aproveitando a displicência dos centrais portugueses, que hesitaram na marcação ao avançado albanês.

Lenços brancos para Bento

Com o estádio incrédulo, Paulo Bento não demorou a tentar inverter o inusitado resultado, lançado, primeiro Ricardo Horta para o lugar de William Carvalho e, mais tarde, abdicando do central Ricardo Costa rendido por Miguel Veloso.

Face às mexidas e perante o natural recuo do adversário, Portugal intensificou a pressão sobre Albânia.

Nani tentou de todas as formas chegar ao empate, nomeadamente numa cabeçada desastrada em posição privilegiada (76), mas foi o estreante Ricardo Horta, pouco antes, quem esteve mais perto de marcar com um remate de longe devolvido pela quina da baliza (70).

Com o avançar do cronómetro as investidas lusas deixavam de ter coerência que se impunha para se resumirem em desesperadas tentativas de inverter a desvantagem, não raras vezes travadas por uma barreira de voluntariosos albaneses.

Fábio Coentrão e Ricardo Horta ainda tentaram inverter o desastre com remates de longe, mas com uma pontaria condizente à pálida exibição lusa, que terminou o jogo debaixo de um coro de assobios e com lenços brancos para Paulo Bento.

/Lusa


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