O Comité Olímpico Internacional (COI) decidiu expulsar dois treinadores da equipa da Bielorrússia pelo seu papel na tentativa de repatriação forçada da velocista Krystsina Tsimanouskaya.
O Comité Olímpico Internacional decidiu sancionar os treinadores Artur Shimak e Yury Maisevich na sequência de uma comissão disciplinar para “esclarecer as circunstâncias em torno do incidente”, afirmou numa declaração.
“Para o bem-estar dos atletas do Comité Olímpico Nacional bielorrusso que ainda se encontram em Tóquio e como medida provisória, o COI cancelou e retirou as acreditações dos dois treinadores no dia anterior”, disse o organismo internacional.
Os dois treinadores foram convidados a abandonar imediatamente a Aldeia Olímpica e fizeram-no, segundo o COI, que acrescentou que a ambos seria dada “uma oportunidade de se explicarem”.
Durante uma conferência de imprensa de balanço sobre Tóquio 2020, e quando questionado se o COI pretendia adotar novas medidas contra Minsk, o presidente Thomas Bach reafirmou que a missão do órgão que dirige “não é mudar os sistemas políticos”.
O procedimento disciplinar “continua”, disse o alemão, acrescentando que “medidas ou sanções adicionais” podem ser tomadas se a comissão considerar necessário.
“A nossa missão e o nosso objetivo não é mudar nenhum sistema político. A nossa responsabilidade é proteger os atletas o máximo possível“, adiantou o ex-campeão olímpico de esgrima.
Porém, Bach recordou que o COI não reconhece a eleição de Viktor Lukashenko, filho do Presidente da Bielorrússia, como chefe do comité olímpico daquele país, por não ter garantido que os atletas não sejam discriminados pelas suas opiniões políticas.
Krystsina Tsimanouskaya aterrou em Varsóvia, esta quarta-feira, depois de a Polónia lhe ter concedido asilo humanitário, após ter pedido ajuda à polícia japonesa enquanto membros do seu comité nacional tentavam forçá-la a regressar a casa.
O Comité Olímpico bielorrusso disse que Tsimanouskaya tinha de suspender a sua participação nas Olimpíadas por causa do seu “estado emocional e psicológico”.
A atleta, conhecida por expressar apoio ao movimento popular contra o regime de Alexander Lukashenko, estava a competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio e temia represálias no seu regresso à Bielorrússia, disse em vídeos e mensagens nas redes sociais.
A Polónia também concedeu um visto humanitário ao seu marido, Arseny Zdanevich, que viajou na quarta-feira de Minsk para a Ucrânia.
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