O FC Porto entrou, este domingo, de forma afirmativa na Liga, não permitindo grandes veleidades ao Belenenses SAD.
O primeiro 4-4-2 de Sérgio Conceição reservou algumas novidades, porventura inesperadas pelos adeptos, mas que resultaram plenamente (sobretudo João Mário e Bruno Costa) e garantiram o ascendente “azul-e-branco” ao longo de toda a partida.
A superioridade portista seria materializado por Toni Martínez e Luis Díaz, protagonistas também do desperdício que impediu um marcador ainda mais acentuado.
Dragão não precisa de Marega para ganhar pela esquerda
O Porto atacou a primeira parte com a bola a circular preferencialmente pelo corredor direito, com João Mário e Otávio em evidência e, já após um susto (que seria fora-de-jogo) protagonizado por Cassierra e Ndour seria precisamente desse flanco que sairia o passe de Otávio para Toni Martínez inaugurar o marcador, com um míssil à entrada da área, ele que já havia colocado Luís Philippe à prova, logo a abrir a partida.
O guardião belenenses terminaria a primeira parte aliás como o melhor visitante (quatro defesas), o que ilustra bem o ascendente ofensivo “azul-e-branco” no primeiro capítulo do jogo.
A segunda parte não traria alterações na toada do jogo, nem sequer na via preferência do Porto, na hora de criar perigo e golo, e foi novamente pelo flanco esquerdo que João Mário protagonizou uma excelente incursão, cruzando para o cabeceamento para golo de Luis Díaz, aos 65 minutos.
Por volta dos 70′ já os “dragões” acumulavam 2.0 de Expected Goals, com três ocasiões flagrantes perdidas a somar aos golos. O Porto manteria a toada até aos últimos minutos, momento em que já em descompressão, permitiu ao Belenenses alvejar a sua baliza com perigo mas sem consequência, permitindo a Diogo Costa “aquecer” e brilhar.
O MVP GoalPoint
Com três portistas muito próximos no topo (e outros tantos com excelentes ratings) a escolha do MVP é difícil e não dirá mas Toni Martínez acabou por cima, num jogo em que mostrou a mesma forma com que terminou a temporada passada, quase como se não tivesse tido paragem.
O avançado espanhol entrou no jogo fazendo a primeira ameaça e pouco depois disparou um míssil para o primeiro golo. Terminaria a partida com seis remates (máximo do jogo), quatro duelos aéreos ganhos em cinco e dando-se ao passe aproximativo em 16 ocasiões, um registo que sublinha a qualidade e inteligência da sua movimentação sem bola. Promissor.
Os ratings do Porto:
Otávio 7.5 – Foi dele a primeira e bela assistência portista da época (e não de João Mário, ao contrário do afirmado na TV) mas isso foi só o começo: três passes para finalização, 14 passes ofensivos valiosos (máximo do jogo), 11 aproximativos e ainda três desarmes. A máquina de trabalho do costume.
João Mário 7.3 – Já prometia desde o final da época passada, abre esta a cumprir. Excelente exibição, coroada com uma magnifica incursão culminada em assistência para o segundo golo. Pelo caminho terminou a partida como o melhor driblador (4 em 5) e ainda desarmou três vezes os adversários. Assim vai ser complicado para a concorrência.
Diogo Costa 6.8 – Descansado quase todo o jogo teve de se aplicar a sério no final da partida e é precisamente isso que se espera de um guarda-redes de “grande”. Terminou com três defesas, duas delas já dentro da área portista.
Luis Díaz 6.7 – Excelente jogo do colombiano, na sequência da sua Copa América, que só não rendeu maior glória e rating devido a duas flagrantes perdidas. Foi o jogador mais castigado em falta (5), o que fundamenta a dor de cabeça que foi, no drible e no remate (4).
Bruno Costa 6.4 – A sua presença no “onze” agitou os treinadores de nível IV do twitter mas bastou o jogo iniciar para o médio fundamentar a escolha de Conceição. Melhor na primeira do que na segunda parte, terminou ainda assim como o portista com mais bola (106 acções) e com uma qualidade de passe irrepreensível (96%, 85 entregues). Destacou-se sobretudo no passe longo, com 15 entregues.. em 18!
Mehdi Taremi 6.3 – Há quem não o tenha visto mas não foi bem assim. É certo que não brilhou como noutros jogos mas o iraniano arrastou defesas e contribuiu para o habitual feito portista de começar a defender ainda no miolo adversário, com três acções defensivas em território inimigo.
Sérgio Oliveira 5.1 – Terminou a primeira parte com o rating mais “económico” entre os portistas e não melhorou muito mais, até sair, aos 61. Apesar de ter sido pivot do jogo portista até sair (72 acções, máximo a par de Bruno Costa) não foi o Sérgio do costume, perdendo 19 vezes a posse.
Os ratings do Belenenses SAD:
Luiz Felipe 6.4 – O reforço brasileiro foi o principal responsável pelo facto do marcador não ter sido mais pesado para os “azuis”. Aos 15 minutos, ainda antes de sofrer o primeiro tento, já levava três defesas. Terminou a partida com cinco, três delas à queima-roupa.
Tomás Ribeiro 5.4 – Fez o que pôde para anular o perigo portista e os números mostram-no: quatro intercepções, seis alívios e ainda assim conseguiu entregar 90% dos seus passes, o que não é comum num jogo desta dificuldade.
Mateo Cassierra 5.3 – O Belenenses também tem um colombiano perigoso pelos flancos e isso viu-se logo a abrir, embora o seu passe de morte para Ndour estivesse condenado ao apito, caso o colega tivesse acertado com a baliza. Isso não retira a sua qualidade e mérito, ele que tocou na bola apenas 21 vezes em 78 minutos mas ainda assim somou dois passes para finalização. Resta saber se a BSAD o conseguirá manter.
Resumo:
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