O Benfica está no playoff da Champions, deixando pelo caminho o inofensivo Spartak de Rui Vitória.
O jogo da Luz foi ainda mais tranquilo para os “encarnados”, que também souberam construir essa tranquilidade, com muita posse e qualidade de passe, comandada por João Mário, que voltou a brilhar na eliminatória. Segue-se agora o PSV, que será certamente uma empreitada bem mais complicada.
O arranque do jogo pela postura ultra-defensiva adoptada pelo homens de Rui Vitória, que terminaram a primeira parte com apenas três homens com posição média com bola para lá do meio campo defensivo.
Este dado resume não só a forma como os russos encararam o jogo como também o porquê do Benfica ter mantido uma posse acima dos 70% e uma eficácia de passe de cerca de 90%. A “águia” trocava e recuperava a bola com facilidade.
O Benfica ia tentando construir ocasiões mas os russos foram mostrando eficácia total, no bloqueio de remates ou execução da última acção defensiva, acabando por evitar que os “encarnados” fizessem qualquer remate enquadrado.
Neste contexto não admirava que, chegado o descanso, o melhor homem em campo fosse o central francês Gigot, um pronto-socorro muito solicitado.
Passados pouco mais de 10 minutos da retoma do jogo aparecia o golo, o primeiro do Benfica (no único enquadrado até então) e o primeiro de João Mário pelos “encarnados”, no seu primeiro disparo oficial ao serviço das “águias”.
Já perto do final, sem que muito mudasse no que toca ao conforto com que o Benfica conduzia a partida, Yaremchuk rematou mas, após carambola, acabou mesmo por Gigot, a figura da primeira parte, a fazer o segundo, na própria baliza.
Segue-se agora o PSV, que deverá apresentar outro tipo de dificuldades a Jesus e Cia.
Melhor em Campo
Os adeptos vão lembrar-se do golo, mas os pés de veludo de João Mário notaram-se hoje sobretudo ao nível do passe: fez 68 em 78 (89% de eficácia) e foi o terceiro em campo com mais bola no pé (94 acções).
É certo que desta vez não fez qualquer passe para finalização mas oito dos seus passes foram aproximativos (máximo do jogo) e dois super aproximativos.
O ex-Sporting ainda se mostrou no plano defensivo, com seis acções defensivas, entre elas dois desarmes e outras tantas intercepções. Jesus deve estar feliz mas não surpreendido, com a rápida adaptação da sua aposta.
Destaques do Benfica
Álex Grimaldo 6.8 – Mais perto do seu melhor, ofereceu dois passes para finalização e falhou apenas duas entregas em 47, aproveitando bem o parque de campismo oferecido pelos russos. Conquistou ainda três faltas, duas delas no último terço.
Otamendi 6.4 – Começou mal e acabou bem, fechando com quatro intercepções (máximo do jogo), três alívios e como segunda “águia” com mais acções com bola (102)
Vlachodimos 6.3 – Fez apenas três defesas mas somou-lhes uma saída a soco, 2 lançamentos longos eficazes e três passes longos certos em cinco. Mais um jogo bem conseguido do homem que esteve com pé e meio fora da Luz.
Diogo Gonçalves 6.0 – Acompanhou Grimaldo no aproveitamento do espaço oferecido pelos russos, terminando como o benfiquista com mais passes para finalização (3), um deles para flagrante perdida por Rafa com 0.5 de Expected Goal. A melhorar: o cruzamento, nenhum dos seis que tentou chegou a um colega.
Lucas Veríssimo 6.0 – Menos impressionante do que nos jogos anteriores, fez ainda assim um jogo positivo. Voltou a tentar o remate (1) e mais uma vez foi rei em conduções aproximativas (4).
Rafa Silva 5.8 – Foi o mais rematador (3) mas sai penalizado pela ocasião flagrante que perdeu (0.5 xG). Venceu quatro dos oito dribles que ensaiou e ainda ajudou na defesa, com três desarmes e dois passes bloqueados.
Pizzi 5.8 – Ensaiou sem sorte o remate duas vezes e somou cinco passes ofensivos valiosos, embora nenhum para finalização. Saiu aos 63 minutos.
Weigl 5.4 – Discreto, entregou o comando do meio campo a João Mário, como seria de esperar. Acabou no topo das acções com bola (106) falhando apenas seis passes em 93 (máximo do jogo). Defensivamente fez apenas um desarme.
Gonçalo Ramos 5.3 – Longe da fase em que precisava de poucos minutos para meter o nome na ficha do jogo, Ramos não ensaiou sequer o remate ou passe para finalização. Saiu aos 63 minutos, certamente cansado pelo desgaste acumulado em Moreira de Cónegos, após 23 acções com bola.
Yaremchuk 5.3 – 27 minutos não dão para muito mas ainda lhe permitiram somar 15 acções com bola, entre elas um remate que haveria de dar o autogolo russo. Sofreu ainda uma falta, caiu num fora-de-jogo e falhou dois passes em 11. Serviu de aperitivo mas não permite grandes avaliações.
Destaques do Spartak
Georgiy Dzhikiya 6.3 – Tendo em conta o andamento do jogo e o facto do Benfica, apesar do domínio, ter feito apenas um remate à baliza, não admira que os centrais sejam os maiores destaques do Spartak. Dzhikiya somou 13 acções defensivas sendo que três foram bloqueios a remates “encarnados”.
Samuel Gigot 5.6 – teria terminado com melhor rating caso não tivesse metido uma bola na própria baliza, perto do final. Brilhou sobretudo na primeira parte, com 14 acções defensivas, incluindo quatro desarmes, outras tantas intercepções e mais dois remates bloqueados a somar aos de Dzhikiya.
Resumo
[sc name=”assina” by=”” url=”https://goalpoint.pt/benfica-spartak-ucl-202122_122655″ source=”GoalPoint”]
Deixe um comentário