De besta a herói improvável. Kepa deu Supertaça Europeia ao Chelsea (e os louros são de Hilário)

Kepa Arrizabalaga, Chelsea
Kepa Arrizabalaga num treino no Chelsea.

Kepa Arrizabalaga, o guarda-redes suplente do Chelsea, foi o herói improvável da final da Supertaça Europeia, defendendo o penálti que deu aos Blues o caneco. Uma redenção para o espanhol que é também uma vitória do português Hilário.

O momento em que o treinador do Chelsea, Thomas Tuchel, decidiu substituir o guarda-redes Mendy pelo suplente Kepa, já durante o prolongamento do jogo contra o Villarreal, foi decisivo.

Kepa entrou para defender as grandes penalidades depois de Tuchel ter trocado umas palavras com Hilário, o ex-guarda-redes português que é o actual treinador de guardiões do Chelsea.

E foi Kepa quem decidiu a final da Supertaça Europeia, defendendo dois penáltis e assegurando um triunfo por 6-5.

A decisão de Tuchel não foi uma aposta de risco, mas antes uma substituição calculada, como explicou o treinador no final do jogo.

“Tínhamos algumas estatísticas”, salientou o treinador alemão, realçando que “o Kepa tem a melhor percentagem de defesas de grandes penalidades“.

“Temos provas de que Kepa é melhor neste tipo de lances“, frisou ainda Tuchel, deixando um elogio ao guarda-redes titular pela forma como reagiu à substituição. “É fantástico como Edouard Mendy aceitou”, notou, concluindo que “são jogadores de equipa”.

Redenção para Kepa (e os louros para Hilário)

A final da Supertaça Europeia foi, assim, uma espécie de redenção para Kepa que, no ano passado, foi muito criticado pelos adeptos do Chelsea após alguns erros na baliza.

Chegaram a abrir-lhe a porta de saída do clube depois de ter chegado para substituir Thibaut Courtois como um dos melhores guarda-redes do campeonato espanhol.

Na altura, os adeptos também se viraram contra Hilário, considerando que os erros de Kepa reflectiam um mau treinamento e notando que o guarda-redes precisava de ser treinado por “um especialista de classe mundial”.

De resto, Hilário nunca foi particularmente apreciado pelos adeptos do Chelsea.

O português, agora com 45 anos, chegou ao Chelsea em 2006 e ficou sempre na sombra de Petr Cech. E é considerado por muitos fãs do clube como “o mais fraco guarda-redes” da era Abramovich.

Em 2014, quando deixou os relvados como jogador, Hilário passou para a equipa técnica e lá continua desde então, apesar das trocas de treinadores que foram ocorrendo.

Em 2019, foi promovido de assistente a treinador de guarda-redes na equipa técnica de Frank Lampard. Mas com a chegada de Maurizio Sarri voltou ao lugar de adjunto do treinador de guardiões.

Quando Sarri rumou à Juventus, no Verão passado, voltou ao papel principal no treino dos guarda-redes após o técnico Massimo Nenci ter seguido o treinador para Itália.

Agora pode ficar com os louros da recuperação de Kepa para o lugar dos grandes guarda-redes, depois do brilharete que o espanhol fez na final.

O Chelsea costuma divulgar imagens do trabalho específico que é feito com os guarda-redes no clube, onde se pode ver Hilário em acção.

[sc name=”assina” by=”Susana Valente, ZAP”]


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