Presidente do Santa Clara acusado de desviar fundos da Azores Parque

O presidente do CD Santa Clara, Rui Cordeiro.

O presidente do Santa Clara é acusado de pagar dívidas pessoais, e financiar a sociedade Melo Cordeiro e a SAD do emblema açoriano com dinheiro da falida Azores Parque.

Por enquanto, um acordo extra-judicial livrou Rui Melo Cordeiro da acusação de insolvência culposa, avança o Público.

No julgamento da Azores Parque, a 18 de março, ficou a “firme convicção” de que o presidente do Santa Clara era o administrador da antiga empresa municipal.

A questão da insolvência da Azores Parque começou por volta de 2018, quando Rui Cordeiro iniciou contactos para a compra da empresa que estava em vias de ser extinta e integrada na autarquia devido à sua grave situação financeira.

A Azores Parque foi vendida, a 11 de março de 2019, à Alixir Capital, que tem Glen Lau como beneficiário último. O empresário singapurense é também o principal acionista da SAD do Santa Clara.

Em pouco tempo, grande parte dos bens imobiliários foi vendido muito abaixo do seu valor patrimonial tributário ou mesmo sem qualquer pagamento, salienta o Público. Além disso, a conta da Azores Parque foi completamente esvaziada, sem que houvesse qualquer pagamento aos credores.

“Parte substancial do dinheiro obtido pelas vendas foi parar à tesouraria da SAD do Santa Clara e à sociedade Melo Cordeiro (MC), Unipessoal”, escreve o matutino. A empresa foi constituída com um capital social de 50 euros e era detida por Rui Melo Cordeiro e, posteriormente, por Glen Lau.

Para a presidência da Azores Parque, Rui Cordeiro sugeriu o nome de Carlos Silveira. O novo administrador, com apenas o 9.º ano de escolaridade, estava longe de ter competências de gestão necessárias.

No dia 19 de abril, Carlos Silveira foi condenado pela insolvência culposa da Azores Parque. O empresário Khaled Saleh, detentor de 10% da Alixir e vogal da administração, também foi condenado.

Em tribunal, sempre defendeu ser apenas um “testa de ferro” ou “homem de palha” do presidente do Santa Clara.

“Após o início de funções de Carlos Silveira na AzP, todas as decisões foram materialmente tomadas por Rui Melo Cordeiro, designadamente: mudança de contabilista, venda de imóveis, determinação do preço de venda, angariação de compradores, levantamentos em numerário e transferências bancárias”, lê-se na sentença, que reconhece que Rui Melo Cordeiro era, de facto, o administrador da Azores Parque.

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