O Sporting soma e segue neste início de época. Em alta voltagem e com nota artística, os campeões nacionais não deram hipóteses e derrotaram o Belenenses SAD por 2-0 e mais podiam ter sido.
Gonçalo Inácio e Palhinha foram os autores do rugido verde e branco. As stats, qual algodão, não deixam margem para qualquer dúvida e não fosse o desperdício de quatro ocasiões flagrantes, outro leão rugiria. Os comandados de Petit foram demasiado macios, raras vezes conseguiram despir o colete de forças leonino e apenas aos 52’ fizeram o primeiro remate.
Intensidade leonina sufocou “azuis” sem argumentos
Entrada em cena voraz, por parte do leão. Aos sete minutos, no primeiro remate do encontro, Rúben Vinagre centrou a preceito e ofereceu o 1-0 a Gonçalo Inácio. O guardião Luiz Felipe não ficou bem na fotografia. Os leões não tiraram o pé do acelerador e continuaram a carburar, Esgaio (11’) e Paulinho em duas ocasiões (12’ e 30’) estiveram próximos de dilatar a vantagem leonina.
Aos 33’, os campeões nacionais tinham já acumulados 1,4 xG graças a seis remates. Do outro lado, os forasteiros terminaram a primeira metade com zero tentativas ao alvo e apenas 29% da posse. Gonçalo Inácio, que face à ausência de Feddal (suplente) passou para o lado canhoto da linha de três defensores, posição de origem dele, era o MVP ao intervalo graças um golo, apenas quatro passes falhados em 44 tentados (91% de eficácia), quatro passes aproximativos, 49 acções com a bola, dois duelos aéreos ofensivos ganhos, duas recuperações e um desarme.
Foi a abrir etapa segunda metade, decorria o minuto 48, que os leões voltaram a rugir. Palhinha, na sequência de um live cobrado por Pote, surgiu na segunda do poste para facturar e assinar o 2-0. O conjunto de Alvalade continuou a dominar as incidências, imprimindo um ritmo alto que sufocou o adversário e explorando os três corredores com inteligência e contundência. Palhinha e Matheus Nunes comandam as operações ao centro, enquanto Esgaio e Vinagre davam amplitude às acções da equipa. Não fosse o desacerto na finalização – Paulinho 50’, Matheus Nunes 69’ e Pote (90+5’) quase marcaram – e o “placard” teria tido outra expressão.
O Belenenses SAD fez o primeiro remate apenas aos 52’, por Afonso Sousa e voltou a demonstrar as dificuldades que o treinador Petit já tinha apontado há alguns dias numa equipa que já não conta com Kritsyuk, Gonçalo Silva, Henrique, Tiago Esgaio, Silvestre Varela e Miguel Cardoso, unidades que tinham sido determinantes na época transcorrida. Falta profundidade e qualidade, não existe fio de jogo e as três derrotas registadas na Liga até ao momento, diante de FC Porto, Marítimo e Sporting, são um sério aviso.
O MVP GoalPoint
Um dos esteios do Sporting tem nome e apelido. João Palhinha voltou a exibir-se a um nível altíssimo e foi preponderante. Dentro das quatro linhas esteve em todo o lado, no ataque apontou o “tento” que fechou o marcador, num dos quatro remates que fez (Expected Goals xG de 1,5), além disso, apenas pecou em quatro dos 69 passes que fez (acerto de 94%), completou três passes aproximativos, variou o flanco com êxito três vezes, contabilizou 95 acções com a bola, sendo que cinco foram na área contrária, recuperou a posse em seis vezes, fez três desarmes, bloqueou dois passes/cruzamentos e acumulou quatro acções defensivas no meio-campo adversário. Performance de mão cheia do médio que é muito mais do que um mero “trinco”… e o mercado já percebeu.
Outros Ratings
Destaques do Sporting
Matheus Nunes 6.9 – Formou com Palhinha uma dupla que encheu as medidas na zona central e que contribuiu para estancar as investidas contrárias. Esteve a centímetros de assinar um golaço aos 69′ num jogo em que brilhou no passe: 96% de acerto em 50 tentativas, com dois passes para finalização, seis aproximativos e três variações de flanco. Completou os quatro dribles que tentou, conduziu bola outras tantas vezes e recuperou a posse em três momentos. Os três desarmes sofridos tiraram-lhe umas décimas no que seria um justo rating mais elevado.
Coates 6.3 – O capitão deu conta no pouco trabalho que teve, realce para os nove passes aproximativos que contabilizou (máximo no jogo) e para os três duelos aéreos ofensivos – em quatro tentados – em que levou a melhor.
Gonçalo Inácio 6.1 – No lado canhoto da defesa, esteve em foco. Abriu a contagem e foi importante na primeira fase de construção, com seis passes longos certos em oito tentados, oito passes aproximativos correctos e dos super aproximativos. Cheio de confiança, tem justificado em pleno a aposta que Rúben Amorim tem feito nele.
Pedro Gonçalves 6.0 – Luiz Felipe impediu, no último suspiro do encontro,que fizesse o golo da praxe. Mas não foi por falta de oportunidades que não marcou, ao todo rematou oito vezes – Expected Goals xG de 0,9 -, orquestrou quatro passes para finalização, recebeu dez passes aproximativos, teve seis acções com a bola no interior da área “azul” e foi feliz em três dos quatro dribles que arriscou.
Nuno Santos 6.0 – Foi uma das surpresas no onze leonino e justificou a chamada com dois remates, uma ocasião flagrante criada, três cruzamentos e recebeu nove passes aproximativos.
Rúben Vinagre 5.9 – Reforço de luxo dos leões. Vinagre esteve em grande e nos 63′ em que actuou foi a tempo de gizar uma assistência para o golo inaugural, num dos seis cruzamentos de bola corrida que fez e em termos defensivos teve duas acções no meio-campo adversário e dois desarmes. A rever, as 18 perdas de bola registadas, embora boa parte justificadas pelo seu balanceamento ofensivo.
Neto 5.9 – A outra novidade no onze escolhido por Amorim, não destoou do resto da equipa. Foi quem mais teve acções com a bola, 103 no total, recuperou a bola seis vezes e contabilizou dois desarmes. Já tinha sido mais importante no título do que o crédito que lhe atribuem, voltou a dizer presente.
Jovane Cabral 5.9 – Em 27 minutos, foi a tempo de delinear três passes para finalização e tentou imprimir velocidade no ataque leonino.
Ricardo Esgaio 5.5 – Aos 11′ ficou próximo de marcar. O regresso de Porro parece não estar a afectá-lo e continua a rubricar “performances” consistentes e com poucas falhas. Dos cinco cruzamentos com a bola corrida tentados, dois foram eficazes, acertou 51 dos 55 passes tentados (93% de eficácia) e acumulo sete passes aproximativos recebidos.
Paulinho 5.2 – Quem “percebe de bola” sabe (e vê) porque Amorim o valoriza tanto, mas esteve claramente infeliz no momento da finalização. Se pela positiva fez quatro passes valiosos e somou 48 acções com bola, pela negativa desperdiçou duas das quatro ocasiões flagrantes perdidas pelos “leões”.
Destaques da Belenenses SAD
Tomás Ribeiro 6.9 – Não foi por ele que o BSAD saiu de Alvalade com mais um desaire. Constantemente colocado à prova, terminou o encontro com duas acções defensivas no meio-campo do Sporting, quatro desarmes, três desarmes, oito alívios – máximo no jogo -, dois remates bloqueados e três passes/cruzamentos bloqueados. O trabalho foi tanto e tão bem feito que saiu de Alvalade derrotado mas com um novo máximo da Liga em curso, fruto das 20 acções defensivas que somou.
Luiz Felipe 6.5 – Co-responsável (com alguns “leões”) pelo marcador menos dilatado do que seria de esperar. Das cinco defesas que fez quatro foram a remates já dentro da sua área e ainda teve de somar acções defensivas mais próprias dos colegas de campo, com dois alívios e uma intercepção.
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