O Marítimo viu o estádio ser interditado à conta da nota negativa ao relvado depois do jogo com o FC Porto, encontro que trouxe mais “alarido por ser mediático”, disse à agência Lusa o presidente do clube madeirense.
O Marítimo ficou, esta segunda-feira, com o estádio interdito após o relvado ter recebido nota negativa da Comissão Técnica da Liga de clubes pela segunda vez.
O relvado do recinto recebeu uma classificação de 1,67, numa escala até cinco, depois da receção dos insulares ao FC Porto, no último domingo, para a terceira jornada da I Liga, num jogo que acabou empatado a uma bola.
A única equipa madeirense no primeiro escalão do futebol nacional já tinha tido uma avaliação negativa (2,06) do relvado depois do embate com o Sporting de Braga (0-2), pelo que o recinto vai ficar interdito até merecer nota positiva.
O presidente do clube madeirense, Carlos Pereira, considerou que o encontro com os dragões trouxe mais “alarido por ser mediático”.
“Uma coisa que não podemos alterar é o mediatismo de cada um dos jogos, porque se o jogo não fosse tão mediático e, se as pessoas já não viessem com a predisposição de arranjar argumentos para uma coisa menos boa que tivesse acontecido, com certeza que o alarido não teria sido tão grande”, afirmou Carlos Pereira, enfatizando “que isto tem muito a ver com não saber perder pontos”.
O líder maritimista acusou o FC Porto “de fazer imagens que não correspondem à realidade”, tiradas antes da preparação do campo, enquanto a areia ainda não tinha sido distribuída e “intencionalmente mandar publicar”.
“Bem como um operador da Sport TV, vamos lá saber por quem é que ele foi encomendado, para fazer umas imagens, muito perto, fora da linha de marcação e com alguma intenção”, referiu ainda, estendendo as críticas ao treinador portista.
O dirigente afirmou que Sérgio Conceição “já habituou a não saber perder”, referindo que o técnico, “a não saber perder, obriga-se a ‘bater’ quase em tudo e em todos, incluindo, no seu vice-presidente, que para não lhe dar um soco, deu no vidro do banco”.
“Como também, enquanto treinador do Braga não foi capaz de conter a sua insatisfação e deu uma bofetada no nosso diretor. Como também não é possível que na semana passada, no jogo do Famalicão, pudesse ter uma contenção verbal, quando a culpa pode ser atribuída a ele exclusivamente, por aquilo que tem sido um mau jogo que o Porto tem praticado”, continuou o presidente insular.
Para Carlos Pereira, o jogo de domingo “teve a ver a raça contra a vaidade”, enfatizando que o “Marítimo levou a vantagem de querer vencer”.
“Como também não posso esquecer e penso que não deve ter sido da relva que na época passada o Marítimo foi ganhar ao Estádio do Dragão”, frisou.
A resposta dos dragões chegou através da conta do Twitter FC Porto Media. “A Liga confirmou o que qualquer pessoa com uma visão razoável constata e que foi assinalado ontem por Sérgio Conceição: o relvado do Marítimo no jogo de ontem estava uma vergonha e não cumpre os requisitos mínimos para a realização de um jogo de uma competição profissional”, pode ler-se.
A Liga confirmou hoje o que qualquer pessoa com uma visão razoável constata e que foi assinalado ontem por Sérgio Conceição: o relvado do Marítimo no jogo de ontem estava uma vergonha e não cumpre os requisitos mínimos para a realização de um jogo de uma competição profissional. pic.twitter.com/BSmzfzWL7g
— FC Porto Media (@MediaPorto) August 23, 2021
“Perante estas evidências, o presidente do Marítimo desferiu um ataque incompreensível e inaceitável ao treinador do FC Porto, procurando feri-lo na sua inatacável dignidade humana e profissional”, continuaram os dragões.
“Sérgio Conceição tem um percurso invejável no futebol: como jogador, foi um dos melhores da sua geração, com títulos e reconhecimento em vários países e ao serviço da seleção; como treinador, também já conquistou diversos troféus e tem tido desempenhos internacionais de elite.”
Pelo contrário, destaca o clube portista, “o prestígio de Carlos Pereira no mundo do futebol é diametralmente oposto. Quem trabalhou com ele, como Petit, acusa-o de interferências inaceitáveis e incompetentes no trabalho dos treinadores. Quando foi alvo de buscas, em 2020, tentou impedir a apreensão do telemóvel”.
“Em 2013, quando o Marítimo podia ter um papel indireto importante na luta pelo título, por enfrentar um dos candidatos ao primeiro lugar, afirmou que o clube não ia fazer nada para impedir o Benfica de ser campeão”, recordou ainda.
“Em mais um momento muito infeliz de uma carreira já longa no futebol, Carlos Pereira procurou rebaixar Sérgio Conceição para mascarar uma realidade indesmentível: o clube que dirige apresentou frente ao FC Porto um dos piores relvados do futebol profissional europeu. Ou o pior.”
Os dragões terminam a longa sequência de tweets, recordando que Conceição, “como homem e como profissional, é demasiado grande para poder ser beliscado por alguém como Carlos Pereira”.
“Foi, é e será assim: um deles é um dos melhores do mundo no seu papel; o outro é uma triste figura que não consegue dignificar um clube respeitável”, concluíram.
[sc name=”assina” by=”ZAP” source=”Lusa” ][/sc]
Deixe um comentário