Relatos e avisos que chegam do Reino Unido: “Ainda tenho receio, algo mais sério poderá acontecer”.
O relato de Satyam Toki é chocante. O árbitro, que costuma dirigir jogos de divisões inferiores no Reino Unido, contou que foi agredido durante um jogo em agosto do ano passado e que ainda hoje, um ano depois, sofre por causa desse incidente.
“Levei três socos na cara. Não estava à espera, por isso nem reagi, nem tive tempo para reagir. Levei um soco por cima do meu olho esquerdo”, relata o árbitro, em entrevista à Sky Sports News.
“Foi um choque. Fiquei inconsciente durante 10 ou 15 segundos. Nem via quem estava à minha volta. O meu maior receio foi o de poder ficar cego. Mas recuperei a minha consciência”, continuou Toki.
O árbitro ainda sofre por causa desse incidente, mesmo que já tenha passado um ano: “Quando alguém me faz alguma pergunta sobre isso, eu regresso àquele dia. Aquelas cenas repetem-se e repetem-se na minha mente. Eu só chorava naquele dia. Não conseguia falar com ninguém. E ainda tenho receio porque sei que algo mais sério poderá acontecer“.
O agressor foi proibido de entrar em recintos de futebol durante 10 anos – mas, mais tarde, a pena foi reduzida para metade, após recurso. “Acho que as autoridades deveriam ter lidado com a situação de uma forma diferente”, lamentou Satyam Toki, que sente que o apoio das autoridades “não é suficiente”.
O Charity Ref Support UK, associação do Reino Unido que apoia os árbitros de futebol locais, avisa que estes ataques, quer físicos, quer mentais, são um hábito. E os árbitros precisam de mais apoio.
Só nesta época, que começou há poucas semanas, já houve pelo menos sete agressões a árbitros em campeonatos regionais do Reino Unido.
E há árbitros que decidem não apresentar queixa porque sentem que nada será feito e, por isso, têm estado assustados.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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