Max Verstappen coroou-se rei e senhor do GP dos Países Baixos e volta à liderança do campeonato

Durante as 72 voltas ao circuito de Zandvoort Max Verstappen não teve concorrência possível, tendo-se limitado a gerir a vantagem ao ritmo que a borracha dos pneus, torturada pelo asfalto abrasivo, ditava.

No regresso da Fórmula 1 aos Países Baixos, 25 anos depois de Nikki Lauda vencer o último Grande Prémio realizado naquele país, Max Verstappen tornou-se o primeiro piloto “da casa” a vencer uma corrida da categoria mais elevada do automobilismo, subindo ao pódio de forma apoteótica para delírio dos mais de 70 mil fãs que encheram o circuito de Zandvoort — e onde esteve também a família real dos Países Baixos.

Apesar das imagens marcantes após Verstappen cruzar a linha de meta, com todo o recinto pintado de laranja, a sua vitória nunca esteve em perigo ou foi sequer alvo de disputa. Depois de partir de pole position, a nona da temporada, o piloto foi gerindo a sua vantagem, o desgaste dos pneus e limitou-se, juntamente com os estrategas da equipa, a nunca cair nas tentativas de undercut da Mercedes, que, perante o défice de velocidade do seu monolugar face ao RB16B, se via obrigada a jogar com as paragens nas boxes.

Nem a vantagem de contar com os dois pilotos na frente foi suficiente para a construtora germânica garantir a vantagem, restando a Lewis Hamilton e Valtteri Bottas assegurar, respetivamente, o segundo e o terceiro lugares, com o ponto da volta mais rápida a ser discutida entre os dois — talvez o momento mais emocionante da tarde —, num sinal claro de que o tempo do finlandês na equipa de Brackley está a terminar (como hoje se veio a confirmar).

No resto do pelotão, Pierre Gasly (Alpha Tauri) foi o “melhor dos outros” ao conseguir superiorizar-se aos Ferraris de Charles Leclerc e Carlos Sainz que nunca representaram uma verdadeira ameaça. Na realidade, os ameaçados foram mesmo os homens da scuderia, especialmente o espanhol, que na fase final da corrida foi ultrapassado pelo seu compatriota Fernando Alonso (Alpine). O duas vezes campeão do mundo terminou em sexto lugar depois de ter partido de nono, consumando, no arranque, as duas ultrapassagens que afirmou à imprensa estar a planear fazer.

Destaque ainda para Sérgio Pérez, que depois de uma qualificação terrível, fez o 16º tempo, partiu do pitlane com a RedBull a optar mudar a unidade motriz do seu monolugar. O piloto mexicano sofreu acidentes nas duas últimas corridas (Hungria e Bélgica), tendo estreado um terceiro motor (o último permitido por época pelos regulamentos) em Spa. Mesmo assim, conseguiu terminar em oitavo após serpentear mais de meio pelotão.

Como ficam as classificações?

Depois do fim-de-semana à beira mar, são muitas as alterações nas tabelas dos dois títulos mundiais em jogo: construtores e pilotos. No primeiro, a Mercedes continua a ocupar o primeiro lugar, devido ao resultado conjunto de Hamilton e Bottas. No segundo, Max Verstappen recupera a liderança perdida em Silverstone, com apenas três pontos a separá-lo de Hamilton. Bottas sobe ao terceiro posto, que ao longo da época tem sido ocupado, quase de forma ininterrupta e até surpreendente, por Lando Norris (McLaren), agora no quarto lugar.

De facto, a McLaren vai ter poucos motivos para sentir saudades de Zandvoort. Com Norris a ser eliminado no Q2 pela primeira vez nesta temporada e Daniel Ricciardo a qualificar-se em décimo, a equipa de Wooking conquistou um ponto com o piloto britânico. Trata-se da fase mais negativa da McLaren no mundial de Fórmula 1, já que ao longo das últimas três corridas somou apenas cinco pontos: quatro de Ricciardo na Bélgica e um de Norris este fim de semana. Perante esta má senda de resultados, a Ferrari subiu ao terceiro lugar do mundial de construtores, com uma vantagem de 11.5 pontos.

Para satisfação dos fãs de Fórmula 1, o próximo Grande Prémio acontece já no próximo fim de semana — é o último desta tripla ronda —, em Monza, o templo da velocidade. Trará ainda a segunda corrida sprint da temporada, uma novidade introduzida este ano, que, no sábado, irá decidir a grelha de partida para a corrida de domingo, com a qualificação nos seus moldes tradicionais a acontecer na sexta-feira ao fim da tarde.

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