Fethi Nourine rejeitou defrontar um judoca israelita em Tóquio. Está proibido de voltar aos combates durante os próximos 10 anos.
26 de Julho de 2021. O foco dos portugueses nos Jogos Olímpicos, no judo, estava em Telma Monteiro, que só venceu um combate. Mas algo controverso aconteceu nesse dia,
no torneio masculino dos -73kg.
Fethi Nourine iria entrar no pavilhão na primeira ronda diante de Mohamed Abdalrasool, do Sudão. Iria, mas não entrou. O argelino recusou participar nesse combate
porque sabia que, se ganhasse, iria encontrar um israelita na ronda seguinte: Tohar Butbul.
Fethi não escondeu que apoiava a Palestina nas prolongadas desavenças com Israel e que, por isso, não conseguiria disputar um combate com um judoca de Israel. Não
houve combate.
Agora, e depois de investigações, surge a reacção da Federação Internacional de Judo que, em comunicado, anunciou que o judoca e o seu treinador, Amar Benikhlef (que
também defendeu publicamente a Palestina), foram suspensos por 10 anos. Estão proibidos de participar num torneio de judo até ao dia 23 de Julho de 2031.
Uma suspensão justificada pela quebra do artigo 50 da Carta Olímpica, que proíbe qualquer propaganda política, religiosa ou racial em eventos ou locais olímpicos.
A federação acrescenta que Fethi Nourine e Amar Benikhlef, com “intenção maliciosa“, utilizaram os Jogos Olímpicos como uma plataforma para o seu protesto e para a
promoção da sua propaganda política e religiosa. “Uma violação clara e séria dos estatutos”, lê-se no comunicado.
A suspensão tem efeitos imediatos mas ainda pode ser apresentado um recurso junto do Tribunal Arbitral do Desporto.
No Mundial 2019, curiosamente também em Tóquio, Fethi também abandonou o torneio porque iria defrontar o mesmo Tohar Butbul.
Tohar não teve adversário na segunda ronda dos Jogos Olímpicos. O judoca israelita foi até aos quartos-de-final.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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