As “águias” dominaram as operações durante grande parte deste primeiro encontro de Liga dos Campeões “a sério” em 2021/22, mas não materializaram essa superioridade e no fim viram Vlachodimos, os postes e o VAR a resgatar um ponto que já parecia perdido – e que assim se torna um mal menor.
De positivo fica o facto de permanecer invicto esta temporada e ainda o registo bastante interessante do terceiro jogo consecutivo fora de casa sem sofrer golos nas competições europeias.
A esmagadora posse de bola encarnada (71% por cento contra apenas 29% da equipa da casa) reflecte bem o que foi o cenário nos primeiros 45 minutos: o Benfica esteve sempre no controlo do encontro, como se pode perceber também pelas acções na área adversária (16 contra cinco), mas sem criar reais situações de perigo – aliás, o Dynamo até teve mais remates enquadrados (2 para 1).
Não se pode dizer, ainda assim, que os ucranianos tenham estado completamente encolhidos no seu meio-campo, pois até foram a equipa com mais acções defensivas no meio-campo adversário (5 contra 3 das “águias”).
O segundo tempo veio confirmar a tendência evidenciada no primeiro, com o Benfica a esmagar em todos os itens ofensivos à excepção dos cantos (6-4 em remates, 8-5 em acções na área adversária e 7-3 em acções defensivas no meio-campo adversário, com o Dynamo a dispor de três cantos contra nenhum dos “encarnados”) e a acabar com 67%… mas sem efeitos práticos.
Pelo contrário: os ferros, Vlachodimos e o VAR acabaram por salvar os comandados de Jorge Jesus do que seria a sua quarta derrota consecutiva em jogos de estreia na Liga dos Campeões.
Melhor em Campo
Exibição praticamente imaculada de Otamendi, o patrão da defesa “encarnada”. O internacional argentino foi o benfiquista com mais intercepções (4), alívios (6), desarmes (2) e acções defensivas no meio-campo adversário (2, aqui juntamente com Vertonghen).
Das seis tentativas de passe longo acertou cinco, registando uma eficácia de passe de 91 por cento, e ainda somou três conduções aproximativas, justificando em pleno o belíssimo GoalPoint Rating de 7.3.
Destaques do Dynamo
Boyko 6.7 – Números muito semelhantes aos registados por Vlachodimos: quatro defesas, duas delas a remates já dentro da sua área (assinalável a intervenção a remate de Yaremchuk à queima-roupa). Mostrou-se também imperial nas saídas a soco (duas).
Shaparenko 6.2 – O homem cuja festa do golo só foi interrompida pelo VAR, no que foi o seu segundo remate – antes já tinha enviado uma bola ao poste. Além de totalizar cinco desarmes, realce para os dois duelos aéreos ofensivos ganhos em três possíveis.
Garmash 5.4 – O jogador do Dínamo de Kiev com mais jogos na Champions (20) esteve 32 minutos em campo e deu nas vistas acima de tudo por ter sido expulso… de forma errada pelo árbitro, julgando erradamente estar a mostrar-lhe o segundo amarelo. Registou, ainda assim, um remate e duas acções defensivas no meio-campo “encarnado”.
Destaques do Benfica
Vlachodimos 6.6 – Vestiu (mais uma vez) a pele de salvador das “águias”, evitando nos instantes finais o golo que ditaria a derrota. Ao todo foram quatro defesas de grande grau de dificuldade, duas delas a remates dentro da área.
Vertonghen 6.6 – Sempre muito certinho, ganhou três dos quatro duelos aéreos defensivos que travou e foi quem mais recuperações de posse conseguiu: 10. Registou ainda três intercepções, dois alívios, um desarme e duas acções defensivas no meio-campo contrário. Completou 84 de 89 passes (94%).
Rafa 6.4 – O grande agitador do ataque “encarnado”. Elemento mais rematador da partida (4), somou cinco passes valiosos, criando uma ocasião flagrante de golo, seis conduções aproximativas e 13 acções com bola na área contrária (outro registo máximo), sendo bem sucedido em seis das dez tentativas de drible.
Weigl 6.1 – É o pêndulo do meio-campo do Benfica e está a acrescentar a cada jogo que passa maior acutilância ofensiva ao seu jogo, como demonstram os quatro passes valiosos e os sete aproximativos que realizou em Kiev. Surpreendeu ainda no drible – três certos em três -, mas continua com pouca acção defensiva (2).
Morato 6.1 – A estreia absoluta em jogos “a doer” da Champions correu bem: ganhou ambos os duelos aéreos defensivos que disputou, conseguiu uma acção defensiva no meio-campo adversário e até somou oito passes aproximativos. Foi o jogador com mais acções com bola (112), o que mais passes realizou (103) o que mais completou (92).
João Mário 6.0 – Autor de quatro passes ofensivos valiosos (dois dos quais para finalização) e sete aproximativos, foi ainda o jogador “encarnado” que mais faltas sofreu: três. Completou 63 de 66 passes, mas esteve, ainda assim, uns furos abaixo do que tem vindo a mostrar neste início de temporada de águia ao peito.
Grimaldo 5.7 – O lateral/ala canhoto espanhol destacou-se, como sempre, mais a nível ofensivo, contabilizando cinco passes valiosos (dois dos quais para finalização), cinco cruzamentos (ainda que nenhum eficaz) e três conduções aproximativas. Teve sucesso em quatro de oito tentativas de drible.
Everton 5.3 – Ao intervalo era o jogador “encarnado” com pontuação mais baixa: 4.9. Melhorou ligeiramente no segundo tempo, saindo aos 57 minutos após três remates (dois enquadrados) e quatro passes valiosos, mas continua longe de confirmar as credenciais que trazia do Brasil.
Gilberto 5.2 – Dos nove duelos que disputou na primeira parte, venceu apenas um – estatística nada abonatória para um defesa. Até registou dois passes valiosos e quatro cruzamentos, dois deles eficazes, mas não chegou para dar mais brilho a uma exibição muito pálida.
Yaremchuk 4.9 – A expectativa era enorme para ver a resposta do avançado ucraniano no regresso à casa onde se formou, e saiu claramente gorada: apenas dois remates (um deles uma ocasião clara de golo) em 57 minutos, tendo passado quase despercebido em campo – apenas 15 acções com bola.
Radonjic 4.6 – Nos 33 minutos que esteve em campo destacou-se acima de tudo pela apetência em tentar o drible: seis ocasiões, ainda que tenha sido bem-sucedido apenas em duas. Registou ainda duas conduções super aproximativas e rematou uma vez
Resumo
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