Foi preciso surgir um erro crasso do guarda-redes estorilista (até então a fazer uma belíssima exibição) para o campeão nacional poder respirar de alívio e festejar a quarta vitória na Liga, esquecendo por agora a humilhação europeia.
De positivo para os comandados de Rúben Amorim fica, além do regresso aos triunfos depois de dois empates e o tal 1-5 ante o Ajax, também o registo de voltar a manter a baliza inviolada após três jogos seguidos a sofrer golos.
Já o Estoril, que até tinha ganho nos últimos dois confrontos com os “verde-e-brancos”, sofreu a primeira derrota da temporada, mas sai de cabeça bem erguida.
Apesar do maior domínio leonino, a verdade é que em termos de ocasiões claras de golo o saldo foi bastante equiparado nos primeiros 45 minutos – as duas equipas somaram, por exemplo, o mesmo número de remates enquadrados (e perigosos): dois.
Ainda assim, foi o campeão nacional a marcar os ritmos do jogo e a exercer maior pressão, como atestam as acções na área adversária (11 para oito) e acções defensivas no meio-campo contrário (oito contra apenas duas do Estoril), bem como os cantos (seis para cinco) e a posse de bola (58 por cento para os “leões”, 42 para os “canários”).
A segunda parte teve ainda mais Sporting e tudo levava a crer que o surgimento do golo na baliza da equipa da casa seria apenas questão de tempo.
Os “leões” voltaram a somar mais remates (6 contra 4), acções na área adversária (13 para 5), cantos (3 contra 2) e acções defensivas no meio-campo adversário (11 para 5), caindo apenas ligeiramente na posse de bola (menos 3% que ao intervalo), pelo que o resultado final acaba por se ajustar também aos números do encontro.
Melhor em Campo
Exibição irrepreensível de João Palhinha, o “tampão” do meio-campo sportinguista, a fazer lembrar o porquê de ser agora o titular da selecção nacional na posição – e a justificar em pleno o GoalPoint Rating de 7.3.
Além dos três desarmes (já lidera o ranking da Liga, com 20) e outras tantas intercepções, Palhinha somou dez recuperações de posse, ganhou os dois duelos aéreos ofensivos que disputou e ainda fez dois passes para finalização, criando uma ocasião flagrante, tendo inclusive sido o jogador que mais faltas sofreu em todo o encontro: quatro!
Destaques do Estoril
Soria 6.4 – O lateral-direito espanhol conseguiu dois passes para finalização, criando uma ocasião flagrante de golo e oito recuperações de posse, cotando-se como o melhor elemento estorilista em campo.
Patrick William 6.2 – Exibição autoritária do central que pertence aos quadros do Famalicão, e que esteve inclusivamente perto de marcar, vencendo todos os duelos aéreos que disputou (dois dos quais ofensivos). Somou ainda três conduções aproximativas e oito alívios (máximo da partida).
Arthur Gomes 5.3 – Ao primeiro jogo pelo Estoril, o extremo brasileiro abriu o apetite para o que se seguirá. Um remate, dois passes para finalização (quatro valiosos), três conduções aproximativas e dois dribles bem sucedidos em sete que fizeram “a cabeça em água” aos laterais leoninos, especialmente no primeiro tempo.
Destaques do Sporting
Porro 7.2 – Lutou até ao último instante pelo “prémio” de melhor em campo e não foi só pelo golo (a primeira grande penalidade marcada por um defesa leonino desde Jefferson em 2014). Três passes para finalização (registo máximo do encontro), quatro cruzamentos (dois bem sucedidos), três desarmes, dois alívios, quatro recuperações de posse e duas acções defensivas no meio-campo contrário justificam o rating por inteiro.
Coates 6.3 – Criou até uma ocasião flagrante de golo, mas foi mesmo a defender que se destacou no regresso à acção: às três intercepções somou um desarme, um alívio e uma acção defensiva no meio-campo adversário, ganhando ainda o único duelo aéreo defensivo que disputou.
Paulinho 6.2 – Quebrou o enguiço frente ao Ajax e esteve muito perto de acrescentar mais golos ao seu pecúlio, vendo Dani Figueira e Joãozinho negarem-lhe esses intentos – no caso do guardião inclusivamente em falta no lance que originou o penalty decisivo. Boa exibição à qual só faltou mesmo a cereja no topo do bolo.
Adán 6.1 – Manteve o nulo com duas defesas de classe mundial no mesmo lance no primeiro tempo, às quais somou outra posteriormente, todas a uma distância muito reduzida e com enorme grau de dificuldade. Decisivo (mais uma vez).
Neto 6.1 – Não é tão mal-amado pelos adeptos como Paulinho, mas também ouve aqui e ali algumas críticas, às quais vai respondendo dentro do campo com exibições assertivas. Dispôs de uma grande ocasião para marcar, mas foi noutros capítulos que mais deu nas vistas: passe (61 certos em 66, eficácia de 92%), desarmes e acções defensivas no meio-campo adversário (quatro, registo máximo da partida em ambos).
Matheus Reis 5.9 – Ao intervalo era o jogador com melhor rating dos 22 em campo (5.8), e até o melhorou no segundo tempo. Muito seguro ao nível do passe (acertou 65 em 69 tentativas), somou três conduções aproximativas e duas acções defensivas no meio-campo adversário.
Matheus Nunes 5.7 – Estava em campo do lado… do Estoril quando em 2018/19 os “canarinhos” foram a Alvalade vencer por 2-1 na Taça da Liga. Fez três passes valiosos e conseguiu três dribles em cinco tentativas, mas também registou seis maus controlos de bola e consentiu três dribles.
Tiago Tomás 5.1 – De volta aos relvados após paragem por lesão, ainda fez um remate e uma condução aproximativa nos 13 minutos que esteve em campo, conseguindo ainda dois desarmes.
Rúben Vinagre 5.1 – Claramente com os índices anímicos ainda em baixo depois da derrocada diante do Ajax, o melhor que conseguiu em 59 minutos foi um passe valioso e dois aproximativos, registando ainda assim também três dribles bem-sucedidos em cinco tentativas.
Pablo Sarabia 5.0 – A primeira titularidade de “leão” ao peito do avançado espanhol cedido pelo PSG não ficará certamente na memória dos adeptos. Um remate desenquadrado, três passes valiosos e sete aproximativos foram o melhor que conseguiu em 77 minutos, falhando todos os quatro dribles que ensaiou.
Nuno Santos 4.6 – Melhor em campo no clássico com o Porto, ficou desta vez muito aquém das expectativas. Dois remates, um passe valioso e quatro cruzamentos (nem um único bem-sucedido) não chegam seguramente para matar as saudades do lesionado Pote.
Resumo
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