Benfica 3-1 Boavista | Águia evolui com Darwin para a vitória

Desde 1982/83 que o Benfica não vencia os primeiros seis jogos no Campeonato. Pois bem, na noite desta segunda-feira, os encarnados venceram o duelo ante o Boavista e fizeram xeque-mate graças ao bis de Darwin e a um cabeceamento certeiro de Weigl.

O golaço de Sauer ainda deu esperanças aos “axadrezados”, que não conseguiram repetir o 3-0 que aplicaram aos lisboetas na sexta ronda da edição passada da prova.

Quando à passagem do minuto 14 Darwin Núñez abriu a contagem (grande centro de Diogo Gonçalves), parecia que os “encarnados” teriam um final de tarde tranquilo, mas não foi isso que correu.

Os “axadrezados” demoraram a chegar às imediações da baliza contrária, primeiro Sauer apenas foi travado pelos reflexos de Vlachodimos, mas segundos depois, quando Weigl perdeu a bola em zona proibitiva, o médio brasileiro atirou a contar, assinando um golaço.

O empate perdurou por pouco tempo, já que na resposta Weigl redimiu-se e decretou o score ao intervalo.

Duelo com alguns apontamentos interessantes, os anfitriões a usarem (e abusarem) da velocidade e da profundidade do trio da frente, porém, voltaram a demonstrar lacunas já detectadas em contornar o bloco baixo do oponente em ataque posicional e a qualidade de Sauer – MVP ao intervalo com um rating de 7.1 – , que “mascarou” a falta de soluções apresentadas pelos forasteiros.

O encontro ganhou nova dinâmica na etapa final, o Boavista quis ser Boavistão, subiu as linhas, tentou condicionar a primeira fase de construção “encarnada” e foi atrás do prejuízo. Mais veloz, fez três remates (dois enquadrados) nos primeiros cinco minutos.

O Benfica ia explorando as costas adversárias: Darwin ameaçou (49’), Yaremchuk lançou uma “bomba” (53’), Veríssimo não calibrou a mira (55’), até que Darwin finalizou uma contra-ataque letal que começou em Lucas Veríssimo, passou por Rafa até chegar ao uruguaio.

Estava fechado o resultado final, numa partida que prosseguiu a um bom ritmo. Musa ainda esteve próximo de reduzir (64’ e 81’), Darwin desperdiçou o “hat-trick” (72’) e Everton não conseguiu apontar o 4-1 (79’).

Os visitantes terminaram o duelo com mais remates, ao passo que os anfitriões tiveram mais acções na área contrária.

A equipa de JJ ainda não perdeu esta época, soma nove triunfos e dois empates. Por sua vez, os comandados de João Pedro Sousa, que não perdiam há quatro encontros consecutivos, somaram o segundo desaire na Liga Bwin.

Melhor em Campo

Gustavo Sauer. Excelente a exibição rubricada pelo médio brasileiro. Qual todo-o-terreno, esteve em todo o lado e foi uma verdadeira dor de cabeça sempre que teve a bola nos pés.

Lançou três “bombas”, duas foram enquadradas, sendo que o golaço que assinou já é candidato a um dos melhores da prova. Criterioso com a bola (quatro passes falhados em 20), ainda registou três acções defensivas no meio-campo adversário, sofreu três faltas e terminou com um GoalPoint Rating de 7.4.

Destaques do Benfica

Otamendi 7.0 – Está a assumir-se como uns dos “patrões”. Foi responsável por diversos cortes (16′, 42′, 60′ e 74′) que ajudaram a equipa a manter-se na mó de cima. Ainda recuperou a posse em oito ocasiões, fez dois desarmes e três intercepções.

Rafa 6.9 – Peça essencial, é o melhor a “espalhar brasas” nas defesas contrárias. Esta segunda-feira ofereceu o 3-1 a Darwin, gizou quatro passes valiosos, somou o máximo de dez passes aproximativos recebidos, acertou cinco dos nove dribles tentados, sofreu quatro faltas e realizou três desarmes. A rever os três desarmes sofridos e os três maus controlos de bola.

Yaremchuk 6.5 – Mais móvel do que nas últimas partidas, entendeu-se bem com Darwin e Rafa. Em constantes diagonais, viu Bracali negar-lhe a festa (53’), falhou apenas um dos 12 passes feitos, acumulou oito passes aproximativos recebidos.

Darwin Núñez 6.5 – Voltou a bisar pela segunda jornada consecutiva – expected Goal (xG) de 1,5 -, falhando o “hat trick” aos 8 e 72 minutos. Sempre disponível, acumulou seis acções com a bola na área adversária, recebeu nove passes aproximativos, mas desperdiçou duas flagrantes.

Weigl 6.3 – A única mancha foi a forma como perdeu no duelo ante Sebastian Pérez, abrindo caminho para o golão de Sauer. Redimiu-se instantes depois com um golpe certeiro que fez o 2-1. Não falhou nenhum dos quatro dribles tentados, contabilizou três acções defensivas no meio-campo “axadrezado”, três desarmes e outras tantas intercepções.

Vlachodimos 6.3 – Sem culpas no tento sofrido, voltou a ser chamado à prova. Das cinco defesas intervenções realizadas, três foram a remates no interior da área benfiquista.

João Mário 6.0 – Mais uma “performance” positiva do médio, que concluiu os 97 minutos com três passes valiosos, três dribles acertados em quatro feitos e cinco desarmes. Forma uma dupla completa com Weigl na zona central do meio-campo.

Diogo Gonçalves 5.9 – Fez apenas os primeiros 47 minutos, tempo suficiente para se exibir a um bom plano. Assistiu Darwin no golo inaugural, tendo ainda 46 acções com a bola e dois passes valiosos. Voltou a lesionar-se.

Vertonghen 5.7 – Não esteve calibrado nos passes (15 de risco falhados) e venceu apenas dois dos cinco duelos aéreos em que interveio. Destaque para as nove vezes em que recuperou a posse e para a importância que tem na primeira fase de construção da equipa (96 acções com a bola – máximo na partida).

Lázaro 5.2 – Entrou na vaga de Diogo Gonçalves, tendo feito dois cruzamentos e um passe valioso. Penalizado pelas três vezes em que foi desarmado.

Lucas Veríssimo 5.0 – Na retina a forma como descobriu Rafa no lance que redundou no 3-1 final. Falhou uma ocasião flagrante (55’) e esteve irrepreensível no capítulo do passe, com oito longos certos em oito tentativas, seis aproximativos e três super aproximativos.

Destaques do Boavista

Porozo 6.0 – Veloz e agressivo, foi o elemento mais assertivo da defensiva “axadrezada”. Assinou dois desarmes e o máximo de sete intercepções.

Bracali 5.8 – É o jogador mais velho a actuar no campeonato, algo que não impede que continue a ser um dos guardiões mais competentes da prova. Das três defesas que rubricou, destaque para a forma como travou Darwin (72′) e o voo fez e que impediu o 4-1 a Everton aos 79 minutos.

Resumo

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