Que sofrimento! É normal ver os “grandes” dominarem por completo os seus adversários, mas nesta partida entre Sporting e Marítimo, em Alvalade, praticamente só houve uma equipa a atacar e a procurar o golo.
Ainda assim, como que num filme de Alfred Hitchcock, esse tento tardou, tardou e tardou… e só apareceu ao minuto 97, de grande penalidade convertida por Pedro Porro e com um jogador de campo na baliza dos madeirenses. Belo guião!
Pressão grande do Sporting na primeira parte, a dominar por completo em praticamente todos os momentos de jogo.
Muita bola, remates, acções na área contrária e ocasiões suficientes para chegar ao intervalo em vantagem, graças a dinâmicas ofensivas muito interessantes, com os homens da frente em movimentações constantes à procura dos espaços vazios. Contudo, a eficácia ofensiva ficou nos balneários.
O GoalPoint tinha razão em arriscar um golo de Pablo Sarabia nas dicas da jornada. Só que foi no passe que o espanhol brilhou e conseguiu ser o melhor em campo no primeiro tempo, com um GoalPoint Rating de 6.4, já com duas ocasiões flagrantes criadas e um passe de ruptura.
A tendência de jogo manteve-se, naturalmente na segunda parte, embora com lances menos claros de golo. Mas aos 74 minutos, um grande remate de Pedro Porro embateu com estrondo no poste direito da baliza de Paulo Victor.
O Marítimo abdicou de atacar e o Sporting aproveitou para o tradicional “chuveirinho”, à procura da cabeça de Paulinho, João Palhinha e Sebastián Coates. Até que aos 93 minutos o árbitro assinalou grande penalidade, por falta de Paulo Victor – até então o herói insular – sobre Jovane Cabral.
O guardião brasileiro viu o segundo amarelo e Edgar Costa teve de assumir o lugar na baliza, como guardião improvisado. Porro converteu com sucesso, ao 25º remate, sétimo enquadrado.
Melhor em Campo
Um autêntico extremo. Sem que o Marítimo se preocupasse verdadeiramente em atacar, o espanhol pôde colocar em prática todo o manancial de recursos que se lhe reconhece e foi o principal desequilibrador do encontro, sendo mesmo dele o golo, de grande penalidade – a segunda em duas jornadas a decidir a partida, já nos descontos.
Pedro Porro foi o MVP da partida, com um GoalPoint Rating de 7.2, com registo para quatro remates, um ao poste, três passes para finalização, 15 cruzamentos, com sucesso em três, o máximo de acções com bola (109), mas também de perdas de posse (39). Somou ainda sete tentativas de drible (duas completas), cinco acções defensivas no meio-campo contrário e quatro desarmes.
Destaques do Sporting
Sebastián Coates 6.9 – Uma repetição da época passada. Na necessidade, o central subiu e foi ponta-de-lança nos últimos minutos. Não marcou, mas a sua presença perturbou as marcações e ajudou Jovane a aparecer solto no lance do penálti. Com 93 acções com bola, cinco na área contrária, o uruguaio ganhou os cinco duelos aéreos ofensivos em que participou e somou quatro intercepções.
João Palhinha 6.8 – Está em todo o lado. Palhinha defende, ataca, constrói. Esteve perto de marcar – três remates -, fez dois passes para finalização e somou não só o máximo de acções defensivas no meio-campo contrário (6), como também de desarmes (5), a par de Léo Andrade.
Pablo Sarabia 6.7 – O espanhol fez uma excelente primeira parte, não esteve tão em jogo na segunda, mas manteve o nível até aos 71 minutos, altura em que saiu para entrar Jovane. Ao todo registou duas ocasiões flagrantes criadas, um passes de ruptura e quatro ofensivos valiosos.
Feddal 6.4 – O arranque de época não tem sido fácil para o marroquino, mas perante a pouca ambição ofensiva do Marítimo, acabou por ter uma noite positiva. Foi o jogador com mais passes completos, 92 em 95 (97%), o segundo registo de acções com bola (103) e fez nove recuperações de posse.
Nuno Santos 6.3 – Muito esforçado, foi o mais rematador da partida, com seis, um deles ao poste, mas desperdiçou três ocasiões flagrantes. No passe fez três para finalização, oito cruzamentos (dois completos) e assinou oito acções com bola na área contrária. Muito perdulário.
Matheus Nunes 5.6 – Noite de menor inspiração do médio, que não teve a clarividência de outras partidas. Destaque para duas tentativas de drible, ambas com sucesso, três conduções aproximativas, mas foi desarmado cinco vezes.
Paulinho 5.6 – Tal como Nuno Santos, lutou muito, mas a sua eficácia foi nula – não enquadrou nenhum dos quatro remates que realizou. Ainda assim somou nove acções com bola na área contrária e fez três passes para finalização.
António Adán 5.5 – Não fez qualquer defesa, mas destacou-se no passe 29 certos em 31, quatro longos certos em seis e ainda recuperou oito vezes a posse.
Daniel Bragança 5.5 – Entrou para dar mais critério e menos explosão às iniciativas no “miolo” leonino e acertou 20 de 22 passes em 25 minutos em campo.
Rúben Vinagre 5.4 – O lateral saiu no início do segundo tempo para dar espaço a Tiago Tomás, na tentativa leonina de chegar ao golo. Fez quatro recuperações de posse e dois desarmes.
Jovane Cabral 5.3 – No tempo que esteve em campo não definiu bem os seus lances e estava a provocar algum desespero entre os adeptos leoninos, mas saiu como herói, pois foi sobre ele cometida a grande penalidade decisiva.
Destaques do Marítimo
Léo Andrade 7.0 – O melhor elemento insular. O central fez cinco desarmes e seis alívios, nunca tremendo, mesmo quando o Sporting começou a despejar bolas para a área visitante.
Jorge Sáenz 6.1 – Tal como Léo, o espanhol esteve firme na defesa, com destaque para quatro alívios e um corte decisivo.
Paulo Victor 6.1 – Estava a ser o herói da equipa do Funchal, mas borrou a pintura nos descontos, com uma saída disparatada que provocou penálti. Terminou com seis defesas, cinco delas a remates na sua grande área, máximo desta Liga.
Resumo
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