Sem espinhas! Muito se falou de esta ser uma oportunidade de ouro para o Benfica bater o colosso Barcelona e a turma de Jorge Jesus não se fez rogada.
Com uma exibição de sonho, imaculada a nível defensivo e com a acutilância que se exigia a nível ofensivo, as “águias” derrotaram um irreconhecível Barça de Ronald Koeman. Foram três golos sem resposta. Melhor era difícil.
O primeiro golo surgiu cedo, logo aos três minutos, numa excelente iniciativa individual de um endiabrado Darwin Núñez, que viria a bisar na segunda parte, de penálti. Antes disso, Rafa também marcou, a meio do segundo tempo, na recarga a um primeiro remate de João Mário.
Pelo meio, muita segurança a defender, com os elementos do sector mais recuado do conjunto “encarnado” em grande, mesmo nos momentos em que o Barça conseguiu apertar um pouco e dar um (muito ligeiro) cheirinho do seu futebol.
Noite de sonho para o Benfica, de pesadelo para o Barcelona.
O Benfica teve menos tempo de posse de bola, menos remates, menos acções na grande área adversária e até menos eficácia no passe nos primeiros 45 minutos, mas saiu mesmo para o intervalo em vantagem, graças ao tal golo madrugador de Darwin.
E, apesar de, aos poucos o Barcelona ter parecido crescer no jogo, passando algum tempo instalado no meio-campo “encarnado”, os pupilos de Jorge Jesus pareceram ter sempre a situação mais ou menos controlada, muito por culpa da excelente actuação dos seus homens mais recados.
Weigl teve o melhor GoalPoint Rating dos primeiros 45 minutos, com 6.8, e foi bem secundado por Lucas Veríssimo 6.6 – com alguns cortes determinantes, como aquele com o qual negou o golo a Luuk de Jong – e Otamendi 6.2 – com nada mais, nada menos do que seis alívios.
Se, ao intervalo, e apesar das estatísticas parecerem mostrar o contrário, a vantagem do Benfica era encarada com naturalidade pelo que as duas equipas fizeram, na segunda dissiparam-se quaisquer tipo de dúvidas.
Com uns segundos 45 minutos memoráveis, a turma da Luz inverteu grande parte desses dados estatísticos, terminando mesmo a partida com mais remates (e mais enquadrados), mais acções na grande área adversária e mais dois golos.
Triunfo indiscutível.
Melhor em Campo
Julian Weigl foi imperial no meio-campo do Benfica frente ao Barça, quer a defender, quer a atacar. No capítulo ofensivo deu o mote para uma grande exibição com a assistência para o golo madrugador de Darwin, com um fantástico passe longo a desmarcar o uruguaio na esquerda (um dos seis passes longos que tentou e concretizou).
A nível do passe o alemão esteve, de facto, quase perfeito, com uma eficácia de 93%, e, depois, no capítulo defensivo, somou quatro desarmes e cinco intercepções, mostrando mesmo coragem para defender bem à frente no terreno, como o comprovam as cinco acções defensivas no meio-campo adversário.
Uma grande actuação e um GoalPoint Rating de 7.5 para um jogador que foi determinante na manobra do Benfica ao longo de todo o encontro.
Destaques do Benfica
Lucas Veríssimo 7.0 – Exibição de luxo do central brasileiro. Na retina ficou o corte decisivo que fez a meio do primeiro tempo, a negar o golo a Luuk de Jong quando este surgiu isolado e parecia ter tudo para bater Vlachodimos. A esse corte juntou três desarmes, quatro alívios, dois bloqueios de remate e quatro de passe/cruzamento. Uma actuação de grande nível.
Darwin Nuñez 6.8 – Foi o herói da noite, pelos golos que marcou. Abriu caminho ao triunfo com aquela arrancada pela esquerda e bisou, depois, de penálti. Em cinco remates, meteu dois no fundo das redes e enviou outro ao poste. A isso ainda somou quatro passes valiosos e foi, de longe, o jogador com mais acções com bola na grande área contrária (nove). Incansável, ainda recuperou oito vezes a posse.
Otamendi 6.8 – A defesa do Benfica esteve soberba frente ao Barça e o argentino não foi excepção, destacando-se pelos sete alívios que efectuou (máximo do encontro) e pela eficácia que demonstrou no passe (até no que toca a passes longos, dos quais foi bem-sucedido em quatro dos cinco que tentou).
João Mário 6.8 – O habitual médio-ofensivo das “águias” foi, sem surpresa, o jogador do Benfica que mais acções com bola teve no jogo (61) e, também sem surpresa (porque a isso já nos habituou), só por seis vezes perdeu o esférico. Depois, também ajudou a defender, com três intercepções e dois desarmes.
Roman Yaremchuk 6.7 – Desta vez o ucraniano não marcou, mas não foi por isso que deixou de realizar uma boa exibição. Sempre disponível para dar uma linha de passe aos colegas, recebeu 14 passes aproximativos (mais do que qualquer outro jogador) e ganhou três dos cinco duelos aéreos que disputou.
Rafa 6.1 – Em grande forma neste início de época, voltou a ser determinante, correndo a uma velocidade estonteante nos 83 minutos em que esteve em campo. Além do golo que marcou, fez cinco passes valiosos e quatro conduções aproximativas.
Grimaldo 5.7 – Frente à sua ex-equipa, o lateral-esquerdo espanhol destacou-se, sobretudo, pelos três desarmes e quatro recuperações de bola que efectuou ao longo do jogo, aos quais somou ainda, no ataque, duas acções com bola na grande área adversária.
Gilberto 5.6 – Entrou perto do intervalo para substituir o lesionado Lázaro e mostrou-se afoito no capítulo ofensivo, com quatro passes valiosos e dois cruzamentos com bola corrida. A defender, três intercepções e duas acções defensivas ainda no meio-campo do Barça.
Vertonghen 5.4 – Dos três centrais foi o que menos esteve em evidência, mas não foi por isso que deixou de fazer uma boa exibição. Dois desarmes e um remate bloqueado foram os principais destaques da sua actuação.
Lázaro 5.4 – Nos 43 minutos que esteve em campo destacou-se a nível ofensivo com quatro passes aproximativos e uma condução aproximativa; a defender, ainda recuperou quatro bolas, além de ter feito um desarme e um alívio.
Vlachodimos 5.2 – Noite mais tranquila do que se esperava para o guarda-redes do Benfica. Sem defesas complicadas para fazer, teve três saídas a soco nas quais não falhou e mostrou-se eficaz na reposição da bola em jogo, com quatro passes longos bem-sucedidos em seis tentados.
Destaques do Barcelona
Frenkie de Jong 7.1 – Foi o melhor do Barcelona e o homem que mais acções com bola teve em todo o jogo (80), cinco delas já na grande área do Benfica. Pelos seus pés passaram a maior parte dos lances de ataque do Barça (e os mais perigosos), com três passes para finalização (igualmente um máximo no jogo), um deles a resultar numa das duas ocasiões de golo flagrantes do conjunto catalão no jogo.
Pedri 5.8 – De regresso à equipa após lesão, Pedri foi o ‘rei’ dos passes valiosos no encontro, totalizando seis, dos quais dois foram passes super aproximativos. Andou por todo o lado e, a defender, contribuiu com três desarmes e três recuperações de bola, mas perdeu 11.
Memphis Depay 5.7 – Era ele que os benfiquistas mais temiam e era dele que os adeptos do Barça mais esperavam. O holandês mostrou-se, como sempre, eficaz no capítulo do drible (quatro bem sucedidos em quatro tentados) e foi quem mais cruzamentos fez no jogo, seis, mas acabou por não fazer a diferença. Esteve muito em jogo (74 acções com bola), mas perdeu o esférico por 25 ocasiões.
Resumo
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