Portugal chega pela primeira vez à final de um Mundial de uma modalidade que, surpreendentemente, não faz parte do programa olímpico.
Surf, escalada, skate e karaté. Antes, softball ou críquete. Ainda mais atrás, pólo, jogo de palma, lanchas a motor e aeronáuticos. Todas estas modalidades estão, ou estiveram, no programa dos Jogos Olímpicos. O futsal não está e nunca esteve.
No fim-de-semana em que, pela primeira vez, a final de um Mundial de futsal vai contar com a presença da selecção portuguesa, tentamos perceber porque uma modalidade com tantos praticantes, e jogada em quase 200 países, não entra no maior evento desportivo mundial.
À boleia de um artigo recente da Globo, recordamos que o futsal não é propriamente uma variante recente do futebol de 11: já terá surgido há cerca de 80 anos.
A primeira federação de futsal foi criada precisamente no Brasil: a Federação de Futsal do Rio, em 1954. A FIFA gere o futsal desde 1989 e é sensivelmente desde essa altura que se tenta integrar o “moderno” futebol de cinco nos Jogos Olímpicos.
No entanto, duas coisas têm faltado: representatividade junto do Comité Olímpico Internacional e diálogos mais frequentes com a entidade que organiza os Jogos Olímpicos.
Aparentemente, ao contrário dos responsáveis por outros desportos olímpicos – como os recentes surfe, skate e escalada – o mundo do futsal não está próximo do mundo olímpico.
E isto já vem de trás, desde as desavenças entre a FIFA e o Comité Olímpico Internacional (relacionadas com a eventual presença de futebolistas nos Mundiais de futebol de 11 e nos Jogos Olímpicos).
O futsal já está presente nuns Jogos Olímpicos: os Jogos Olímpicos da Juventude. Só se estreou na última edição do evento, em 2018.
Reinaldo Simões, supervisor da selecção brasileira de futsal, contou que já ouviu vários argumentos para a recusa, mas o essencial é que não há acordo entre a FIFA e o Comité: “Primeiro ouvimos que não havia futebol feminino; agora temos feminino. Depois escutámos que não havia futsal em muitos países; já estamos em mais de 180 países”.
“O ponto é esse. O futsal já está bem estruturado no mundo todo, inclusive nas categorias de base. O que precisamos é de haver um entendimento entre a FIFA e o Comité Olímpico Internacional”, continuou Reinaldo.
A FIFA não quer que o torneio olímpico passe a ser tão ou mais importante que o Mundial de futsal – que, tal como no futebol de 11 (pelo menos, para já), se realiza apenas de quatro em quatro anos.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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