A ressaca pós-goleada frente ao Bayern, na Liga dos Campeões, foi difícil para o Benfica. Os comandados de Jorge Jesus sentiram muitas dificuldades frente a um Vizela que sabia que o seu adversário iria patentear falta de frescura, mas também pouca presença na área, face ao sistema habitualmente apresentado.
As “águias” dominaram por completo, atacaram bem mais, mas nunca mostraram ideias e intensidade para contrariar a defesa sólida dos anfitriões. Já todos esperavam o nulo (até nós, que tivemos de reescrever boa parte desta prosa), até que Rafa Silva, no último lance do jogo, deu a vitória, solicitado num cruzamento de Pizzi.
Quem estava à espera de um Benfica mandão… acertou em cheio. A formação “encarnada” desde cedo assumiu a posse de bola, atacou mais e teve mais iniciativa.
Porém, o Vizela tinha a lição bem estudada, sabia que, com o tridente ofensivo, o Benfica joga bem melhor nas transições e com espaço para a profundidade, por isso recuou e esperou que os visitantes subissem no terreno, tapou os caminhos para a sua baliza e explorou o contra-ataque com subidas muito rápidas.
Resultado? Benfica a liderar na maioria das estatísticas, menos de ataque, com os homens da casa a registarem oito remates contra três, mais três enquadrados contra um e Expected Goals (xG) que lhe ficavam a dever um golo ao descanso.
Muito trabalho para Jorge Jesus ao intervalo. Claudemir foi o MVP do primeiro tempo, com rating de 6.3, com destaque para dois passes para finalização.
Os “encarnados” entraram melhor no segundo tempo, conseguiram estancar melhor os contra-ataques contrários e perceberam que tinham de rematar mais à baliza, mas continuaram sem presença suficiente na área para desestabilizar as marcações contrárias.
A acrescentar a isso, a notória falta de frescura física dos lisboetas, a que o Vizela respondia com uma agressividade (no bom sentido) e intensidade nos duelos que os visitantes raramente conseguiram contrariar.
Quando já todos contavam com o nulo, bem dentro dos descontos, Pizzi encontrou Rafa na área, cruzou e este último encostou para o golo que recolocou os homens da Luz na liderança da Liga.
Melhor em Campo
Pela segunda vez consecutiva um jogo do Benfica teve um guarda-redes como melhor em campo.
Após Samuel Portugal, do Portimonense, foi a vez de Charles brilhar, com a diferença que na partida da Luz, na última jornada, os Expected Goals (xG) dos “encarnados” justificavam mais o golo do que desta feita.
O brasileiro terminou com um GoalPoint Rating de 7.3, graças a seis defesas, quatro a remates na sua grande área.
Destaques do Vizela
Ivanildo 6.6 – Grande jogo do central ex-Sporting. Ivanildo contribuiu decisivamente para a quase total inoperância do Benfica na área do Vizela, terminando o encontro com quatro intercepções e incríveis dez alívios, bem como dois duelos aéreos defensivos ganhos em três.
Claudemir 6.2 – O “trinco” da casa foi o melhor jogador da primeira parte e esteve muito bem ao longo dos cerca de 73 minutos que esteve em campo. Além de seis recuperações de posse, destaque para dois passes para finalização.
Samu 6.1 – O antigo médio do Boavista foi o mais rematador da partida. Ao todo foram cinco disparos, três enquadrados, outros tantos de fora da área, e ainda desperdiçou uma ocasião flagrante, a única do jogo além da que deu o golo ao Benfica.
Destaques do Benfica
Otamendi 6.7 – O jogo contra o Bayern não foi dos melhores do argentino, mas o central não se deixou abater e esteve em bom plano em Vizela, sendo o melhor do Benfica. Destaque para o passe, com 88 completos, máximo do jogo (95% de eficácia), oito passes longos certos (100%) e dez aproximativos. Somou 105 acções com bola, ganhou quatro de seis duelos aéreos e registou dez recuperações de posse.
Rafa Silva 6.7 – O homem do jogo, pelo golo que decidiu a contenda. Apesar de desgastado fisicamente, Rafa nunca virou a cara à luta, somando sete passes ofensivos valiosos, sete acções com bola na área contrária e três dribles eficazes em seis tentativas. Foi o segundo jogador mais solicitado em passes aproximativos (15).
Radonjić 6.4 – Excelente entrada do sérvio na partida, fonte de dribles, velocidade e lances de ruptura que ajudaram a desestabilizar a defesa anfitriã. O extremo tentou sete vezes o drible e completou quatro.
Vlachodimos 6.4 – Em especial na primeira parte, o guarda-redes grego foi muito importante, a evitar o golo que o Vizela ameaçou por diversas vezes. Terminou com quatro defesas, duas a remates na sua área.
João Mário 6.2 – Não lhe peçam intensidade, em especial com a carga de jogos que já leva em cima. Porém, a decidir e a definir as jogadas, João Mário esteve sempre bem, com 90% de eficácia de passe, nove passes ofensivos valiosos (máximo), oito recuperações de posse e 112 acções com bola, valor mais alto.
Julian Weigl 6.2 – Jogo à imagem do de João Mário, embora em posição mais recuada. O alemão completou 92% dos 78 passes, seis de nove longos, fez oito aproximativos, somou 87 acções com bola e ganhou dois de três duelos aéreos defensivos.
Jan Vertonghen 6.1 – O Vizela atacou bastante ao longo do jogo e o belga não vacilou. Tal como Weigl, completou 92% de 78 passes, fez nove passes aproximativos e ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou.
Diogo Gonçalves 5.9 – O lateral mostrou serviço a atacar, com quatro passes ofensivos valiosos, oito cruzamentos (máximo do jogo), dois deles eficazes, e dois passes super aproximativos. Na retaguarda, destaque para quatro bloqueios de passe/cruzamento.
Lucas Veríssimo 5.9 – Lutador como sempre, o brasileiro completou 92% dos passes que fez e foi um muro perante os ataques contrários, somando dois bloqueios de remate.
Darwin Núñez 5.7 – Já se sabe que o uruguaio gosta de espaço para explorar a profundidade, e neste jogo foi raro tê-lo. Assim, não foi tão acutilante como noutros jogos, apesar de ter sido o jogador mais solicitado em passes aproximativos (18) e de ter somado o máximo de acções com bola na área contrária. Destaque ainda para quatro dribles completos em seis.
Álex Grimaldo 5.4 – O espanhol mostrou claro desgaste físico. Ainda assim somou dez cruzamentos, dois eficazes, e nove passes aproximativos.
Resumo
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