Manchester United 0-5 Liverpool: o “mimado” Cristiano deveria ter sido expulso

Liverpool celebra em Old Trafford

Resultado histórico, mesmo raro em vários aspectos. “Batemos no fundo”, admitiu Solskjær. Pogba foi expulso, Cristiano Ronaldo quase.

O resultado deste jogo chegava para escrever uma notícia. O jogo de futebol mais aguardado no Reino Unido, e um dos mais aguardados em todos os países, terminou com o Liverpool (e sobretudo Salah) a criar um pesadelo no «teatro dos sonhos», goleando o Manchester United por 5-0.

A primeira oportunidade de golo ainda pertenceu a Bruno Fernandes, que não aproveitou. Mas, a partir do golo de Keïta, logo aos quatro minutos, a tendência foi clara: o Liverpool foi e é superior. Diogo Jota marcou mais um nesta época e depois apareceu o habitual Mohamed Salah, que foi o autor dos outros três golos, dois ainda na primeira parte (0-4 ao intervalo em Old Trafford, nunca tinha acontecido) e um no início do segundo tempo.

Paul Pogba foi expulso. O francês entrou depois do descanso, só esteve em campo durante 15 minutos, mas a sua equipa já perdia por 0-5 quando viu o cartão vermelho devido a uma falta dura sobre Keïta.

Com quatro internacionais portugueses em campo – Bruno, Cristiano e Jota titulares, Dalot entrou depois de Pogba ser expulso – o destaque natural seria para Diogo Jota, porque marcou um golo. Mas o nome luso mais comentado depois deste «clássico» é o de Cristiano Ronaldo.

O momento foi este:

A poucos segundos do intervalo, o camisola 7 do United “atacou” Curtis Jones, três vezes. Na última tentativa pontapeou a bola, mas com o aparente objectivo de acertar no adversário. Fez lembrar, parcialmente, um episódio de Pepe ao serviço do Real Madrid. Viu apenas o cartão amarelo.

A imprensa local admite que o capitão da selecção portuguesa teve “sorte” ao não ter sido expulso. Continua um “mimado”, lê-se nas reacções nas redes sociais, enquanto órgãos de comunicação social de vários países reforçam a ideia de que o árbitro foi “amigo” do português.

Reacções e números

“Batemos no fundo. Este é, sem dúvida, o dia mais negro desde que assumi este trabalho”. As palavras do treinador Ole Gunnar Solskjær são honestas e claras. O Manchester United, pouco adepto de «chicotadas psicológicas», poderá ter um novo treinador ainda durante esta semana.

O antigo tenista Boris Becker sugere que Zidane viaje até Manchester:


Jürgen Klopp nem acreditava no resultado: “É um dia realmente muito bom, um grande dia. É um capítulo que entra para a história do Liverpool. As pessoas vão andar a falar sobre isto durante anos porque isto não vai voltar a acontecer nos próximos tempos. Se calhar nunca mais vai acontecer“.

O treinador do Liverpool tem razão: este foi um resultado histórico. A última vez que o Manchester United tinha perdido em casa, na Premier League, por 0-5 (ou mais, sem marcar qualquer golo) foi sob o comando de…Matt Busby. Em 1955, contra o vizinho Manchester City.

Alex Ferguson deve lembrar-se de Matt Busby:


Esta foi também a derrota mais pesada na carreira de Cristiano Ronaldo. Igualou o 5-0 do Barcelona-Real Madrid em 2010 – curiosamente, o jogo deste domingo em Manchester decorreu quase à mesma hora de um Barcelona-Real Madrid.

O futebolista que brilhou mais foi, novamente, Salah. O internacional egípcio não pára de marcar e neste domingo passou a ser o único jogador visitante a marcar um hat-trick em Old Trafford, desde que há Premier League (1992).

Vai criando cada vez mais inimigos:


A conclusão para a direcção do Manchester United deverá ser: evitar jogar em Outubro. As maiores derrotas de sempre do United na Premier League aconteceram em Outubro: 5-0 contra o Newcastle em 1996, 5-0 frente ao Chelsea em 1999, 1-6 na recepção ao Manchester City em 2011, resultado igual na recepção ao Tottenham no ano passado e agora este desfecho contra o rival Liverpool.

Ainda faltava quase meia hora para o jogo acabar e não foi surpreendente ver tantos adeptos do Manchester United…no exterior do estádio:


[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]


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