Escrava do seu sucesso, a vencedora de uma medalha nos Jogos Olímpicos confessa que teria ficado destruída, caso não tivesse pedido ajuda.
A ideia era sempre “ganhar e ser a melhor” mas, nos bastidores, Vanessa Fernandes estava a ser escrava do seu próprio sucesso e isso quase a destruiu. A antiga triatleta confessa o que passou e o que poderia ter passado.
O contexto é a curta-metragem ’72 Horas’, que descreve os três dias anteriores à subida do pódio em Pequim, quando Vanessa conseguiu a medalha de prata nos Jogos Olímpicos, no triatlo.
Deixou de ter uma alimentação equilibrada porque pensava que, se deixasse de comer, iria ganhar uns segundos nas provas em que participava.
“Se for aos Jogos Olímpicos, passar a meta e buscar a medalha e morrer a seguir, está tudo bem“, disse a portuguesa, na própria curta-metragem.
Vanessa Fernandes comia compulsivamente e depois vomitava, na preparação para os Jogos Olímpicos de 2008. Era um comportamento de “alguém doente”, admitiu. Depois sentia “euforia e felicidade, por poder comer após a prova”.
Antes de a medalha chegar ao peito, a palavra que mais ouvia era “sofrer, sofrer, sofrer e sofrer até morrer“.
“Era como se me tivesse deixado ser escrava do meu próprio sucesso. Para mim, já estava a ser muito e eu diluí-me na obtenção desse resultado”, declarou Vanessa, que já chegou a Pequim com sintomas de depressão.
“Chegou a um ponto em que tive de pedir ajuda, caso contrário ia destruir-me. Fui internada. Foi um grande caminho para acordar para o meu desenvolvimento pessoal e, depois, veio vida, paz, harmonia, vem a realidade”, contou Vanessa Fernandes.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
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