Treinador do Sporting disse que ainda é “do tempo” em que era frequente a selecção portuguesa de futebol passar por uma eliminatória antes de um grande torneio. Será assim?
“Eu sou um rapaz novo mas ainda sou do tempo em que íamos sempre ao play-off, mesmo como jogador. Estamos habituados a isso”. Frases de Rúben Amorim, ditas nesta quarta-feira, sobre a selecção nacional de futebol. Fomos aos arquivos verificar se isso era realmente assim.
Primeiro, e por causa das palavras “mesmo como jogador”, é preciso verificar quando é que Rúben Amorim começou a ser jogador profissional de futebol. Foi em 2003, ao serviço do Belenenses.
Por isso, e porque Portugal organizou o Europeu 2004, as contas começam na qualificação para o Mundial 2006. Aí, a selecção vice-campeã europeia não deu hipóteses: primeiro lugar no Grupo 3, sem qualquer derrota, bem distante dos rivais, e apuramento garantido.
Para o Europeu 2008 a qualificação também foi directa. Portugal não conseguiu o primeiro lugar do Grupo A, ficando com menos um ponto do que a vencedora Polónia, mas nessa altura as duas primeiras classificadas de cada grupo asseguravam o apuramento.
Mundial 2010: o primeiro play-off. Segundo lugar no Grupo 1, atrás da Dinamarca, e Bósnia-Herzegovina no caminho seguinte. Sucesso na eliminatória, com duas vitórias por 1-0.
Novo play-off para o Europeu 2012. Outra vez segundo lugar no grupo (H), outra vez atrás da Dinamarca e outra vez a Bósnia-Herzegovina na eliminatória. E outra vez vitória sobre os bósnios, com a famosa goleada por 6-2 no segundo jogo.
Acrescente-se uma coincidência que une estes quatro duelos com a Bósnia, entre 2009 e 2011: Rúben Amorim nunca jogou.
Terceiro play-off consecutivo, agora para o Mundial 2014. A Rússia venceu o Grupo F, Portugal ficou a um ponto de distância e encontrou a Suécia na fase seguinte. Quatro golos de Cristiano Ronaldo – três deles apontados no segundo jogo – resolveram a questão. Novamente sem Amorim em campo.
E a última fase de qualificação que ainda “apanhou” a carreira de futebolista de Rúben Amorim foi para o Europeu 2016. Portugal não teve muitas dificuldades para vencer, com margem confortável, o Grupo I.
Resumindo, o “sempre” do treinador do Sporting traduz-se em metade, entre 2005 e 2015: em seis fases de qualificação, Portugal conseguiu três apuramentos directos e três passagens pelo play-off.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
Deixe um comentário