Garbiñe Muguruza protagonizou um feito inédito no ténis espanhol. Histórica, mas pouco reconhecida, às vezes.
Garbiñe Muguruza foi ao México fazer o que nenhuma tenista espanhola tinha feito: conquistar o WTA Finals, um torneio do final de ano que junta as melhores jogadoras da época em causa.
Desta vez em Guadalajara, Muguruza derrotou Anett Kontaveit em apenas dois parciais (6-3 e 7-5). Arantxa Sánchez Vicario chegou à final em 1993 mas perdeu diante de Steffi Graf. Só no sector masculino, nas ATP Finals, a Espanha tinha conquistado o torneio de singulares: Manolo Orantes (1976) e Alex Corretja (1998)
“Saldei uma dívida que tinha comigo. Mas tudo tem o seu tempo e ainda tenho muitas mais ambições”, disse a jogadora nascida na Venezuela, anos depois de ter vencido o Roland Garros e o Wimbledon, entre 2016 e 2017.
Em entrevista ao jornal El País, a tenista explicou: “Estive sempre a lutar semana após semana. Ganhar este título é como uma recompensa por isso. É um troféu especial, sabe-me a glória”.
Garbiñe Muguruza tem 28 anos e começou cedo a ganhar torneios, quando tinha 20 anos: “Comecei a ganhar muito cedo e talvez não tenha correspondido às expectativas que criaram sobre mim. Isso é muito difícil de suportar, admito. Tinha de me tranquilizar, dar um passo atrás e começar outra vez a partir de baixo”.
“Nunca perdi o apetite. Apenas sofres e atravessas a tormenta. Sabia que, mais tarde ou mais cedo, chegaria algo assim. É preciso passar por esses maus momentos. O desporto é isto: esperar o tempo que for preciso”, continuou.
Muguruza também foi questionada sobre o facto de ter sido a primeira espanhola a conquistar o WTA Finals – “não é nada fácil ser pioneira, tendo em conta o êxito do ténis espanhol” – e deixou uma revelação sobre o momento em que venceu o Roland Garros, em 2016.
“Quando ganhei em Paris, lembro-me que me disseram assim: «Se o Rafael Nadal não ganhou, tu não ganhaste». As pessoas têm um conceito muito errado à volta de todo o êxito que o ténis espanhol tem tido”, lamentou.
E a número 3 da tabela WTA confessou que, por vezes, sente-se “incompreendida” porque “não é fácil lidar com tantas opiniões”.
“As pessoas pensam que, porque conseguiste conquistar algo uma vez, conseguirás fazer o mesmo sempre que quiseres. E não é assim. Mas de qualquer forma, considero que é um privilégio ter toda esta pressão em cima de mim e ter todas estas expectativas. Às vezes custa lidar com isso mas não trocaria isso por nada”, comentou a campeã.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]
Deixe um comentário