O Ministério Público (MP) está a investigar o pagamento de comissões superiores a 20 milhões de euros relacionadas com transferências de futebolistas.
Em comunicado, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) refere que na investigação estão “factos ocorridos pelo menos desde 2017 até ao presente, com forte dimensão internacional e que envolvem operações de pagamento de comissões de mais de 20 milhões de euros“.
O DCIAP acrescenta que as diligências desta segunda-feira “visam investigar a suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios”.
Na execução dos 33 mandados de busca realizados em Lisboa e no Porto, que incluíram a SAD do FC Porto, uma instituição bancária e diversas residências, “participaram 85 elementos da Inspeção Tributária e da PSP, bem como magistrados do Ministério Público”.
Fonte ligada ao processo também confirmou à agência Lusa que o DCIAP e a Autoridade Tributária, apoiados por elementos da PSP, fizeram buscas à casa do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e às instalações do clube.
Os empresários de futebol Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa, este último filho do presidente dos dragões, também viram as suas residências ser alvo destas buscas.
Entretanto, os azuis e brancos também confirmaram, em comunicado, as buscas desta manhã nas suas instalações, acrescentando terem colaborado com as investigações.
“A FC Porto – Futebol, SAD comunica que foi alvo de um mandado de busca, ao longo do dia de hoje, nas suas instalações, por suspeitas das entidades judiciais de crimes de abuso de confiança, fraude fiscal e branqueamento de capitais que tiveram a sua génese em movimentos financeiros relativos a transferências de jogadores de futebol”, pode ler-se.
“A FC Porto – Futebol, SAD colaborou com a equipa de investigadores cujo trabalho visou a apreensão de documentos que pudessem interessar à investigação.”
A imprensa portuguesa adiantou que as suspeitas envolvem um negócio com a venda de direitos televisivos do FC Porto à antiga Portugal Telecom, agora Altice.
O negócio em causa foi intermediado pela empresa de Bruno Macedo, também arguido da Operação Cartão Vermelho, que levou à detenção do ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. Há suspeitas em torno de 2,5 milhões de comissões alegadamente recebidas num negócio de 500 milhões de euros.
No centro das suspeitas está um triângulo entre o filho de Pinto da Costa e os outros dois empresários, que seriam seus testas-de-ferro para o recebimento de comissões de negócios ligados ao FC Porto.
Segundo a SIC Notícias, a instituição bancária em causa alvo das buscas é o Banco Carregosa, instituição de crédito com sede no Porto onde os agentes estiveram à procura de comprovativos da referida transferência para o filho de Pinto da Costa.
Alguns dos negócios de jogadores que estarão em análise será o da compra e venda de Éder Militão, jogador brasileiro que foi depois vendido ao Real Madrid, mas também os relativos ao regresso de Sérgio Oliveira ou à venda de Tiquinho Soares, acrescenta o mesmo canal televisivo.
A mesma fonte indicou à agência Lusa que este inquérito é um processo autónomo da Operação Cartão Vermelho.
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