O FC Porto deu a ganhar a empresários cerca de 64 milhões de euros no âmbito de comissões em negócios de jogadores. Estas verbas terão sido pagas em apenas quatro anos, conforme a investigação que levou à realização de buscas a Pinto da Costa e ao filho mais velho, Alexandre.
Esta investigação que nasceu do inquérito Cartão Vermelho que levou à detenção de Luís Filipe Vieira, visa Pinto da Costa, presidente do FC Porto, e o filho que agencia jogadores de futebol.
Sob suspeita estão várias transferências de jogadores e os investigadores do Fisco e do Ministério Público (MP) estão a passar a pente fino os negócios feitos pelo FC Porto no período entre Março de 2017 e os primeiros três meses de 2021.
O Correio da Manhã avança que, nestes cerca de quatro anos, o FC Porto pagou 64 milhões de euros em comissões a empresários, conforme números oficiais da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
O MP suspeita que deste valor, pelos menos 20 milhões de euros tenham sido pagos de forma ilegal.
Cinco transferências sob suspeita
Há cinco transferências suspeitas que estão a ser especialmente analisadas pelos investigadores, envolvendo Ricardo Pereira, Quintero, Felipe, Tiquinho Soares e Militão, entre 2018 e 2020, como nota o Jornal de Notícias (JN).
Estas transferências envolveram, de forma directa ou indirecta, os empresários Pedro Pinho e Bruno Macedo, como refere o JN.
Bruno Macedo é um dos suspeitos do processo que envolve Luís Filipe Vieira e foi detido em Julho deste ano, na mesma altura que o presidente do Benfica.
Já Pedro Pinho é suspeito nesta investigação que levou às buscas a Pinto da Costa. O empresário é filho do antigo presidente do Rio Ave, José Maria Pinho, e tem ligações à sociedade desportiva Doyen.
Também já foi sócio de Alexandre Pinto da Costa e esteve envolvido numa agressão a um repórter após o Moreirense-FC Porto.
Pinho “recebeu comissões pela compra, venda ou renovação de contrato de jogadores em 13 negócios que envolveram o FC Porto“, aponta o CM.
As suspeitas do MP é que parte das comissões pagas a Pinho e também a Macedo teriam como destino Alexandre Pinto da Costa num esquema que seria do conhecimento do presidente do FC Porto.
O JN repara que “foram alertas do sistema bancário relativas às transferências entre Alexandre Pinto da Costa e Pedro Pinho que levaram o MP a dar crédito a denúncias anónimas recebidas pelas autoridades anos antes”.
Essas denúncias referiam-se a “comissões ocultas de que Alexandre beneficiaria, por ser filho do presidente”, aponta ainda este jornal.
Transferência de Sérgio Conceição levou a zanga entre pai e filho
Alexandre Pinto da Costa e o pai estiveram zangados durante muitos anos, supostamente por Pinto da Costa ter permitido a outro empresário definir a transferência de Sérgio Conceição para a Lazio, em 1998, como aponta o CM.
Entretanto, nos últimos anos, reaproximaram-se, o que levou Alexandre Pinto da Costa a ganhar uma influência crescente na SAD portista.
Essa realidade tem gerado algum desconforto interno e terá levado, inclusive, à saída de Antero Henrique da estrutura do FC Porto, onde era diretor-geral, como nota o CM.
Até agora, a investigação do MP ainda não levou a detenções, nem foram constituídos arguidos. Mas esses podem ser os próximos passos no caso.
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